domingo, 12 de dezembro de 2010

CONTO DE NATAL

.Imagem tirada da Net
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A década de sessenta iniciara-se há pouco.
Na aldeia, inclinada à inclemência dos gelos da Estrela, não se poupava na lenha. Em casa do Luís Pereira o lume crepitava desde muito cedo, inundando a cozinha com um calor só visto nas grandes azáfamas.
Da horta, logo de manhã, tinham chegado as mais lindas e apetecíveis couves, que iriam fazer companhia, na Consoada, ao bacalhau já demolhado, comprado na mercearia da menina Amélia. Mas havia ainda muito que fazer: só de doces ainda faltavam as filhós, que seriam fritas a meio da tarde, as rabanadas, o arroz doce...
O João, seis anitos de gente, cirandava pela casa tentando não perder pitada de todo aquele movimento, que só se via naquela altura do ano. Enquanto a mãe e as irmãs davam voltas à massa para as filhós, o pequeno não arredava pé, como se toda aquela lida desse asas ao encantamento com que vivia a época.
- Oh João, vai brincar lá para fora!
É o vais! O João empolgava-se a respirar todos aqueles preparativos para "a noite mais longa do ano", como dizia o pai, e só quando era preciso reforçar o lume é que ele condescendia em ir ao quintal para trazer mais uns cavacos. Era preciso aquecer bem a casa para receber o Menino Jesus!
Durante a fritura das filhós, toda a casa se via envolvida em cantos. Enquanto lhes davam forma e as colocavam no azeite quente, as mulheres cantavam em louvor do Menino:
........Ó meu Menino Jesus
........Ó meu menino tão belo
........Só Vós pudestes nascer
........Na noite do caramelo.
À Consoada, após a oração dirigida pelo chefe da casa, as atenções centraram-se no bacalhau e nas couves que, a pouco e pouco, iam desaparecendo de duas grandes travessas. Aos dois filhos mais velhos, já homens feitos, foi-lhes permitido acompanhar o pai e o avô num copo de vinho, que a ocasião era de festa. A noite ia decorrendo, animada, como seria de esperar numa mesa com dez pessoas irmanadas pelos mesmos sentimentos. As filhós e as rabanadas iam temperando a conversa, que alternava aqui e ali com as canções que as mulheres tentavam impor e a que todos aderiam...
........Da vara nasceu a vara
........Da vara nasceu a flor
........Da flor nasceu Maria
........De Maria o Redentor.
Ainda a mesa da Consoada não estava apanhada e já o João, afoito, corria para a cozinha, na ânsia de colocar os sapatos para a prenda do Menino Jesus. Ainda esboçou um gesto para levar também as botas feitas no Zé Brás, o sapateiro da terra, para ver se o leque das prendas aumentava, mas os olhos da mãe disseram-lhe que não valia a pena. Pouco depois recebeu ordem para ir para a cama, enquanto os mais velhos, com outro estatuto, saíam para a missa do Galo, a que se seguiria uma ida ao madeiro, que combatia o ar gelado da noite no adro da igreja.
No dia de Natal, bem cedinho, ainda antes do galo cantar, o João foi o primeiro a levantar-se. Com o coração aos pulos, correu para a cozinha e galgou a distância em dois tempos. Pegou no embrulho que estava junto dos seus sapatos, atado com um grosseiro cordel, e desembrulhou-o logo ali. Então, deslumbrado, pegou na camisola e nas calças novas e levou-as, instintivamente, ao seu corpito de menino. Que bem lhe ficariam na missa de Natal!
A manhã custou a passar, pois nunca mais chegava a hora de vestir a roupa nova. Ansiava pelo momento de subir a igreja, de peito inchado, exibindo a roupa para os amigos. Quando, finalmente, chegou a autorização da mãe, ele e os irmãos partiram para a igreja, onde os aguardava o encantamento das enormes figuras do presépio que o padre Nicolau tinha mandado vir do Porto.
Enquanto faziam o caminho o João continha-se para não correr. Queria chegar à igreja o mais rapidamente possível para ver o presépio, mas com a roupa direitinha. Contudo, os cânticos que se ouviam ao longe ainda acirravam mais a vontade de chegar depressa. Os irmãos, que lhe notavam a ansiedade, sorriam uns para os outros. Apesar das partidas que ele lhes pregava, gostavam muito da vivacidade do irmão mais novo, e sabiam o que ele estava a sofrer para dominar a sua vontade. Às tantas, já com a igreja à vista, o pequeno não se conteve mais e começou a correr. Os irmãos ainda tentaram segurá-lo, mas quem o conseguiu foi uma pedra solta no meio do caminho, que o fez estatelar no meio do chão.
Teve que voltar para trás e, quando chegou a casa, ainda não parara de soluçar, tal a decepção que sentia ao ver a sua roupa nova toda enlameada.
Com muito jeitinho e uma paciência que só as mães têm, a Maria José lá o convenceu a vestir outra roupa. E o João, que sonhara com uma entrada triunfal na igreja, subiu a coxia de cabeça baixa, só estacando em frente do presépio. Então, à vista daquelas maravilhosas figuras, o miúdo começou a esquecer-se da roupa que vestia. Deitou os olhos para o Menino e, qual milagre de Natal, teve a certeza que Ele também olhava para si. E sorria-lhe.
Durante o almoço toda a gente estranhou o silêncio do João. Não que ele estivesse triste, longe disso, mas mostrava-se tão ausente do que tinha no prato que parecia longe dali, absorto em mil pensamentos. Mas o que passava na sua cabeça devia ser coisa boa, pois de vez em quando esboçava um sorriso. E só mais tarde, quando lhe puseram uma taça de arroz doce à frente e o viram desenhar um menino com a canela, é que perceberam o encantamento que ia na alma do pequeno.
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Reedição
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113 comentários:

  1. A.C. ganhei o meu primeiro selo e repassa-o ao seu blog por gostar muito .Por favor, passe no meu blog para retirá-lo. Um abraço.

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  2. ...e o meu encantamento que estou me vendo dentro dessa história.

    Esse texto tem cheiro e sabor de Natal. E amor de família.Não é isso o que a gente quer de verdade?

    Comovente!

    Beijos,AC, com brilhos e cheiro das tuias de Natal.

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  3. Caraca moço...
    Viajei agora para a casa do menino,fui a igreja e vi tambem o presepio armado.
    Muito lindo mesmo seu conto.
    Que sorte você ter reeditado para eu poder ler.

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  4. Que bom, ter uma família assim, onde a noite de Natal é especial, porque todos comungam dos mesmos acreditares e amor.
    Parabéns, é muito lindo o texto e a família também.
    Feliz Natal.

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  5. Oiie Ac passa lá no meu blog tem um selinho pra vc..
    Forte abraço!

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  6. Soube-me a Miguel Torga. Parabéns , AC.
    Fizeste bem em reeditá-lo.
    beijo

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  7. Oi AC!

    Lindíssimo conto de Natal, meu amigo! Você se supera. Adoro as palavras que usa, as expressões e termos. E o desfecho, transfigurando o verdadeiro espírito do Natal, que deveria permear a todo momento em nós. Eis o que o Natal significa. Esquecer a roupa, a comida, os presentes. E lembrar d'Ele, que está sempre a nos olhar. A nos proteger e ajudar. E agradecer, agradecer muito! Adorei seu conto, perfeito!

    Um beijo

    Carla

    (ah, queria te perguntar se você faz backup do seu blog. Tem um texto ótimo nesse blog aquihttp://www.elainegaspareto.com/ com dicas excelentes sobre a proteção do blog. Se tiver um tempo, dá uma olhadinha)

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  8. Olá AC.; venho agradecr a visita e dizer-me acariciada pelo calor da lareira dessa recordação, como se fosse a lareira lá de casa a fazê-lo. O Natal tamvém é feito de memórias, como estas, de cheiros e de sabores e de afectos, transversais a todas as vidas.
    Abraço e obrigada pelo reavivar de memórias, falando das suas.
    Maria Mamede

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  9. Lamentavelmente o meu comentário ficou cheio de erros.
    Pelo facto peço me desculpe.
    M.M.

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  10. Encantada com a historia
    apaixonada pela vida!

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  11. Lindo conto.
    Deve se ter tudo preparado para o Jesus habitar em nossas casas, em nossos corações.

    Um beijo!

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  12. AC,


    Perfeito!


    Quantas e quantas vezes pensamos que o presente está em seu embrulho, mas o essencial onde se esconde?


    Um abraço enorme, Marluce

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  13. AC
    Linda estória, pena que muitos das novas gerações deixem pelo caminho a importãncia de viver o mais tempo possivel com a família, e por vezes quando se apercebem já è tarde.
    Beijo bom Domingo

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  14. Um ambiente familiar na época natalícia que nos faz repensar na nossa própria família e como abordamos esta celebração tão linda.

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  15. Agostinho,
    Revejo-me na história do João e encarno a personagem, com uma diferença de duas décadas. É o que eu sentia no Natal, final da década de 40 do século passado.
    Os mesmos anseios, as mesmas alegrias, a mesma ansiedade e até as mesmas canções ao Menino Deus.
    É assim na nossa Beira interior. É pena que se adulterem as tradições. Olha agora o caso da morte do jovem de Penamacor no dia de ir buscar o Madeiro? São os exageros de uma abundância aparente.
    Gostei muito da reedição da tua história porque, tenho para mim, que o João eras tu.
    Abraço
    Caldeira

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  16. AC,

    Que beleza de conto de Natal.
    A familia toda reunida fazendo as iguarias natalinas, a criança em sua ansiedade, a reunião de todos à mesa, a Missa do Galo, o entusiasmo com o presente, o enlevo com o presepio....
    Isso é Natal!

    abraços

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  17. AC,
    delicado e de maravilhoso tocar..
    um beijo carinhoso..

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  18. AC, que lindo, você me fez chorar aqui,pois lembrei-me de meu Paizinho que ja não esta mais conosco a 20 anos, e para ele era assim,os 6 filhos reunidos cada qual com suas familias e era tudo tão lindo...Obrigada por me trazer tão doce lembrança com essa postagem.
    Beijos em seu coração pessoinha especial que eu admiro mais a cada postagem.

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  19. que ternura de conto. gostei muito. por momentos voltei a ser criança e a ter os 6 anos do João.

    beij

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  20. Um verdadeiro conto sobre a esperança, a que o Natal ensina, muito belo e sensível. Beijos!

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  21. Um lindo conto de Natal, de um Natal verdadeiro.
    E aproveito para te desejar uma festa assim, autêntica e bonita como o próprio Natal.
    Abraço grande.

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  22. Carissimo tenha um lindo final de semana.
    bjs

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  23. AC,


    Lindo e reflexivo Conto de Natal.



    BjO!

    :)

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  24. Ah AC, João foi brincar com o Menino Jesus! Lindo conto, amo a tua narrativa.
    Um bj querido amigo.

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  25. Boa noite Ac.
    Passando para te ler e como sempre me encantando com o texto.
    Muita sensibilidade, você molda as palavras e elas saem sorrindo para tela.

    Saudades tuas.
    Beijo.
    Fernanda.

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  26. Li e reli com os olhos marejados...Era um Natal assim que acontecia na minha infância, o ritual era muito parecido..Só mudava um pouco a letra do canto.Lembro que além do presépio montado com reproduções em barro , fazíamos também o presépio humano. Até meus nove anos figurei no telhado do presépio como Anjo...Quanta magia ...Quão verdadeira era a referência ao Menino Jesus! Compreensivel a emoção do menino do seu conto. Maravilha de Conto.Beijos A.C.

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  27. Um conto de Natal cheio de calor humano, magia, e sobretudo muita ternura....
    Obrigada pela partilha....
    Beijos e abraços
    Marta

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  28. Voltei à infância pela sua mão.
    Senti os cheiros, os sons, o ar de festa no ar, a azáfama na cozinha, o calor que nos tomava em pleno Inverno... Os sonhos de uma noite sempre luminosa... Há tanto tempo!

    Um beijo

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  29. AC,

    Os momentos que eram de família, de puro desejo, onde as pequenas coisas eram um mundo.

    Com este conto relembro o espírito que me envolvia, numa fraternidade, num encantamento familiar e de crença.

    Tens o condão de em emocionares, de me fazeres chorar, coisa que muitos poucos conseguem.

    bj

    P.s. Passa no meu blog. Tens lá uns selos que te ofereço.

    bj

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  30. Ac, sabe não gosto muito de contos de natal, culpa de Alexandre Dumas, pois o último conto que havia lido foi dele. Um conto muito triste que me fez chorar.
    Mais esse seu conto, amei. Foi de uma lisura. Coisa rica esse menino.

    BeijooO*

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  31. AC, meu querido eu estou com a Valéria nessa. Não gosto de contos de Natal, mas o seu é envolvente e emocionante... Me envolvi de uma tal forma que nem sei explicar!!

    perfeito, meu querido!!!

    beijos

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  32. *Lagriminhas*

    Natal me entristece mas adoro família reunida, adoro crianças, adoro arroz doce e, principalmente, adoro sensibilidade!

    Beijo, beijo.

    ℓυηα

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  33. Encantador... me deixei transportar para aquela casa, ao seio daquela família e senti odores e sabores, ouvi as conversas, os cantos, acompanhei-os à missa e pude vivenciar o encantamento do menino já que o partilhava com ele.
    Até me deu vontade de comemorar o Natal como fazia no meu tempo de criança, antes de me tornar tão bicho do mato.
    Foi muito bom ler e muito bom lembrar...
    Obrigada por reeditá-lo e me dar a oportunidade de lê-lo.
    Beijos e uma semana linda pra vc.

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  34. A.C., visualizei teu conto em tons quentes e coloridos de prosa. Lindo!
    Bjo, querido.

    Ah, lá no blog há tb um conto de Natal. Passa lá!
    Outro beijo.

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  35. AC, que conto maravilhoso!!
    Todo o encantamento do Natal está guardado nele.
    O pequeno João acaba de me aquecer a alma.
    Uma verdadeira viagem...
    Beijo grande

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  36. Eu li o texto atentamente,os Natais de hoje não são mais como os de antigamente. Eu ainda peguei um pedacinho dessa euforia,todo mundo de roupa nova,missa,cheirinho de pernil e rodeando os preparativos. Eu me lembro que o natal demorava a chegar mas quando chegava era uma loucura.
    Bons tempos,te lendo agora voltei ao meu tempo,senti saudades. Uma formosura.
    Parabéns.

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  37. AC,

    Pudera se todas as noites houvesse essa confraternização. É um momento mágico onde muitos ficam unidos num dialeto todos por todos.

    Na história me concentrei, também, no bacalhau. Meu pai faz questão que tenha. Ele adora!

    Amigo, e que gracinha o João, hein? Pena foi a pedra... Mas, ainda bem que o encantamento não foi quebrado.

    Bjuxxx e xeroo amigo.

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  38. Que tenhamos cada vez mais e mais a verdadeira essencia do Natal..que consigamos resgata la...abraços de boa semana pra ti amigo...

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  39. Linda narração fizeste, AC. Um conto traduzindo todo o encantamento do Natal, assim como deveria ser no coração de todos.

    Beijos.
    Boa semana.

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  40. Lindo, cheio dessa magia que, muitos esqueceram.

    Ao fundo ouço o velhinho a passar voando, HO HO HO

    Belo conto de natal.

    Parabéns!

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  41. Meu amigo:
    Um verdadeiro sonho de Natal este seu texto. Merece sempre ser reeditado tal a profundidade nele contida.
    Visitei, jantei, cantei e provei o saboroso arroz doce desta família.
    Valores que infelizmente cada vez são mais raros, na frenética ânsia do consumismo.
    Desejo-lhe um santo natal na companhia dos seus ente queridos.
    Beijinhos da amiga
    Fê Blue Bird

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  42. Belo. Comovente.

    Pena hoje as coisas mais simples e belas não 'estarem na moda'.
    Ainda ontem o Celebrante perguntava aos meninos da Catequese (pasme-se) que estavam na Celebração Dominical, quem é que vinha no Natal e a resposta... 'óbvia': o Pai Natal!


    Um Santo Natal, com Jesus.

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  43. Soube-me bem este (re)encontro com A Maria josé e com o João.Em época natalícia, esta narração trouxe-me a minha mãe e a minha infância.E o mesmo encantamento...
    OBRIGADA, AMIGO!


    PS.Tinha saudades destas suas estórias.

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  44. Lindo conto de Natal! Natal que existe dentro de nossa criança interior, aquela que existirá sempre dentro de nós e que vivenciou com todo sentimento a alegria da espera e toda azáfama de sua preparação o que já constitui a festa da Boa Nova.fica para sempre no nosso coração acompanhando a saudade de um tempo ido, mas qu está sempre renascendo nas novas crianças da família,,, e isto é muito bom! Um grande abraço e Feliz Natal!

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  45. A.C,

    Muito lindo!Um texto para se guardar!!

    Grande beijo e boa semana!!

    Reggina Moon

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  46. Bom dia, AC!
    Viajei no seu conto, amigo!
    Deu-me enorme saudade de meus Natais infantis, quando não tinha a troca de presente, por falta de recursos financeiros para tal, mas tinha a família reunida, o calor e a reflexão feita por meus pais (ele hoje já não está entre nós) sobre o verdadeiro sentido do Natal, as novenas de Natal em familia, quando cantávamos. Emocionei-me, obrigada por me proporcionar essas saudosas e belas lembranças.
    Beijos em seu coração, ótima semana a ti e aos teus, é sempre muito bom ler-te, tens o dom da escrita.

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  47. Amigo querido, eu manteiga derretida, estou aqui com lágrimas nos olhos pela emoção que me causou teu belíssimo conto! Sublime meu amigo!!! Receba meu sincero carinho... Bjsss

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  48. Sempre me emociono, quando oiço as pessoas falar das suas noites de Natal, e por vezes são "contos" mesmo, felizmente que outras são reais.
    Tens aquele dom especial do retoque de doce e de ternura nas tuas prosas lindas.
    Ao ler-te me deu também vontade de republicar uma noite de inverno na aldeia, a lareira e as velas e as sombras dos lumes dançando nas paredes.
    E me deu também uma saudade, não sei muito bem de quê, talvez de uma ceia de Natal, num futuro qualquer...
    Maria

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  49. Querida, eu tenho um "Oscar" para você no meu blog. Aceite.É seu.
    Bjs!!!
    Lu

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  50. AC,
    Maravilhoso!
    Adorei a história que em sí só é de uma belezura sem tamanho.
    Mais ainda o estilo com que passeia essa tua caneta encantada.

    Que lindo Natal, esse!
    bj
    Rossana

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  51. AC querido amigo...maravilhoso seu conto...meus pensamentos foram longe com suas palavras...
    Doce semana...beijos...
    Valéria

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  52. ler-te é como ingressar em uma viagem mágica.
    Este texto tem tudo de belo, de delicado de maravilhoso.
    Bjos achocolatados

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  53. não me aguentei, AC!

    fui buscar um banco baixinho e aqui fiquei a ouvi-lo contar-nos uma história

    alguma vez

    teria, de não ser apenas eu...

    pode contar outra, por favor?

    um beijo

    manuela

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  54. Oi AC....

    Tocou me profundamente esse conto....

    Mais um post onde eu fico enternecida....

    Bjos meu!!!!

    Zil

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  55. Sabe AC?
    Não vou dizer que não senti tua falta, seria mentira e eu não gosto delas.
    Mas entendo que a amizade, assim como o amor são livres.
    Se voltar é porque há importância.
    Senti-me honrada meu amigo, sou importante para ti, como és para mim.
    Vi-te em outros jardins, porém minha saudade foi maior, não resisti, bati na tua porta e entrei.
    Tímida e saudosa fiquei.
    Fortaleci-me com o delicioso texto e sai.
    É especial esse meu amigo, pensei...
    Eu também sou para ti constatei.

    Beijo.
    Fernanda.

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  56. Lindo! esse é o verdadeiro espirito de natal, tão em falta ultimamente, as pessoas preocupadas com a ceia, os presentes...
    Beijos

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  57. AC,

    Demorei a chegar porque eu queria ler com calma.

    Confesso que não gosto das festas de fim de ano, a maioria delas não me agradou. Exceção foi a época em que toda a família da minha mãe se reunia na casa da minha avó, mãe dela. Mas isso faz muito tempo...

    Conheci anos atrás, uma família portuguesa. E fiquei sabendo que faz parte da tradição de vocês comer couve no Natal. Em Minas Gerais, estado brasileiro, onde nasci, come-se couve quase sempre, mas nunca nessa época do ano. São as diversidades culturais, graças a Deus, e eu adoro isso.

    Mas, eu queria saber o que é filhós.

    Meu filho ama essa época e eu ando me esforçando para voltar a gostar, só por causa dele. E eu vejo sempre a ansiedade em volta dele, fazendo os olhinhos brilharem. É bom, muito bom, ele ainda acredita com o sonho da Noite mais longa do ano.

    Um abraço!

    Suzana/LILY

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  58. Um belissimo dia pra ti amigo,,,muita paz e muita poesia...abraços.

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  59. Meu querido amigo,

    Esse é o meu primeiro presente de natal. Obrigada!
    Que maravilha te ler!

    Bjs e linda semana pra nós

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  60. numa altura em que o espírito de Natal está completamente adulterado é mágico ler este texto e encontrar o encantamento do olhar do João em todos nós.
    Li e seni saudades desse tempo em que o Natal tinha um sabor tão doce e pleno de felicidade
    obrigada
    beijo

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  61. Li o seu conto de Natal e fiz um compasso de espera até enviar um coment. Muitas imagens idênticas a estas perpassaram na minha mente... de uma infância com muitas recordações cheias de significado como as do João. Gostei da lembrança...foi como um presente de Natal antecipado.
    Obrigada
    CF

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  62. Quem escreve assim não precisa de andar a inventar enigmas natalícios facilmente adivinháveis! :-))
    Parabéns pelo belo conto!

    Abraço

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  63. Adoro seu estilo literário.
    Emocionante conto!
    Beijos

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  64. Este sim é um conto de auto de Ntal como antigamente.
    relenbra nossa infancia e a beleza da inocencia e pureza das crianças.
    Eu amei!

    Vou te contar um segredo, ainda não aprendi nada de verdade, mas as secretarias de minha irmã excelentes e eu ajudo nquilo que estou aprendendo.
    com carinho Monica
    Mas dá passear, só não dá pra passear nos outros computadores só neste
    Porque posso colocar virus e é o instrumento de trabalho de minha irmã

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  65. As histórias de Natal encantam sempre, há um regresso à infância. Apesar do que vou dizer ser um cliché: todos temos dentro de nós uma criança!
    É entre as crianças que a verdade existe na sua plenitude quer brutalmente quer carinhosamente!
    Abraço!

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  66. Belíssimo, AC.
    Vou mostrá-lo às minhas netinhas. Muito lindo mesmo!Parabéns!
    As crianças vivem dando belos exemplos. Pena que muitos adultos não as tenham como exemplo.

    Um beijo :)
    Lau

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  67. Olá AC,
    Ainda bem que aceitei o convite, o meu tempo tem andado limitado, mas gostei muito do teu conto.
    O teu conto fez-me recuar à simplicidade com que viviamos o Natal. A família era mais unida, adultos e crianças viviam a festa magicamente, com pureza e fé.
    Penso que há neste conto muito da tua vivência, os detalhes têm grande preciosismo. Não serias o João?
    Apetece pegar numa cadeira e ficar a viver este Natal.
    Beijos,
    Manuela

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  68. Assim faz sentido, um Natal como o do João. E que saudade me deu dos Natais da minha infãncia onde o pouco tinha tanto valor...
    Bjs

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  69. AHHH que graça!!

    imagem linda tbm!! roubei!! hahaha

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  70. SERÁ QUE AINDA EXISTEM NATAIS ASSIM? O TEU CONTO É UM BELO MANJAR, UMA PRECIOSIDADE DIGNA DE APLAUSOS PORQUE ME LEMBREI DA MINHA INFÂNCIA, QUANDO AINDA NINGUÉM TINHA FALECIDO, A FAMÍLIA ESTAVA COMPLETA, HAVIA OS PRIMOS E PRIMAS...E A ALEGRIA SOLTAVA-SE,A MAGIA ACONTECIA, HAVIA BRILHOS NO AR...

    E DEMORAVA TANTO PARA CHEGAR À ESTA QUADRA!!! SONHAVA-SE COM O NATAL...COM AS PRENDAS, QUE APESAR DE ESCASSAS SABIAM-NOS BEM E FICÁVAMOS TÃO FELIZES...

    FOI BOM LER-TE, ADOREI A HISTÓRIA DESSE JOÃOZINHO ...UM MIMO!!!

    BEIJO:)

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  71. AC

    E tudo girava à volta da chegada do Menino Jesus a nossas casas, naquela que era a noite mais longa do ano, na verdade, e a única que era verdadeiramente mágica, aos nossos olhos e nos nossos corações. Meninos e Meninas desse tempo!

    Uma delícia este conto. A fazer disparar o coração pela proximidade das memórias.

    Um enorme abraço

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  72. Cheiros, sabores, azáfama, encantamento... a magia dos natais, quiçá passado há muito perdido, os rituais de inocência das crianças junto à chaminé!... Emocionante, amigo!
    Abraço

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  73. AC,

    Relendo este seu belo Conto de Natal ...


    BjO Grande !


    :)

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  74. Agostinhamigo

    Conto de Natal à boa maneira tradicional. Bem escrito, são, escorreito; ao sabor do Suave Milagre do nosso Eça. Muitos parabéns.

    Cada vez mais vai desaparecendo o estilo, cada vez mais o computador substitui a intenção, cada vez mais adorar o menino em Belém é trocado pela falsa reverência ao senhor de Belém. É assim, que se há-de fazer?

    Felizmente, no meio desse deserto de ideias, de valores e de sentimentos em que se tornou o Mundo, mais me encantam os contos de Natal como este teu: sentido, carinhoso, gentil. É obra.

    Mesmo para um ímpio como eu, que confesso que fui católico, mas curei-me, o Natal tem o profundo significado de salvação. Dos desvarios que empecilham o nosso dia-a-dia. Tão só. Mas profundamente suficiente.

    Abs

    PS – Não te esqueças de responder ao concurso/passatempo lá na minha baiuca…

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  75. Olá AC,
    Em tons de familia...
    Palavras cintilantes...
    Num doce sabor a canela e abraços...
    Gostei!
    Porque em alguns lares...ainda há Natal...

    Bjs dos Alpes

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  76. Até que não se sinta, a verdadeira alegria de Natal, não existe. Todo o demais é aparência - muitos enfeites. Porque não são os enfeites, não é a neve. Não é a árvore, nem a chaminé. O Natal é o calor que volta ao coração das pessoas, a generosidade de compartilhá-la com outros e a esperança de seguir adiante.

    Noite de paz pra ti

    Bjs

    Livinha

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  77. E em meio a mais um regresso,uma outra viagem,sendo essa ao interior, ao âmago desse lugar,repleno de palavras que enobrecem a estrada a qual desejo profundamente continuar a trilhar!

    Abraços no coração!

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  78. Um belissimo dia pra ti amigo,,,abraços fraternos.

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  79. Estou aí dentro dessa história de Natal...
    Fantástica!
    Beijos,

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  80. Olá, AC!
    Tempo de encantamento o do Natal, quando se era pequenote e se ansiava pelo momento de ver o que tinha sido deixado no sapatinho; a noite era mal dormida, e a o dia parecia não mais chegar...
    Hoje, muita coisa mudou, começando pelo sapatinho que deu lugar à meia alta, ligada ao muito comercial Pai Natal ... que substitui o menino Jesus.
    Lindamente contado, gostei muito.
    Obrigado pelo simpático comentário que deixou.
    Um abraço, Feliz Natal.

    Vitor
    http://vitorchuvashortstories.wordpress.com/

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  81. AC, meu querido, só vc para escrever algo assim, tão belo e tão cheio de sentimentos como esse conto.

    Amei! Emocionei-me!
    Ler-te é um privilégio...

    Beijinho de luz pra vc! :)

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  82. Belo e encantatório no encanto do peito de uma criança!
    beijo encantado.

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  83. Não há outro momento na nossa vida em que o Natal seja vivido com tanta ansiedade e intensidade como na infância. Apenas lamento que cada vez mais as crianças associem o Natal ao mercantilismo que esta sociedade lhe incutiu. Acho que o João nos ensina que não são "as roupas novas" que realmente importam...
    Obrigada por este conto, AC. Ele não é apenas um retorno ao passado. Ele é uma lição de vida.

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  84. Uma verdadeira história de natal com todos os ingredientes e os odores açucarados das guloseimas e doces da época... sem faltar a ternura do Joãozinho.
    Beijo
    Graça

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  85. E então, amigo, vim lhe avisar que voltei com o mesmo sorriso da ida...:)

    Belíssimo esse conto. Muito lindo mesmo!
    Obrigada por compartilhar conosco.

    Minha netinha espera ansiosa pelo "aniversário do Jesus", e eu me entristeço ao pensar em quantos adultos se esquecem do significado dessa data tão linda.

    Abração prá você, e tenha um maravilhoso e santo Natal junto aos seus.

    Cid@

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  86. "Para sonhar um ano novo que mereça este nome, você tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre."

    Boas Festas!

    Bjs.

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  87. Oi AC
    Conto delicado e bem o jeitinho que deve ser pra todos nós a noite de Natal - a família ao redor dos filhos , os louvores , a melhor maneira de presentear e agradecer tudo que temos , todos os nossos dias.
    Achei lindíssimo e muito doce.
    Obrigada pela recepção , a pausa foi só um refresco pelo calor que temos tido por aqui .
    Um passeio sem programar é sempre agradável.
    Um lindo Natal , deixo o meu abraço e afeto.

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  88. Tem outro selinho para vc no meu blog.
    Bjs!
    Lu

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  89. Amigo querido, vim te visitar e lhe deixar uma chuvinha de carinho pra regar seu lindo e amoroso coração, viu? Bjsss

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  90. Um belissimo dia pra ti amigo,,,o,brigado sempre pelas palavras no Livro deixadas...abraços fraternos.

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  91. De novo te leio, teu conto de Natal, teu Natal verdadeiro. Gostei do teu Natal. E porque gosto de te ler sempre, porque nas tuas palavras percebo o teu sentir de verdade, para além de belo, muito bem escrito, tenho presentes de Natal p'ra ti, aqui:

    http://meusamigosseusmimosmeusencantos.blogspot.com/2010/12/esta-chegando-o-natal.html

    beijo e saudade.

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  92. .

    Lindo conto!

    Numa época bem apropriada para sua leitura.


    Beijo

    .
    .

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  93. Oi, A.C. querido!
    Voltei para reler teu texto.
    Saudade de ti lá no blog, moço.
    Bjo

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  94. Boa tarde, AC!
    A cada vez que volto a ler teu conto, mais me encanta e mais me recordo dos meus natais de quando era criança, de familia reunida.
    Beijos em teu coração, otima tarde a ti, amigo!

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  95. Nossa! Fantástico! Me arrepiou aqui...

    E olha que eu não sou muito apegado ao natal, mas a infinidade de sentimentos suscitados pelo conto me obriga a tirar o chapéu e parabenizar tão perfeita simetria narrativa!

    Bem acima da média!

    Um abraço!

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  96. O pequeno sentiu-se tocado pelo espírito natalino, esquecendo-se da roupa nova, esquecendo-se de todas as excentricidades, e mergulhando no verdadeiro espírito da coisa: Jesus!
    Amei o blog, agora sigo o... :)

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  97. Bem lindo o Natal do João com roupa nova , e arroz doce com a sua assinatura de canela . AS crianças precisam dessa magia e eu oferecia-a à minha filha durante até poder , embora não goste do natal por saber que é nesta época que o coração das pessoas incha mais ...
    um abraço
    bom natal
    __________ JRMarto

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  98. que seria do natal sem as crianças são elas que lhes dão a magia que tem
    beijinhos

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  99. Magnifico como sempre!
    Passei para desejar a si e a toda a sua família e amigos, um Feliz Natal, repleto de alegria, saúde, paz e amor.

    “A Melhor mensagem de Natal é aquela que sai em silêncio de nossos corações e aquece com ternura os corações daqueles que nos acompanham em nossa caminhada pela vida.” (desconhecido)

    Que a Luz e o Espírito de Amor do Natal, consigam prevalecer nos nossos corações ao longo de todos os dias do ano que está a chegar, para seja sempre Natal.

    Beijinhos
    Maria e familia

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  100. Saúde e um autêntico renascimento.
    beijo :)

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  101. AC,
    Já tinha lido este conto. É lindo pois traz memórias similares às que vivi.
    A Consoada, a correria, a excitação, tudo tão presente.
    Também punha o sapatinho e só no dia a seguir é que ia buscar as prendas. Era um dia de festa, de alegria, de encantamento.
    udo belo AC.
    Obrigada por mo recordar.
    Bjs. :)

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  102. uma delicia. Afinal, o teletransporte já existe :-) e o Menino Jesus? Bem mais interesssnte que qualquer Pai Natal americano.
    Gostei bastante. Fico à espera do proximo.

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