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Aproximou-se do centro da praça. O dia tinha sido
intenso, a plantação de novos legumes mobilizara toda o acampamento. Ana sentia-se
um pouco cansada, uma sensação comum a todos, mas era um cansaço agradável, de
quem se sentia bem com a vida. Era por isso que, em noite amena, e apesar do árduo
dos dias, o centro do acampamento se encontrava pleno de rostos sorridentes, disponíveis
para a partilha duma causa comum.
Aguarela de Miguel Levy |
Ana gostava daquela partilha, daquele sentir de quem sabia
que dificilmente teriam uma nova oportunidade. E isso unia-os, fazia com que se
soltasse o melhor de cada um. Às vezes sentia saudades das quatro paredes do
seu antigo quarto, cenário de mil e uma divagações em que apenas existia ela em confronto com a vida, mas sabia que eram resquícios
da liberdade condicionada da fera acossada. Ali libertara-se a pouco e pouco,
aprendera que estamos muito longe de ser únicos, mas que há marcas que, apesar das novas navegações, perduram para sempre. O que não é, necessariamente,
um mal. É bom que existam sentinelas que nos alertem para aquilo que não
queremos, o caminho a percorrer torna-se mais claro. E ainda havia tanto a palmilhar!
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conter as emoções para melhor as desfrutar...
ResponderEliminargostei do texto.
(a ficção imita a realidade rss)
abraço
Pois, parece que certas realidades se desenham com uma incrível velocidade.
EliminarObrigado.
Quando entendemos que as subjetividades são compreendidas a partir de tudo o que nos revela, no sentido próprio do que nos compõem, realizamos um encontro com nossa própria essência e isto nos remete ao que acreditamos que somos ou ao que achamos de nós mesmos...
ResponderEliminar[amei demais tua escrita]
Abraço
Um conceito muito interessante, Margot. Obrigado pelo contributo.
EliminarProcurar entender os sinais do caminho...Lindo!Sempre assim aqui! beijos,chica
ResponderEliminarChica,
EliminarGosto sempre de a ver por aqui, com a sua simpatia a tiracolo.
Palmilhar o caminho presente, como um pouco do que passou..."...não é,necessariamente, um mal..."
ResponderEliminarBom domingo! Beijos,
da Lúcia
Lúcia,
EliminarQuem passar pela sua Cadeirinha de Arruar entenderá, de imediato, o seu comentário.
Grato pela presença.
Olá, amigo AC!
ResponderEliminarConto espetacular!
Pintas sempre uma paisagens magnífica por onde desenvolve a bela narrativa.
A Lua é-nos sempre companheira e inspiradora.
Parabéns pela obra de arte!
Abraços do amigo de além-mar e ótimo fim de semana para ti e família!
Bento,
EliminarFico sempre sensibilizado com a adjectivação. Obrigado pela contínua presença, o coração agradece.
O aroma e os versos são cúplices em todas as histórias... Lindo demais...
ResponderEliminarSuzana,
EliminarObrigado por, também, trazer o seu aroma.
Contos assim, não têm fim
ResponderEliminarNão tem fim também o caminhar
que é o da própria humanidade
nesse ou noutro lugar
com ou sem luar
A lua ilumina-nos por dentro
mas é mais calorosa se a vemos, formosa
Caminhar é o nosso destino, Rogério, e a insatisfação é a nossa sina.
Eliminar(Um dia quebra-se o encantamento)
"É bom que existam sentinelas que nos alertem para aquilo que não queremos, o caminho a percorrer torna-se mais claro."
ResponderEliminarConcordo, mesmo quando o alerta é duro, é necessário!
Isa,
EliminarUm alerta é um alerta.
Os seus comentários são sempre pertinentes. Obrigado
quando respiro esta lua nova
ResponderEliminaro acampamento também é meu, algures num tempo de calções e botas all star
e
sentinela é um pássaro que canta na noite
um abraço, AC
É um acampamento de respirares intensos, Manuela.
EliminarGrato.
Oi AC
ResponderEliminarsentinelas necessárias,às vezes chegam pra nos desviar de algum atalho que o coração nos levou.
Sempre bom "respirar" contigo sob o luar.
um abraço
lis,
EliminarQuando se trata de causas, o coração sabe sempre qual é o caminho certo.
Caminhos a percorrer! Sejam os mesmos ou outros que surjam será sempre com emoção e esperança iluminados pelo brilho da lua.
ResponderEliminarBom domingo meu amigo.
beijinhop e uma flor
Adélia,
EliminarA esperança é um dos mais valiosos atributos do nosso espólio. Sem ela, pouco ou nada há a fazer.
Ao percorremos novos caminhos, carregamos junto a velha e antiga sabedoria já adquirida.
ResponderEliminarFicando sempre atenta a qualquer sinal.
Muito bom seu texto!
Abraços
Mariangela
Tem razão, Mariangela, temos que estar atentos aos sinais.
EliminarHá sempre novos caminhos....
ResponderEliminarHá coisas que ficam guardadas em nós e nos ajudam a enfrentar o mistério do novo...
Lindo...
Beijos e abraços
Marta
Marta,
EliminarMuitas vezes, no mistério do novo, é a própria sobrevivência que está em causa. Se conseguirmos chegar a um patamar em que o façamos com harmonia, isso seria muito bom sinal.
Bonito o texto.
ResponderEliminarÉ impressão minha ou a imagem mudou?É linda a pintura.
Um abraço
Na verdade, Isabel, a imagem já mudou três vezes. E não há qualquer garantia que não volte a mudar. :)
Eliminartão suave escrita sobre caminhos árduos sem tirar o ardor. unir as pontas das emoções e compartilhar harmonia... tão belo começo, tão belo fim.
ResponderEliminarum lindo domingo, AC!
beijinho.
Sempre tão bom vê-la por aqui, Luciana. Obrigado.
EliminarParece-me que a satisfação de dever cumprido e sobretudo solidário é que foi responsável pela harmonia interior da personagem.Talvez a verdadeira felicidade nós encontramos na união de ideais comuns porque segundo dizem nenhum homem é uma ilha.Um abraço
ResponderEliminarGuaraciaba,
ResponderEliminarAs causas comuns têm essa virtude, desde que acreditemos nelas. A grande questão é colocá-las em movimento.
Gostei do texto. Recordou-me outros tempos, outras vivências, e aquela Ana, que muitos trazemos dentro de nós e que por contigências da vida abandonamos no passado.
ResponderEliminarUm abraço
Elvira,
ResponderEliminarSerá que a vida funciona por ciclos?
Grato.
Lindo, como sempre!
ResponderEliminarObrigado, Paulo.
EliminarTanto a palmilhar, é verdade. Não podemos emparedar a possibilidade de construir novas histórias, de as partilhar.
ResponderEliminarUm abraço. Uma boa semana!
Sara,
EliminarEmparedar novas possibilidades é definhar.
Uma boa semana!
Um desaguar nos cantos como quem palmilha muito além da palma da mão, dos cantos de sala, das paredes que guardam e aguam recordações. Um caminho traçado, sem talvez ou nãos.
ResponderEliminarMeu beijo AC,
Sam
Agostinhamigo
ResponderEliminarReleio-te e escolho o final de um texto que tem de ser mastigado lentamente para lhe colher todo o sabor. E não resisto a transcrevê-lo: «É bom que existam sentinelas que nos alertem para aquilo que não queremos, o caminho a percorrer torna-se mais claro. E ainda havia tanto a palmilhar!»
Há, realmente, tanto a palmilhar, para se chegar a bom porto. Se é que lá chegaremos...
Abç
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...entrei sem pedir licença, neste harmonioso acampamento... enquanto lia...ouvia a poesia saída da melodia do saxofone...senti vontade de mexer na terra que nos alimenta - plantando
ResponderEliminaralguns legumes :) e, com um clima tão propício
à partilha de sentimentos, deixo os meus parabéns
a quem consegue "soltar" o que de melhor existe
no outro...
Beijinho, AC!
AC, hoje acampei aqui, ao som do saxofone e por pouco pensei chamar-me Ana...
ResponderEliminarGostei muito deste seu respirares!
Beijo
Sónia
ficção? quase lembrei a minha infância e os acampamentos
ResponderEliminarsaio como que hipnotizada
beijo
palmilhar: eis um verbo com de conjugação,
ResponderEliminarabraço
AC,
ResponderEliminarÀs vezes, a fera acossada que há em nós não nos permite ver que há tanta vida lá fora e, que caminhar é o nosso destino.
O tempo, só ele é capaz de nos mostrar o caminho da liberdade, mas por esperarmos tanto, pagamos o preço do "ah,se!" E a vida segue escorrendo entre os dedos feito areia da praia.
Gosto de vir aqui. Sempre aprendo!
Muito bom texto. A poesia e a partilha como algo que faz descobrir e talvez agentes de mudança.
ResponderEliminarUm conto com o sabor doce da partilha.
ResponderEliminarLamento deixar esta "mensagem" que explica minimamente a razão pela qual o faço e me ausento por algum tempo, que espero ser muito curto.
Estou em preparação para uma intervenção simples aos meus olhos.
Volto logo, verá.
Beijinhos
Ná
Sempre um prazer vir aqui!Que delícia de texto, que passeio gostoso eu fiz! Difícil nos libertar de certos lugares que nos trazem lembranças que marcaram nossa vida. Descreveu uma Ana que se encanta com o que vive, e disposta a continuar vivendo e apreciando as alegrias que a vida tem lhe proporcionado. Muito bonito! Um grande abraço, e obrigada pela sua visita, pelas suas palavras tão bem colocadas sobre meu artigo. Uma ótima semana, um abraço!
ResponderEliminarAC, não sei como consegue inspiração para contos tão diversos e sempre tão bons!!!
ResponderEliminarBeijinhos, boa semana!
Madalena
AC,
ResponderEliminarAlguma tristeza pela oportunidade que se perdera... o que se deixara e não se aproveitara.
Talvez a saudade e o vazio...
Beijinho.
Olá, AC!
ResponderEliminarEspírito de partilha, música, noite amena e um acampamento. Que melhor cenário poderá haver para unir gente diferente...?
Bonito texto, como sempre.
Abraço
Vitor
sempre há tanta partilha por aqui e de ótima qualidade. Sempre há o que partilhar quando é possível nos doar.
ResponderEliminarGrande beijo!
Nem sempre temos o poder da escolha...
ResponderEliminarAbraço Lisette.
Uma suave escrita para emoções partilhadas. Belo texto meu amigo. Abraços e boa semana. Suzana.
ResponderEliminarImaginei sendo eu a Ana entre as quatro paredes daquele quarto.
ResponderEliminarHá ainda muito a palmilhar.
Espero conseguir.
Beijos, querido AC.
Muuuito a palmilhar!
ResponderEliminarÉ bom esse sentimento q nos acalanta e impulsiona. Essa coisa de saber q msm tendo vivido muitas coisas (boas ou más) ainda podemos vivenciar tantas outras...
E são muitas emoções, sentimentos, suavidades...
Bjs
Amei!!
Saudds!
Nada pode ser mais belo na vida do que esse cenário de partilha, de bons momentos,,,de paz interior...abraços de bom dia pra ti amigo.
ResponderEliminarE como há a palmilhar, a trilhar e aprender!!Lindo! abraços,chica
ResponderEliminarApesar do gostoso cansaço do fim do dia, da missão cumprida, ainda o desabrochar espontâneo das emoções divididas...Bonito, AC. Beijos!
ResponderEliminarUm belo texto! a satisfação da realização, e um verde que se respira cheio de aventura e liberdade.
ResponderEliminarUm abraço gramde e uma rosa hasta la hermosa Portugal.
Meu querido Poeta
ResponderEliminarNada melhor para alimentar a alma, que essa partilha plena de sentimentos.
Como sempre adorei ler-te.
Deixo um beijinho com carinho
Sonhadora
Palmilhar as emoções... gosto disso!
ResponderEliminarBj grande, meu poeta-amigo
O velho senhor dizia:
ResponderEliminarTenha em mente aquilo que não queres para a sua vida e solte sua alma para o caminho que deves seguir.
Guardei isso comigo, foi bom.
bjs nossos
espero teu verso - http://cozinhadosvurdons.blogspot.com.br/2012/05/cozinha-convida-combata-o-crime-de-odio.html
Respira-se poesia neste texto feito de luares, de amigos e caminhos que sempre se desejam iluminados.
ResponderEliminarL.B.
E se não formos nós os caminhantes alguém caminhará por nós!
ResponderEliminarAbraço
"Ana gostava daquela partilha, daquele sentir de quem sabia que dificilmente teriam uma nova oportunidade".
ResponderEliminarGosto disso, gosto de viver como se cada instante fosse o último.
Beijo grande!
E obrigada pelo carinho!
Saudades daqui. Estou aqui! Leitura ótima. Beijos meu querido. Até.
ResponderEliminarExcelentes de temas de partilha: poesia, música.
ResponderEliminarE ainda o 'cansaço agradável' de momentos ao ar livre que convida a um saudável desprendimento.
Abraço
Olinda
Uma bela tarde pra ti meu amigo...abraços.
ResponderEliminarAté ao fim há sempre muito caminho a palmilhar .
ResponderEliminarE fazêmo - lo conduzidos por aquela mão que mesmo nos tropeços está a ajudar .
Um beijo AC ,
Maria
Estou gostando muito desse contista :)
ResponderEliminarMuito!
beijoss
Eu penso que quando a vida nos empurra para situações diferentes das que estamos habituados... é preciso nos adaptarmos às diferentes condicionantes e ver sempre o lado positivo da vida...não pretendo adivinhar o que tens aqui escrito... ...desejo apenas ...se possível, ser uma abertura...mais uma das muitas que aqui estão...
ResponderEliminarBeijo:)
É essa a grande riqueza da partilha. Acrescentarmo-nos de momentos únicos, escolher caminhos, sentir diferenças, ficar de bem com a vida porque se deu e se recebeu. Perceber, enfim, que a solidão é apenas um ponto de partida e de chegada, onde recolhemos a riqueza da viagem.
ResponderEliminarUm abraço, AC