segunda-feira, 23 de agosto de 2010

EFÉMERO

.Imagem encontrada na Net (desconheço o autor)
.
.
.
A seara ondulava
Sensual
E as papoilas
Efémeras
Adornavam o cenário
Que embalava
O voar das borboletas
Assim eras tu
Em Maio
Na frescura dos caminhos
Radiante
Com o mundo a teus pés
Gostavas do teu brilho
E embriagavas-te
Na imagem do espelho
Que enfeitavas
Com as cores
Duma eterna primavera
Esqueceste os aromas da terra
E não viste que os deuses
Despreocupados
Em olímpico tédio
Jogavam o teu destino
Em jogo de dados
Dedilhado
Em acordes chorados
O espelho fragmentou-se
E não percebeste
A sensação de frio
Nos caminhos que te levaram
À solidão
Dum palco vazio.
.
.
.

65 comentários:

  1. AC, adorei o poema, simplesmente belo! Difícil sublinhar, porque todas as palavras surgem de uma forma única e com uma leveza incomparavel.
    beijinho

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  2. Captou momentos sublime de um palco vazio.

    BeijooO*

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  3. Um cenário vazio no palco da vida.
    Gostei da imagem da seara ondulante e da imagem do espelho onde te embriagavas de cores e esperanças.

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  4. Querido AC...

    Sei que suas férias foram merecidas e aproveitadas, mas...ainda bem que você voltou!
    para cá e para o Desassossego.

    E acho que é mesmo isso : não percebemos que os deuses decidem nossos destinos em momentos de tédio.E então o palco e alma vazios.

    Beijos.

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  5. Obrigada pela sua visita e comentário, volte sempre q quiser.
    Obrigada pelo voto e peço q continue votando e torcendo.
    @vanimonique
    :*

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  6. muito bonito poema.
    pega-nos e acompanha-nos durante a leitura com ritmo cadenciado.
    e o sentimento de efémero nos deixa sem palavras quando a última palavra é lida.

    abraço

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  7. AC, um poema que até nos dói no último verso.
    belo, de uma beleza que não é efémera.

    beijo grande

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  8. maravilha AC percorrer as papoilas e borboletas, mas felicidade mesmo se constrói junto e esse poema diz isso. Sonho que se sonha junto é realidade..:)

    bjs

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  9. .

    . a.maio.me por ora no voo das borboletas que te são a essência ao peito .

    .

    . as palavras . canto.chão deste palco nunca vazio .

    .

    . abraço.Te .

    .

    . paulo .

    .

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  10. Achei uma forma elegante de falar de sentimentos.

    Bjs*

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  11. Oie, bom dia !!!
    Tem um presentinho para você no meu blog, pega la que é seu com muito carinho.
    Beijosssss

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  12. AC, lindíssimo, este poema!
    Um abraço.

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  13. Ac,

    cá gostei do que aqui encontrei,

    te sigo para tbm acompanhar tuas palavras :)

    beijos,

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  14. juntando
    os pedaços de espelho

    cravados no coração

    enfeitamos as searas
    as outras
    onde fermenta o pão

    .

    não gosto de palcos vazios AC!

    por isso prefiro os teatros modernos onde a concepção plástica do espectáculo é difusa

    entre o que assiste e o que representa
    como um diálogo

    mas gostei

    do EFÉMERO vermelho das suas papoilas
    em Maio!

    um beijo

    manuela

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  15. São tão breves as papoilas... e o campo vazio de vermelhos só volta a ter sentido no renascer das espigas adormecidas na terra...palco nu onde voltaremos sempre, que a solidão é companheira nas voltas da vida.

    Um beijo

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  16. Lindo poema, AC.
    Toda escolha tem suas consequências, e ela que só via a si mesma, um dia viu-se realmente só.

    Abraço, ótima semana.

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  17. Excelente poema. Magnífico blog que já está nos favoritos. Tenho de voltar com mais tempo porque tudo o que está aqui o merece. Obrigado pelas visitas.
    Um abraço.

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  18. A intensidade cresce rumo ao final: pungente!

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  19. Lindo poema! Em que estação ele está?! Difícil, nos leva a velejar!

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  20. Tudo é efémero e como tal deve se viver com toda a plenitude! Ouço nesse palco vazio, muito ruído de vozes!?...
    Bjs,
    Manuela

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  21. AC,

    Muitos dos poemas que escreve parecem centrados numa mesma personagem. Nos últimos versos, sempre um véu de tristeza e desdita a cobrir o rosto dessa personagem que se nos apresenta tão cheia de luz no início. Gosto muito dessa personagem, ainda que nem sempre seja capaz de compreender esta aparente contradição.
    Análises à parte, devo dizer-lhe que é dos registos que mais gosto.

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  22. Dificil comentar quando tudo é belo!
    Bjs

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  23. AC ,
    nada mais frio que um palco solitário e vazio ... " só " porque nos preócupamos demais comm o que , apesar de belo , é efémero .

    Beijo ,
    Maria

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  24. AC

    Há palcos onde os dados são apenas monólogos de estados de alma vazios. Há palcos em que a vida decorre numa trama, que é um drama imenso de solidão, sem luzes na ribalta... apenas um espelho enorme com uma única imagem reflectida, tão éfemera quanto o som de um aplauso.

    Muito bonito. Tão suave que é melodia, tão profundo que emociona.

    Um beijinho e obrigada!

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  25. A solidao é a maior dor pra alma.

    bjs
    Insana

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  26. Versos profundos e cadenciados que levam o leitor ao final em um só fôlego...
    Simplesmente perfeito!
    beijos

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  27. Um poema leve como vôo de borboletas e denso como a solidão, para saborear lentamente como quem sorve um copo d'água cristalina e fresca, ouvindo a sinfonia de um pôr-do-sol.
    Meu caro e admirado poeta, atrevi-me a oferecer-lhe um selinho que está indicado para seu blog, lá no Chocolate. Não haverá constrangimento caso prefira não trazê-lo para cá. O meu objetivo é homenageá-lo e espero se sinta assim.
    Beijos.

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  28. Uma imagem, que só por si, dá a imagem da solidão de alguém que se esqueceu do seu lugar no palco da vida.
    Poema lindíssimo, aliás, como é costume.
    Adorei.
    Um abraço amigo
    Caldeira

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  29. À semelhança de Pigmaleão.
    Bonita composição, AC.

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  30. Olá meu caro,

    gosto muito do lirismo acentuado e bem versejado de seus poemas... Um abraço e obrigada pelo carinho de sempre em meus espaços poéticos.

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  31. O palco vazio....e é tão triste!!

    Um abraço meu querido AC!!!

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  32. Depois não vá me dizer se tenho razão ou não de perguntar pelo livro.[rs] Que lindos, intensos versos, AC!!
    O palco está vazio, mas existe um raio de luz... mesmo que também seja efêmero.
    Um beijo e obrigada por nos brindar com suas belas obras.

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  33. cenario real de a solidão....

    belissimo e triste....

    beijo

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  34. Palco vazio... dor no peito.

    "O voar das borboletas
    Assim eras tu"

    Linda a forma de se expressar.

    Beijos

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  35. OLA AC!
    OBRIGADA PELO CARINHO EM SEUS COMENTARIOS

    DEUS MUDOU MINHA ESTRADA E COISAS MARAVILHOSAS VEM ACONTECENDO JA A 14 ANOS
    BOA SEMANA
    ABRAÇO CARINHOSAMENTE

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  36. UAU! Que poesia linda, AC! Nossa, lindo mesmo... Eu me senti dentro dos seus versos... Eu me senti uma mulher na primavera, vestida lindamente e sendo adorada... =) Muito lindo, viu? Uau!!

    Mas, sim, vim aqui especialmente para lhe agradecer por ter me dado as boas-vindas! Espero não me afastar mais dos meus cantos amados...

    Bju!

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  37. Adorei teu blog! Belíssimo!
    Gosto de conhecer pessoas inteligentes, observadoras e sensíveis!
    Já estou te seguindo ...
    Se puder visita meu cantinho tb, que é feito com muito carinho.
    Bjs doces!

    *´¨)
    ¸.·´¸.·*´¨) ¸.·*¨)
    (¸.·´ (¸.·` *♥ Jussara Christina ♥*♥*♥*♥*♥*♥*♥*♥*♥

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  38. A Vida é um palco... que mesmo sem querermos fica por vezes tão vazio...

    Sensibilidade e uma tristeza que se sente e depreende deste palco vazio onde as papoilas são efémeras.

    Bj.

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  39. Olá, td bem?
    Passei por aqui e achei muito show de bola seu blog, estou seguindo!
    SE desejar, ficarei feliz se passar pelo meu humilde blog, e me seguir...ok?

    bjão!

    www.falarfrancamente.blogspot.com

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  40. Bravo!

    Que bom tê-lo descoberto, adoro a sua poesia.

    Bjos
    MariaIvone

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  41. Olá AC!

    Tal como acontece com as papoilas, também para muitos de nós a fase de deslumbramento é efémera, sem disso nos darmos conta.

    Um abraço.
    Vitor

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  42. Talvez seja já tarde demais quando entendemos que não comandamos a vida e tudo se acaba incluindo as palmas que deixamos de escutar.
    Bj

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  43. Obrigado pela passagem lá em meu espaço. Passei para agradecer. Seja bem vindo!!

    Abraço

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  44. Obrigada pela visita e comentário e como sempre...Extasio-me diante do que escreves ...Esquadrinho meus pensamentos reflito e busco na tua poesia o foco do que me fascina quando leio. Nós necessitamos de platéia, de quem nos veja e nos faça sentir que existimos , que somos um pouco de tudo a não apenas o nada vazio e solitário...Como negar a obviedade dos aplausos que necessitamos ...Cabe-nos fazer a nossa parte e não deixar a plateia vazia. Abraços , amei!

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  45. gostei do blog
    gostei das palavras
    gostei dos sentires

    voltarei :)

    jocas maradas,,,, sempre

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  46. Sublimes seus versos querido AC...
    Beijos
    Valéria

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  47. E quantos de nós já não nos deixamos levar pelos
    "caminhos que conduzem à solidão"...

    Como sempre, palavras mágicas por aqui. =)

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  48. E por ser assim tão efêmero,
    o palco haverá de abrir novamente as cortinas e o vazio reporá os murmúrios saltitantes na linha do tempo...

    Lindo poema...

    Meu amigo, fiquei imensamente feliz com o teu comentário postado em meu recanto.
    E assim eu a ti devolvo na mesma razão:
    "Ah, como é bom sentir o mundo com alma de poeta...!"

    Obrigado.

    Bjs

    Livinha

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  49. Que lindo. "A solidão de um palco vazio."
    Muito bom, beijo.

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  50. Absolutamente divinal, a vida é efémera passando velozmente, por isso devemos aproveitar ao máximo o momento presente.
    bjs do tamanho do infinito
    Maria

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  51. ...E o pano correu devagarinho sobre o palco da vida!! Vazio?? Quem disse? O vazio não faz também parte da vida??
    De pé...aplaudo o Poema maravilhoso a escorrer pelos nossos sentidos... Efémero? Nunca!
    Beijo
    Graça

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  52. Belíssimo, AC!
    Belíssimo!
    Esta conclusão que acontece no palco vazio é fortíssima! Alí a cortina se fecha e a solidão impera...
    Gostei demais!
    Forte abraço!

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  53. Ácêamigo

    Descobri-te no Teatrices e decidi vir aqui. Em boa hora o fiz. Esta nossa blogosfera permite-nos entrar na casa de um cidadão, sem bater à porta, nem ter autorização para o despautério.

    Colo aqui:
    E não percebeste
    A sensação de frio
    Nos caminhos que te levaram
    À solidão
    Dum palco vazio.

    É muito bonito. Palmas, mesmo no teatro vazio. Parabéns.

    E que tal uma voltinha no intervalo pela minha baiuca? Será um prazer. E com cumentários, com o. E arregimentado como meu (per)seguidor. Olarila.

    Abs

    .
    .

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  54. Este comentário foi removido pelo autor.

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  55. Viva!

    Aplaudo a elegia...

    Beijos.

    (Divagar e sempre...)

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  56. Grata pela visita. Volte lá sempre que quiser, será uma honra.

    Lindo poema, aplaudo.

    Bjo Gde.

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  57. Há momentos em que a vida torna-se um imenso palco vazio...

    Belíssimo!

    Bem-vindo ao Lacunas do Tempo!

    Abraço,
    Ane

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  58. Ao ler teu poema, a sensação e de sair com fragmentos nos olhos.
    Cadência, ritmo, quase canção.
    Linda a imagem da papoula efêmera.
    Lindas todas as imagens, desde o maio aos pedaços de brilho - como em Narciso, num lago de espelho.

    [Grata pela visita!]

    Beijos.
    .
    .
    .
    Katyuscia

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  59. caro amigo, por que insisto em ver , com tanta dor, o palco vazio ? Por nele as papoulas... os sonhos, fotografias, talvez...
    que poema lindo!
    beijos!!!!

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  60. ...Quem sou eu pra falar de lembranças né?
    Quero que saiba que tudo é muito perfeito, muito lindo.
    Talvez um dia me visite no meu site na 5ª página a 5ª poesia de cima para baixo "A noite da minha poesia" (se puder)leia diga alguma.
    Bjinho Silviah
    www.silviah.net

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