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Para o João, ave em busca do seu destino
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Para o João, ave em busca do seu destino
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Olhava para ti
Enquanto deslizavas
Em pleno deleite
Na graciosidade do voo
Olhando o ramo mais alto
Em sorriso primaveril.
O respirar era ágil
Na perfeição do pino
E o alto dos pinheiros
Limite da iniciação
Não escondia a ambição
Dum voar mais amplo
Que sonhavas no distante
Cenário do teu destino.
A segurança do ninho
Tecido com ternura
Já não te bastava
E lentamente sufocava
O enorme anseio
De tudo abraçar.
Quando sentia
À tardinha
O teu olhar no longe
E via o apelo
Desenfreado
Dos trilhos impossíveis
Sabia que nada
Mesmo nada
Te faria perceber
Que o longo braço da vida
Não tem distância
Mas equilíbrio
Em porfiada harmonia.
A partida era iminente
A favor ou contra a corrente
Alheia à palavra calma
Mas só tu poderias descobrir
Nas teias do porvir
O verdadeiro lugar
Da dimensão da tua alma.
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Hoje, gostava de ser o João
ResponderEliminarVoar sem rumo no colo do vento
E acariciar o alvor da emoção…
Hoje, gostava de ser o João
Saber que o limite das asas
Fica muito além do que dizem ser a razão…
Hoje, gostava de ser o João
Perder-me no céu, poisar
Perto do sol e longe da perdição…
Algum dia serei o João?
(Se não me cortarem as asas
Nem me ferirem o coração.)
Até lá...
(E como não posso ser o João)
Quero apenas acreditar
Que a cada momento
Na alma me crescem as asas
Para um dia poder voar,
com ternura e perfeição.
A beleza do teu poema "iguala-se" à extraordinária beleza de uma ave em pleno voo...
Gostei muito de poder voar nas asas das tuas palavras. Obrigada.
Bem haja por me fazer sonhar e sorrir,sempre que leio o que escreve! Nesta vida tão amargurada, onde a revolta e o sentimento de não pertencer aqui, os seus textos, poesias, vão apaziguando tudo o resto. Quanto ao livro, compreendo. :) O cansaço, é o meu único remédio para mascarar tudo o resto e a maneira que eu arranjei de não pensar e fazer o que não devo!se aqui estou, algo devo ter que provar a mim e ao mundo que me rodeia.OBRIGADA!
ResponderEliminarPois é, amigo, eles têm que partir à procura de si mesmos e não há volta a dar-lhe.
ResponderEliminarAh, quem me dera fazer o voo do João!
Um abraço
É este sonho que nos acalenta a alma e nos faz fazer.
ResponderEliminarÉ pelo sonho que o Homem voa para um destino melhor. Utopia? Talvez sim ou talvez não. Já o Gedeão dizia que "o sonho comamda a vida" e ele, como homem da Ciência, dos melhores do nosso tempo, lá saberia como a utopia se pode tornar real.
Tal como o caminho se faz caminhando levar a vida a - "aprender a aprender" em termos científicos a "metacognição" - leva-nos a acreditar que é sempre possível voar mais alto. Criar asas fortes que nos conduzam às alturas. É preciso querer. Ter confiança. Alimentar a Esperança. Acreditar no bom que existe em cada ser humano e minimizar a parte má. Mais Alma e menos Instinto.
Será que o Físico Rómulo de Carvalho (Gedeão) não é actual? Quero acreditar nesta utopia neste voo mais alto e mais além. Sei que depende mais de mim do que dos outros, mas os ombros amigos ajudam e muito.
É sempre um prazer ler-te e comentar o que escreves.
Abraço
Caldeira
Para nos descobrirmos a nós próprios temos que nos pôr à prova.
ResponderEliminarGostei deste voar!
PG
"Não me esqueci de nada, mãe
ResponderEliminarGuardo a tua voz dentro de mim
E deixo-te as rosas
Boa noite.
Eu vou com as aves."
Eugénio de Andrade
Que belo poema, Agostinho!!!
Ps. FAZ ANOS HOJE?É PEIXINHO DAS MESMAS ÁGUAS COMO EU?
QUE BELA COINCIDÊNCIA!!!!COMO FIQUEI FELIZ!!!!!
Eu sei e sinto que os passarinhos que durante estes ultimos quatro anos o acompanharam, nos voos de aprendizagem e não só, o preocupam, e o deixam com uma certa nostalgia, não é? Verdade ou não? Eles vão ter as mesmas saudades, do mestre que os motivou, preparou, ensinou, eu sei lá, haveria tantas coisas a dizer ... QUERO DESEJAR-LHE MUITOS PARABÉN PELO SEU ANIVERSÁRIO, E QUE CONTEMOS MUITOS MAIS ANOS CONSIGO, EM TODOS OS SENTIDOS.:) UM GRANDE BEM HAJA. UMA MÃE RECONHECIDA. PAULA OLIVEIRA.
ResponderEliminarQuando os filhos saem de casa em busca do seu próprio destino, muitas sensações e emoções são despoletadas. Estou agora a passar por isso, e às vezes o que se sente é contraditório. Ainda que com rosas. Mas prevalece sempre a compreensão do voo. Ou dos voos.
ResponderEliminarAna Paula,
ResponderEliminarOs passarinhos estão prontos para outros voos, em que lhes será feita uma exigência cada vez maior. Oxalá se preocupem sempre com o essencial, que de acessórios andamos todos muito confundidos.
Obrigado pelas suas palavras. Sei que são sentidas.
Como nós, que um dia nos desabrigámos das asas dos nossos pais, também os nossos filhos terão que partir em voos solitários... Por vezes, para os lugares mais inesperados, inóspitos e longínquos.
ResponderEliminarMas, já diz o escritor, não há longe nem distância... de certo modo é mesmo assim, "longe, de sitio nenhum"...
Esta é uma viagem de expectativas, independência e crescimento interior. Para os filhos e para os pais também, de outro modo.
Que o "Jonathan Livingstone Seagull" a quem dedica o poema nunca se sinta perdido e alcance a plenitude no voo da Vida.
Vai conseguir. Confie.
O mundo virtual tem destas coisas. Às vezes, vinda não se sabe de onde, uma palavra tem o condão de nos tocar. Obrigado, caro anónimo.
ResponderEliminarObrigada pela suavidade das palavras.
ResponderEliminarLi o seu poema. Tocou-me, porque também eu deixo que o olhar se perca na lonjura dos "trilhos impossíveis", procurando ainda "o verdadeiro lugar da dimensão da minha alma". E tenho medo, sim. Tenho medo de me perder na voragem do ser, porque o sonho nasce sem freio ou medida e os trilhos da vida são outros.