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A seara ondulava
Sensual
E as papoilas
Efémeras
Adornavam o bailado
Que embalava
A paixão das cigarras
Assim eras tu
Em Maio
Na frescura dos caminhos
Radiante
Com o mundo a teus pés
Gostavas do teu brilho
E embriagavas-te
Na imagem do espelho
Que enfeitavas
Com as cores
Duma Primavera duradoura
Esqueceste os aromas da terra
E não vias que os deuses
Despreocupados
Em olímpico tédio
Jogavam o teu destino
Em jogo de dados
Dedilhando-o
Em acordes chorados
O espelho fragmentou-se
E não percebeste
A sensação de frio
Nos caminhos que te levaram
À solidão
Dum palco vazio.
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Porque não estamos sozinhos no mundo…
ResponderEliminarPorque somos um “ser-com-os-outros”…
Porque queremos acreditar que a vida não é uma árvore outonal e que podemos ramificá-la com os laços da família…
Porque os teus textos nos transportam para um mundo interior que nos liberta de insignificâncias materiais e nos leva a questionar…
Por tudo isto aqui deixamos um “Obrigado”
A dupla maravilha e Ana Carolina (reflexão conjunta)
Olá, dupla/tripla maravilha!
ResponderEliminarÉ muito bom poder contar com a vossa cumplicidade.
Sei que estão sempre presentes, e isso é que conta.
Obrigado!
Narciso?
ResponderEliminarAparentemente uma simples flor...
Poeticamente envaideceste-a de tal forma que se soltou da terra para ser:
... bailado de sensações
... brisa mitológica de arrepiar a esfera olímpica
... tragédia adivinhada vivida com paixão...
Com toda a sinceridade e, ainda embalada nesta dança simbólica, miro o espelho olímpico e vejo, no alto do seu monte, o lugar de um outro "deus": Agostinho, o Poeta.
:)
Regressando à terra, parabéns Agostinho!
Um poema moldado em estilo Horaciano.Adoro Horácio, o inspirador de Ricardo Reis.Poema sério, grave, profundo, lembrando que somos seres efémeros, seres para a morte e que morremos a cada minuto que passa.A morte como resultado da soma dos dias. Bonifrates na mão do destino,eis-nos chegados ao dia da "sensação de frio(...)dum palco vazio.
ResponderEliminarAgostinho,você é poético na prosa e na poesia porque é em si morada dela, na sua essência mais pura.
IBEL
Talvez que um dia o frio
ResponderEliminarSe arrepie no teu corpo
Ou os vermes te desfaçam de nudez
Mas da tua alma
A essência pura
Permanecerá na água dos teus versos
Onde Apolo se banha
Na linfa de Narciso
E dessa morte não perecerás.
IBEL
Gostei muito.
ResponderEliminarHomrm, não pares de escrever!