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Margarida Cepêda, Catedral verde
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Vem, não te prendas em adereços. Aqui, na exaltação do verde, apenas importa o que tens de melhor. Descalça-te, sente a frescura da erva nos pés. Gostas? Olha agora em volta. Tenta encontrar um rumo por entre as linhas, escolhe um lugar onde te sintas confortável. É difícil, eu sei, o impacto é muito intenso. Mas tenta, não deixes de o fazer. Se conseguires mergulhar na seiva e, ainda que a espaços, sentires o seu vigor, vais ver que, a pouco e pouco, começas a sentir a particularidade de cada respirar. Só assim, percebendo cada filamento, cada espécie, entenderás o ponto de convergência. Cada planta é única. As leis do reino vegetal são tão precisas, tão apuradas, que o seu esplendor só faz sentido se se render ao esplendor da água, da terra... E é neste equilíbrio, tão antigo e tão frágil, que se espelha a obra-prima que é a vida.
Vem...
.Vem...
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