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Hélio Cunha, Memórias do absoluto
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Regressas, por momentos, a paisagens há muito adormecidas dentro de ti.
Deslumbras-te na harmonia da água com as pedras, dos pinheiros com os carvalhos, da urze com o medronheiro. O velho, eterno resguardar de memórias, parece-te novo no rigor suave das linhas simples, que te convidam ao devaneio. E efabulas, arquitectas, parece-te viável o reformular da filosofia dos homens. Reconcilias-te com a vida.
Quando partes, não te falo da validade do brilho renovado dos teus olhos. Digo-te apenas para vires mais vezes.
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