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Fotografia de AC
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Na envolvência da casa, ladeada de árvores e arbustos, o festival de cor, à medida que os dias passam, tende a escurecer a riqueza de tons. É um fim de ciclo mas, em simultâneo, como que lembrando que os compartimentos da vida nunca são estanques, tudo se começa a preparar, sem pressas, para o fermentar dum novo desabrochar de vida, a eclodir daqui a alguns meses, quando o sol, magnânimo, se dispuser a voar mais alto, qual braço de ferro com a sombra em que ora agora mando eu, ora depois vences tu.
Chove lá fora, em abundância, numa melodia cerzida em tons fortes. A lareira, entretanto, já crepita, convidando ao recolhimento e à reflexão. Entra em cena um livro, uma música tranquila já se faz ouvir. Depois, lá mais para o fim da tarde, será a vez das castanhas sentirem o aconchego do lume. A jeropiga, para adoçar o prazer, já se encontra a postos.
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