sábado, 19 de dezembro de 2015

CONTO DE NATAL

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Fotografia de JB
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A década de sessenta iniciara-se há pouco.
Na aldeia, inclinada à inclemência dos gelos da Estrela, não se poupava na lenha. Em casa do Luís Pereira o lume crepitava desde muito cedo, inundando a cozinha com um calor só visto nas grandes azáfamas.
Da horta, logo de manhã, tinham chegado as mais apetecíveis couves, que iriam fazer companhia, na Consoada, ao bacalhau já demolhado, comprado na mercearia da menina Amélia. Mas havia ainda muito que fazer: só de doces ainda faltavam as filhós, que seriam fritas a meio da tarde, as rabanadas, o arroz doce...
O João, cinco anitos de gente, cirandava pela casa tentando não perder pitada de todo aquele movimento, só visto naquela altura do ano. Enquanto a mãe e as irmãs davam voltas à massa para as filhós, o pequeno não arredava pé, como se toda aquela lida desse asas ao encantamento com que vivia a época.
- Oh João, vai brincar lá para fora!
É o vais! O João empolgava-se a respirar todos aqueles preparativos para "a noite mais longa do ano", como dizia o pai, e só quando era preciso reforçar o lume é que ele condescendia em ir ao quintal para trazer mais uns cavacos. Era preciso aquecer bem a casa para receber o Menino Jesus!
Durante a fritura das filhós, toda a casa se via envolvida em cânticos. Enquanto lhes davam forma e as colocavam no azeite quente, as mulheres entoavam, em louvor do Menino:
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........Ó meu Menino Jesus
........Ó meu menino tão belo
........Só Vós pudestes nascer
........Na noite do caramelo.
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À Consoada, após a oração dirigida pelo chefe da casa, as atenções centraram-se no bacalhau e nas couves que, a pouco e pouco, iam desaparecendo de duas grandes travessas. Aos dois filhos mais velhos, já homens feitos, foi-lhes permitido acompanhar o pai e o avô num copo de vinho, que a ocasião era de festa. A noite ia decorrendo, animada, como seria de esperar numa mesa com dez pessoas irmanadas pelos mesmos sentimentos. As filhós e as rabanadas iam temperando a conversa, que alternava aqui e ali com as canções que as mulheres tentavam impor e a que todos aderiam...
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........Da vara nasceu a vara
........Da vara nasceu a flor
........Da flor nasceu Maria
........De Maria o Redentor.
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Ainda a mesa da Consoada não estava apanhada e já o João, afoito, corria para a cozinha, na ânsia de colocar os sapatos para a prenda do Menino Jesus. Ainda esboçou um gesto para levar também as botas feitas no Zé Brás, o sapateiro da terra, para ver se o leque das prendas aumentava, mas os olhos da mãe disseram-lhe que não valia a pena. Pouco depois recebeu ordem para ir para a cama, enquanto os mais velhos, com outro estatuto, saíam para a missa do Galo, a que se seguiria uma ida ao madeiro, que combatia o ar gelado da noite no adro da igreja.
No dia de Natal, bem cedinho, ainda antes do galo cantar, o João foi o primeiro a levantar-se. Com o coração aos pulos, correu para a cozinha e galgou a distância em dois tempos. Pegou no embrulho que estava junto dos seus sapatos, atado com um grosseiro cordel, e desembrulhou-o logo ali. Então, deslumbrado, pegou na camisola e nas calças novas e levou-as, instintivamente, ao seu corpito de menino. Que bem lhe ficariam na missa de Natal!
A manhã custou a passar, pois nunca mais chegava a hora de vestir a roupa nova. Ansiava pelo momento de subir a igreja, de peito inchado, exibindo a roupa para os amigos. Quando, finalmente, chegou a autorização da mãe, ele e os irmãos partiram para a igreja, onde os aguardava o encantamento das enormes figuras do presépio que o padre Nicolau tinha mandado vir do Porto.
Enquanto faziam o caminho o João continha-se para não correr. Queria chegar à igreja o mais rapidamente possível para ver o presépio, mas com a roupa direitinha. Contudo, os cânticos que se ouviam ao longe ainda acirravam mais a vontade de chegar depressa. Os irmãos, que lhe notavam a ansiedade, sorriam uns para os outros. Apesar das partidas que ele lhes pregava, gostavam muito da vivacidade do irmão mais novo, e sabiam o que ele estava a sofrer para dominar a sua vontade. Às tantas, já com a igreja à vista, o pequeno não se conteve mais e começou a correr. Os irmãos ainda tentaram segurá-lo, mas quem o conseguiu foi uma pedra solta no meio do caminho, que o fez estatelar no meio do chão.
Voltou para trás, a soluçar, vergado à enorme desilusão de ver a sua roupa nova toda enlameada. Nada o parecia reconfortar. Só a Maria José, com o jeitinho e a paciência que só as mães têm, o convenceu a vestir outra roupa. E o João, que sonhara com uma entrada triunfal na igreja, subiu a coxia de cabeça baixa, só estacando em frente do presépio. Então, à vista daquelas maravilhosas figuras, o miúdo começou a esquecer-se da roupa que vestia. Deitou os olhos para o Menino e, qual milagre de Natal, teve a certeza que Ele também olhava para si. E sorria-lhe.
Durante o almoço toda a gente estranhou o silêncio do João. Não que ele estivesse triste, longe disso, mas mostrava-se tão ausente do que tinha no prato que parecia longe dali, absorto em mil pensamentos. Mas o que passava na sua cabeça devia ser coisa boa, pois de vez em quando esboçava um sorriso. E só mais tarde, quando lhe puseram uma taça de arroz doce à frente e o viram desenhar um menino com a canela, é que perceberam o encantamento que ia na alma do pequeno.
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52 comentários:

  1. ❀✿゚ه
    Que conto lindo de Natal!!!
    Queria que os meninos de hoje conhecessem mais o menino de Belém no presépio do que o Papai Noel.

    Bom fim de semana com tudo de bom!
    Beijinhos.
    ❀✿゚ه° ·.

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  2. Que ternura de conto. Lindo. Quem dera que os meninos de hoje se esquecessem do Pai Natal e se deixassem encantar pelo Menino Jesus.
    Um abraço e bom fim de semana

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  3. Que bonito!

    Gostei imenso da originalidade do presépio fotografado. Adoro presépios e hoje vêem-se presépios giríssimos e originais. Mas o meu encanto pelo presépio tradicional também se mantém...sempre:)

    Beijinhos e desejo-lhe um bom fim-de-semana:)

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  4. Belo texto de memórias impolutas
    O que gosto dos natais ao longo dos tempos
    depende dos apeadeiros

    Abraço

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  5. A descrição de um NATAL à antiga.

    Feliz Natal
    MANUEL

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  6. Quem sabe, o João cientificou-se de que tanto com a roupa nova, quanto com a roupa usada, a profundeza e a beleza do olhar do menino seria o mesmo. Belo conto! Parabéns!

    Abraços, um Feliz Natal e um Ano Novo repleto de realizações.

    Furtado.

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  7. Este comentário foi removido pelo autor.

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    1. ~ ~ ~ ~ ~ ~ Então,
      ~ também um talento especial
      ~ ~ para criar prosa narrativa!

      ~ Excelente texto que nos relata
      costumes, sentimentos, emoções,
      ~ especiais, puros e profundos...

      Parabéns pela grande habilidade
      ~ e grata pela esmerada dádiva.
      ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

      Dias mágicos. Beijinhos amigos.
      ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~

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  8. Também aqui ao seu espaço, venho desejar-lhe um Santo Natal, com tranquilidade e paz...

    Um abraço amigo, AC!

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  9. AC, isto me faz recordar coisas que ouvia meu pai contar. Tanta ternura... Belíssimo texto.

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  10. Lembrança de Natais passados. Que bonito. Beijinho AC :)

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  11. Adorei o texto, pleno de encanto, e simplicidade... e da autenticidade, que provêm sempre das histórias de um Portugal, mais profundo... também no sentir...
    E adorei a imagem, escolhida... pela simplicidade e beleza... muito bem harmonizada, com o texto!
    Aproveito para deixar, por aqui, os meus votos de um Feliz e Santo Natal, pleno de afectos, saúde e paz!
    Estarei de volta depois do Natal!
    Beijinho! Tudo de bom!
    Festas felizes!
    Ana

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  12. Os cheiros desta festa são incontornáveis, AC! E não só. O sapatinho e aquele baile cardíaco manhazinha cedo! Que alegria. E era tudo bom. Até a roupa nova!
    E com arroz doce,
    FELIZ NATAL
    beijinho! :)

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  13. Houve um tempo de ternura e graça em que o Natal se revestia de inocência e esse tempo se renova aos olhos das crianças ...ainda acredito. Belo conto!

    Um abraço...que a alegria do Natal passado se renove no Natal presente na esperança de um mundo melhor.
    Feliz natal para você e toda sua família!

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  14. Muito bonito, o conto.
    O presépio também, claro.:))
    Beijinho.

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  15. Tocou-me muito embora as minhas lembranças de criança sejam de muito calor, janelas e portas abertas e uma mesa no quintal a perder de vista.

    Gostei imenso, assim como da foto de JB onde a simplicidade é a palavra de ordem.

    Bom domingo

    Beijos

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  16. Um belo presépio a ilustrar um conto de Natal com cheiros, sabores e canções, e o inevitável pôr dos sapatinhos para receber as prendas.
    Muito bonito, AC.
    Feliz Natal para si!
    xx

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  17. Lindo!!!!! Abençoado Natal!!!!!!! Abraços

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  18. O mais belo conto de natal que li pela simbologia do final.
    (Gostei imenso de todos os elementos que foste buscar para a trama narrativa, muitos a trazerem-me recordações agradáveis)
    Tudo de bom, amigo.
    Bjo

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  19. Bela acha deixaste para a minha lareira; um conto tradicional, memórias vivas de outros tempos.... quem viveu nessa altura como eu, consegue ver, sentir e cheirar cada palavra tua!

    Emotivo :-)

    Grata pela acha!Existe um clarão na lareira!

    Feliz Natal! AC :-)

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  20. Um conto de Natal que me transportou à minha meninice, feliz e descuidada. Lindo, ternurento e escrito com o coração.

    Feliz Natal.

    Janita

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  21. Recordações que transmitem emoções muito profundas a quem viveu hábitos como descreve este belíssimo texto!

    Adorei mexeu muito comigo, que na nessa década tinha mais ao menos a idade do João, revivi alguns acontecimentos.

    Uma imagem fabulosa.

    Um Feliz Natal e um Novo Ano com tudo de bom para o meu Amigo AC e aqueles que ama.

    Um beijinho

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  22. Saudade de um Natal como este. Sem o celofane e o ruído da publicidade e do consumismo que, pouco a pouco, "matam" o Natal.

    Belíssimo texto!

    Votos de um Santo e Feliz Natal!

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  23. Um dueto, muito belo, AC.
    Imagem e conto de Natal.
    Fica desde já um beijinho com estima e amizade e o desejo que continue a proporcionarmos momentos ímpares de poesia.

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  24. Outra época, outras tradições. O Menino Jesus deixou de distribuir as prendas; transferiu essa responsabilidade para o Pai Natal. Quase tudo mudou... Um conto de Natal de hoje teria outras vertentes. : )
    Gostei muito deste conto de Natal.

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  25. Olá, boa noite!
    Obrigado pelo seu comentário no meu blog.
    Também venho desejar-lhe, e aos seus, uma Excelente Quadra Natalícia!

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  26. Que lindo conto, de uma sensibilidade enorme, onde esta presente o verdadeiro sentido do Natal...

    Feliz Natal e Boas Festas...

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  27. Pareceu-me estar a ver um filme enquanto lia. E voltei a ser criança também. Muito bom este conto de Natal.
    Desejo um Natal cheio de conforto e um Ano Novo com muita Saúde, Paz e Amor.
    Beijo.

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  28. Tão belo conto que encantou até os olhos do menino. Das coisas que são sem palavras! Obrigada AC um beijo de natal e boas festas!

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  29. mágico o Natal de outrora...

    ... e o João, hoje homem, o advinhamos sorrindo como o menino. na descoberta do milagre.

    belo e sensivel texto.

    forte abraço, meu amigo

    Feliz Natal.

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  30. Poeta , seu conto de Natal é doce e delicado como sua escrita . Vou sempre agradecê-lo . Um abençoado Natal a você e toda a família e um 2016 com muita saúde , esperança e alegria . Beijos

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  31. Maravilhoso conto, a magia do Natal iluminou o coraçãozinho do João.
    Na minha família também temos ainda a tradição de colocar o sapatinho na chaminé e no dia 25 de manhã ir abrir as prendinhas, é sempre uma enorme alegria por mais modestas que elas possam ser.
    Desejo-lhe um Natal muito Feliz e um excelente Ano Novo.
    Beijinhos
    Maria

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  32. Segui a leitura revivendo os meus natais!
    Infelizmente o espírito hoje é outro!
    Os pais-natais ganharam ao menino Jesus!
    Que lindo final!
    Adorei!
    Feliz Natal AC!
    beijinho

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  33. Um retrato do Natal de extrema delicadeza e ternura. Senti-me parte da cena, já que traz muito dos Natais que vivi: o aroma pela casa, os doces, a oração... Bom Natal, AC. E que o Novo Ano traga muitas alegrias. Abraços.

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  34. Votos de um Santo Natal para si e família.

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  35. A foto é bela e original...
    Original é uma das tantas qualidades tuas
    na arte literária, deixa-me dizer o meu sentir
    constante quando te leio, que é o encantamento!...
    O meu encantamento fica na mesma dimensão do
    João (personagem) diante do teu sentir poético
    mágico nas palavras (sempre)!...
    Votos de feliz natal em família com harmonia,
    amor e paz (pressinto em ti essa preciosidade)!
    Um beijinho.

    Ps: Grata pelo teu olhar poético e profundo
    no meu blog, este último comentário (teu),
    amei: "Porque o caminho, para ser pleno,
    tem que ser em modo infinito" (um trecho)
    precioso!...

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  36. Começa o conto a informar-nos que se passou na década de sessenta, ainda bem que existiram pessoas que viveram nesta época cheia de tudo menos do consumismo que faz questão de nos atropelar nos dias que correm.

    E ainda bem que existem pessoas que fazem questão de escrever Menino Jesus. Eu que não conheço o Menino Jesus, mas não me importava nada de conhecer, gosto que o Natal nos aqueça com a imagem do Menino Jesus. Nada tenho contra o Pai Natal, mas, Menino Jesus vai mais ao encontro do Natal que eu gosto de abraçar.

    Também gosto daquelas pessoas que tratam eternamente outras por "menina". Seja a menina Amélia da mercearia, seja a menina Elsa do gabinete médico, seja a menina Elvira da lavandaria... É muito português esta coisa da "menina", ainda que a menina já tenha oitenta anos. Gosto disso.

    E gosto muito de arroz doce, de rabanadas que eu teimo em chamar de fatias douradas, de lareiras e gente à volta em amena cavaqueira, de de meninos que têm todo um futuro pela frente, meninos que caem e se sabem levantar logo de seguida.

    E de sorrisos... Com isto dos sorrisos termino este meu comentário que já vai longo - este seu texto bem merece de tão bem escrito que está.

    AC, tenha um bom Natal e obrigada por este presente em forma de letras, presente este que se come como se não houvesse amanhã, tenho para mim que não engorda nem nada :))

    Aceite um beijinho.

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  37. Venho desejar um FELIZ NATAL e um 2016, pleno de paz, saúde e amor.
    Bjs

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  38. A beleza das coisas simples tal e qual era nos tempos de outro tempo. Quem sabe se o tempo do João e o do contista se confundem no mesmo tempo e no mesmo espaço? Passo.
    Cheio de calor e sentimentos este conto, admiravelmente narrado, escorrido ao compasso de uma sabedoria popular tem o encanto das coisas raras.

    Muito Boas-Festas. Boas! Grande abraço.

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  39. História que nos deixa nostálgicos,com vontade voltar ao tempo.E como nao volta a gente fica como o João 'absorto,com mil pensamentos'...
    Obrigada pelo belo conto.
    Um lindo Natal AC

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  40. Belo conto . Provoca saudade .

    AC um Santo Natal e
    grande Beijo ,
    Maria

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  41. ~***~
    ~ FESTAS AMOROSAS E FELIZES, AC. ~

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  42. Muito obrigada pelos excelentes momentos de leitura e reflexão que o ”Interioridades” proporciona, muito obrigada pela simpatia das palavras que generosamente ofereces à luz fragmentada.
    Os meus votos sinceros de um Feliz Natal, muita saúde, paz e amor.

    Um abraço da Brígida

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  43. Há muito tempo longe daqui, AC, mas nunca esquecido. Passaram-se tantas coisas que nem saberia por onde começar.
    Aqui em minha casa, a ceia já acabou há um bom pedaço. Este ano houve "menina Jesus", deleite dos meus dias.
    Foi bom ter vindo ler esta sobremesa que me transportou à minha infância de catraia, a dormir com o coração cheio de fidelidade ao enigma desse Menino, numa noite cheia de mistério.
    Esse mistério ainda nos habita, bem como o enigma que o envolve.
    Enviarei mail, brevemente.
    Um grande abraço, com a gratidão de sempre,( apesar de ingrata) :)

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  44. Oh, AC, fiquei comovida! Conto belíssimo, adorei!
    Beijinhos e... Feliz Natal!

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  45. Um Natal encantado, por aqui. :)
    Boas Festas, AC.

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  46. Agostinhamigo

    Esta é uma época de Amor, Paz e Bondade - e também de Abraço, de Saudade e de Saúde. É época de reconciliação.

    Por isso, aqui estou de baraço ao pescoço, qual Egas Moniz, propondo-te que retomemos a nossa epistolografia. Após o Google me ter REMOVIDO sem qualquer explicação os meus gmails e blogues (TODOS!!!!) - voltei-me para o SAPO Só de endereços de imeile perdi mais de 1 300 e roubaram-me 13 anos de trabalho.

    henrique20091941@sapo.pt

    http://atravessadoferreira.blogs.sapo.pt

    Boas Festas (atrasadas...) e abç do Leãozão (Henrique)

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  47. E como o menino que habita em mim se comove com essa história.
    O que sabem os meninos do Outro?
    Narrativa primorosa.
    Abraço forte,

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  48. Adorei este maravilhoso conto. EXCELENTE!
    bjs

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