.
.
.
.
Hélio Cunha, Águia voando ao encontro da sua flecha
..
.
Não estava preparado para a solidão da descoberta. Sucumbiu às lembranças, pausou, inverteu a rota.
Regressou, de sorriso ténue, de fartura apenas uma mala de desassossegos. Quando entrou, não precisou de falar, num abrigo há sempre alguém para lavar as feridas.
Pouco mudou, a não ser o reforço do alimento. És importante, és especial, e surge a força para mais um dia, o alento para o dobrar da esquina.
Vestiu uma camisa lavada. Aconchegou-se, pintou novas telas, desesperou com a eterna tonalidade escorregadia.
Surgem novos impulsos. Voltar é sempre uma forma de partir, mas com mais penas nas asas. No fundo pouco mudou, o pouco é sempre muito. Até as penas caírem.
..