terça-feira, 8 de junho de 2010

DEMANDA

..
.
Quando me aninhava
Ao serão
No calor do teu colo
Apontavas as estrelas
E a noite nunca era escura
Falavas
Tranquila
Da princesa do bosque
Visão dos eleitos
Com alma de lua cheia
E à noite
Em sonho velado
Eu era o cavaleiro
Valente e alado
Detentor do segredo.
Depois cresci
E o regaço encantado
Já era pequeno
Para saciar o abraço
Do mundo lá fora.
Quando parti
Com o brilho da certeza
Envolveste a dor
Em traje de melancolia
E com a mais bela flor
Adornaste o aedo
Detentor do segredo
De alcançar a princesa.
.
.

40 comentários:

  1. Bom saber que ainda se sonham com principes e princesas...


    Olá vim conhecer seu espaço, lindo!
    voltarei pra ler melhor, abraços no teu coração.

    COMO ESTOU...


    E quando eu te falei de amor
    Tu não quiseste ouvir
    desviaste o olhar, ao vento...
    foste no horizonte buscar nuvens
    desejar gaivotas, que voavam além
    Mas eu fiquei a sonhar...
    a desejar o infinito do teu olhar
    A querer teu coração, tua atenção.
    Eu te falei de amor, do meu amor.
    Do sonho que acalentei, da ânsia...
    Do fervor que ardia em mim
    Olhando as auroras,
    e contemplava o crepúsculo,
    a esperar ainda estou,
    por um novo amanhecer.


    saltitantes valvesta

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  2. « E o regaço encantado
    Já era pequeno
    Para saciar o abraço
    Do mundo lá fora. »

    O regaço confortável que nunca se esquece...amor e ternura num belo poema!
    É a primeira vez...gostei muito do que vi...reparei que somos praticamente vizinhos... parabéns! Um abraço!

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  3. Olá...Agostinho?
    É lindíssimo, este poema.
    O tal colinho, que se tornou pequeno para tão grandes sonhos que lá fora acenavam, nunca se esquece.
    E à hora da partida, quando a dor aperta, o regaço consegue camuflar o seu pesar com um ar apenas melancólico...
    Lindo! Parabéns!

    Até sempre. Beijinhos

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  4. Valvesta,
    Fico muito grato pela visita, ainda por cima com um presente imenso, traduzido em poesia.
    Obrigado e... volte sempre!

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  5. Camila,
    Pois é, aqui tão perto e tão longe...
    Obrigado pelas palavras e pela visita, que espero mais frequente.
    Um abraço.

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  6. Mariazita,
    Sim, o meu nome é Agostinho.
    Mãe é eterna. Não há volta a dar-lhe.

    Bj

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  7. O TEU POEMA É UM ENCANTO...UMA VERDADEIRA PÉROLA...NUM VERSO COUBE TUDO...O MENINO NO REGAÇO DA MÃE E A DEAMANDA ...A BUSCA DA PRINCESA...

    PARABÉNS POR ESSE MIMO

    BJ

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  8. Ah,gostei da despontuação.

    Abraço enorme.

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  9. Quanto à conjunção era a copulativa"e".Não era necessária.Estava lá tudo no interior das outras palavras.Continue a escrever a este ritmo e com esta qualidade.É bom o diálogo com as palavras. Elas guardam colos e outros segredos sagrados.

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  10. Pedrasnuas,
    Ainda bem que gostaste. Os teus comentários são sempre um incentivo.

    Beijo.

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  11. Ibel,
    Nunca me esquecerei que comecei este blogue a partir do seu encorajamento.
    Obrigado por tudo.

    Aquele abraço.

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  12. Permite-me, com todo o respeito e extraordinária doçura com que criaste este poema, abordar este tema, ao jeito metafórico, pegando no seu sentimento, e vê-lo ser conteúdo de uma outra "história”. Para além da interpretação pessoal é, para mim, um tema que está sempre presente na terra, no mar, nos mundos de toda a gente… (embora alguns, infelizmente, apenas conhecem “o abraço/do mundo lá fora”…).

    Sou pingo de água, no colo da mãe-oceano,
    Navego aconchegado nas ondas do seu (a)mar
    E na concha do meu brincar
    Cresço no embalo do seu salino cantar.
    Noite e dia, maré cheia ou maré vazia
    Danço na cadência do seu abraçar
    E sei que lá no fundo, no fundo do mar,
    Ela guarda segredos de rir e chorar.
    Na brancura do seu espumar
    Que vai e vem sem parar
    Traz, sem querer contar,
    A tristeza de me ver demandar.
    No sussurro do meu marulhar
    Sabe que já soa a alegria do meu cantar
    E eternamente no meu ondular
    Guardarei a única pérola do nosso (a)mar.
    Na maré destinada ao meu apartar
    Vem o cavalo-marinho do meu sonhar
    E na concha do meu brincar
    Já não sou pingo de água, no colo da mãe-oceano.
    Quero navegar, aconchegado nas ondas de outro (a)mar
    O colo da sereia, que não pára de me evocar.

    Deliciosa a leitura do teu belíssimo poema. Gostei de sentir o calor do colo onde ainda gosto de me aconchegar!
    BJ

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  13. JB,
    Há colos que aconchegam toda a vida. São nossos para sempre.
    Bj

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  14. AC,
    mais que bonito, o poema extravasou...
    num colo de mãe cabe sempre tudo, mesmo que não pareça.
    beijo

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  15. O possível e o impossível reside na determinação de cada um.

    Se existe o Amor, irá encontrá-la.
    Beijos.

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  16. Em@,
    Ah, o colo da mãe, onde tanto de nós se fermenta...!

    Beijo.

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  17. ღPat.ღ ,
    A determinação é essencial, sem dúvida.

    Bjs

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  18. AC ,
    tão saboroso lembrar o aconchego do colo e as bençãos de uma Mãe .
    Há dias que tenho saudade / necessidade desse ninho , da mão acariciando a cabeça e de toda a magia envolvente .

    Poema lindo !

    Um beijo ,
    Maria

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  19. AC,

    Vim retribuir as suas visitas ao meu espaço e aproveito para lhe dizer que é um encanto o que por aqui encontro.

    Este poema particularmente, está mágico. O colo de mãe é um colo que muitas vezes ansiamos deixar, movidos pela sede da independência. Agora que sou mãe, queria que as minhas crias nunca deixassem o colo que eu um dia deixei.

    UM abraço :)

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  20. Agostinho,
    Já não me surpreendes, mas dás-me alento com as tuas palavras (ditas ou cantadas)sempre belas, actuais e pertinentes.
    Mais um belo poema de AMOR. Sentimento tantas vezes propalado e muito pouco praticado.
    Gostei muito. Os comentários anteriores, se é possível, ainda o enriquecem mais.
    Abraço
    Caldeira

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  21. Helga,
    Sinto-me muito honrado com a sua visita e as suas palavras.
    Gostei de cirandar pelo(s) seu(s) espaço(s), onde as palavras são bem tratadas e a imagem é sempre invocadora de sensações e sentimentos.

    Abraço

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  22. Zé Caldeira,
    Sempre presente, obrigado!
    Para o próximo mês, no tal almoço, iremos ter oportunidade de dar azo à conversa.

    Abraço.

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  23. NO CALOR DO TEU REGAÇO MATERNAL NUNCA É NOITE ...É SEMPRE DIA...NÃO EXISTEM MEDOS...NEM RECEIOS...NEM FANTASMAS..POR ISSO SONHAS QUE ÉS O HERÓI ...O CAVALEIRO VALENTE E ALADO EM BUSCA DA TERRA PROMETIDA E DA PRINCESA ENCANTADA

    UM ABRAÇO AO POETA

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  24. "Há dias que tenho saudade / necessidade desse ninho, da mão acariciando a cabeça e de toda a magia envolvente."
    Quem não tem, Maria? Vem lá do fundo, há coisas que o corte do cordão umbilical nunca poderá separar.

    Beijo

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  25. Amigo, também eu um dia parti cheio de vontade à procura de outras paragens, mas ainda me lembro dos olhos da minha mãe. Queria que eu fosse, mas ficou com um aperto no coração.
    Um dia regressei e agora sou eu que cuido dela. Já está velhinha, mas a sua presença ainda me reconforta.
    O teu poema é belíssimo.

    Abraço

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  26. Pedrasnuas,
    Um dia, em época estival, nadava com agrado em águas cálidas e acolhedoras. Sentia-me tão bem que, sem me dar conta, me fui afastando, afastando... Quando voltei à realidade, a praia estava a "quilómetros" e as forças já não eram muitas. Já tinha conquistado a autonomia, mas sabes de quem, de imediato, me lembrei? Da minha mãe! E a sua imagem ajudou-me a chegar a terra.

    Beijo

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  27. Jorge,

    O teu comentário diz muito.
    Cuida bem dela, alentejanão!

    Um abraço.

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  28. Um poema que contém muito encantamento. Adorei. Um beijo.

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  29. Graça Pires,
    Fico sempre contente com a sua visita. Ainda por cima com encantamento.

    Beijo.

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  30. lindo poema e linda foto.
    um abraço com carinho!

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  31. Numa passadinha rápida deixo abraço e votos de bom resto de feriado.
    Beijinhos

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  32. Bem-vinda a este espaço, Luana!

    Bj

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  33. Obrigado, Mariazita!
    Esta pausa veio mesmo a calhar, pois o cansaço tem garras.
    Bj

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  34. Partimos, é certo, mas creio que, na necessidade do colo, coração de filho será sempre criança...

    P.S: Uma vez mais, obrigada.

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  35. E.A.,
    Bem observado, coração de filho fica sempre moldado ao ninho, por maiores que sejam os trilhos depois da partida.

    Bj

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  36. Que saudade me deu agora do tempo em que me aninhava ao serão...mas, recordar é viver.
    Encantada com o poema!
    Bjs

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  37. Lilá(s),
    Há coisas que transportamos em nós para sempre, e a saudade desse tempo é uma delas.
    Bj

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  38. AC ,
    Antes de mais , agradeço a gentileza da sua lembrança .
    Indica-me um seu poema , postado em 24 / 01 /10 , dizendo _ espero que goste _ .
    Não gostei , Amei .
    E as violetas não são o motivo . O poema é lindíssimo .
    Vou roubar um pouco mais de espaço ...

    Já era tarde, mãe
    E a translação
    Em relógio solar
    Deixava sulcos
    Calados e profundos
    Na vontade
    Do teu respirar.
    Ainda falavas
    Com entusiasmo
    Da Maria menina e moça
    Quando à tardinha
    No fontanário
    Em apelo de mulher
    Trocava olhares
    Dissimulados
    Com o príncipe aldeão
    E as violetas
    Deslumbradas
    Davam as mãos
    Na elaboração do cenário
    Que formalizava
    As razões do coração.
    O sol já se despedia
    Para lá do monte
    Mas ainda sentia
    No teu olhar
    O aroma das violetas
    Que engalanou
    Naquele fim de tarde
    Com emoção e sem tino
    O oráculo que descrevia
    Num voar de cotovia
    A luz do teu destino.
    .
    .
    Publicada por AC em 18:57

    __________

    Um beijo ,
    Maria

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  39. Fico muito contente por ter gostado, Maria!

    Beijo

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