.
.
.
.
Não, alguém se enganou, ainda não era a hora. Mas um súbito vento, daqueles cobardes, que se acoitam nas trevas, não resistiu ao seu âmago. Quis levar-te, de perfídia, manifestação sarcástica dum poder que nos ultrapassa, que teima em lembrar-nos a nossa frágil condição.
Não, ainda não era a tua hora. A tua risada cristalina tinha ainda muito gelo para derreter, a tua natural bondade ainda muito que unir. E nós, que víamos luz no teu gargalhar, no teu saber aproximar, ficamos para aqui, órfãos, com tudo para reconstruir, com muito para chorar.
Não, por mais que me confortem, me abracem, sinto que alguém se enganou, ainda não era a tua hora.
..