.
..
.
O poema já foi reformulado desde que foi publicado. E pode não ficar por aqui.
.
.
..
Olha para o mundo
Em filtro de números
Mapas
Grelhas
Planos
Instrumentos infalíveis
Na projecção de resultados
Fabricados
Em função dos objectivos
Delineados
Em gabinetes inspirados
Não gosta da cor
Mas é sonhador
Dum pesadelo geral
Imagina o mundo
Em plano de fundo
Uma enorme aldeia
Simulacro de colmeia
De robôs operários
Sem qualquer paragem
Na cadeia de montagem
Se saísse à rua
Como simples mortal
Talvez a verdade
Nua e crua
Tomasse de assalto
O que restasse
Do seu coração
E fizesse tremer
(Ainda que de leve)
O alicerce
Da sua convicção
Mas está protegido
Na torre envidraçada
Encoberto
Em cortina fumada
E a sua alma
Há muito sem perdão
Ficou abandonada
Perdida e rejeitada
No cesto de papéis
Dum qualquer saguão.
.Em filtro de números
Mapas
Grelhas
Planos
Instrumentos infalíveis
Na projecção de resultados
Fabricados
Em função dos objectivos
Delineados
Em gabinetes inspirados
Não gosta da cor
Mas é sonhador
Dum pesadelo geral
Imagina o mundo
Em plano de fundo
Uma enorme aldeia
Simulacro de colmeia
De robôs operários
Sem qualquer paragem
Na cadeia de montagem
Se saísse à rua
Como simples mortal
Talvez a verdade
Nua e crua
Tomasse de assalto
O que restasse
Do seu coração
E fizesse tremer
(Ainda que de leve)
O alicerce
Da sua convicção
Mas está protegido
Na torre envidraçada
Encoberto
Em cortina fumada
E a sua alma
Há muito sem perdão
Ficou abandonada
Perdida e rejeitada
No cesto de papéis
Dum qualquer saguão.
.
O poema já foi reformulado desde que foi publicado. E pode não ficar por aqui.
.
.
formigas operarias, um belo retrato da multidao a trabalhar e um que se esquiva/que se deprime- refletindo nos outros sua fraqueza - eu sempre viajo nas tuas poesias rsrs
ResponderEliminarbeijo
Belo post para época de eleição no Brasil!
ResponderEliminarQue tudo não acabe numa cesta de velhos papéis.
Beijos!
Suzana/LILY
Boa reflexão AC, aliás, excelente!
ResponderEliminarbjs
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarEsta protegido na torre envidraçada, encoberto
ResponderEliminarem cortina fumada. E olha para o mundo e sendo sonhador vê um plano de fundo de comeia de abelhas operárias... Como é bonita a imaginação de um sonhador!
BeijooO*
Conheço-as
ResponderEliminaras abelhas
não mudam assim
já as vespas
não sei
Abraço
Não sei você, mas eu fiquei com uma raiva danada de um senhor chamado deus.
ResponderEliminarE é magnífico! Assim mesmo é o 'grande irmão': um 'voiyeur', sem alma, das pequenas-grandes tragédias alheias, inerte e indiferente.
ResponderEliminarSe não ficar por aqui, votos de uma boa continuação :)
AC gosto de vir aqui e ler os seus posts, sempre excelentes...perfeitos...
ResponderEliminarBeijo
Pois é! O Big Brother, que é como quem diz, o(s) tipo(s), que ninguém sabe quem é, mas sabemos todos, que nos está a ver para nos entorpecer.
ResponderEliminarQuase...quase...lamela em microscópio...celulazinha em banho maria, atordoada peça íris que a lente amplia...
ResponderEliminarUm beijo
Ressalva: não "peça íris" mas "pela íris"
ResponderEliminar:)
cada vez mais parecemos autómatos controlados mas sem percebermos o quanto.
ResponderEliminarBJ
Olá, amigo!
ResponderEliminarPassei para uma visitinha e conhecer seu espaço...
Gostei de tudo que vi e li.
Você é muito talentoso.
Bom fim de semana!
Beijinhos.
Itabira
Brasil
Fez-me lembrar os "tempos modernos" de Charlot! e acredito que o poema vai continuar a ser reformulado.
ResponderEliminarBeijos
Descreveste um sensível retrato da sociedade contemporânea, e como ela está sempre mudando, acho que teu poema ainda será reformulado.
ResponderEliminarBeijos
Magnífico!
ResponderEliminarRobôs electrónicos ou comandados por um fio.
Atrás da cortina o fazedor de marionetas
ri-se do golpe
que transforma a qualidade num número...
manobra a seu favor um mundo vazio
onde a mentira impera!
Parabéns pela "verdade nua e crua".
Um grande bem-haja e muitos vivas! :)
O seu poema foi me levando a uma reflexão, a um olhar crítico, do outro, dos políticos principalmente, e foi se voltando para mim....quantas vezes a nós é dada o poder de olhar para fora, para o mundo, podendo colaborar mais, até mesmo de mudar realidades e não o fazemos.
ResponderEliminarabraço!
Ultimamente tem me chamado a atenção seus comentários em alguns blogs que visito. Pode ser que já tenha vindo por aqui a algum tempo atrás. Li outros textos, outros poemas, me impressionou a qualidade da sua escrita.
ResponderEliminarVocê tem livro publicado? Ao ler os textos me deu vontade de ler em um livro.
abraço
Olá meu caro,
ResponderEliminartexto expressivo que reflete aspectos sociais amplos e conduz á reflexão. Ótima postagem...
Também gosto de burilar meus textos... Um abraço amigo.
Belo texto.
ResponderEliminarbjs
Insana
Miragens escondendo a lida
ResponderEliminartraços de almas, encadeadas vencidas.
medo, conceitos, mundo cão,
máquinas bolinadas, vidas arrisca.
Serões, questões, duvidas se debatendo
e a gente se buscando entre encontrões..
Mas não foi assim a história vivida
por esse grande irmão, poucos entenderam,
outros nada não...
Profundo e forte meu amigo
Reflexivo!
Lindo fim de semana pra ti
Bjs
Livinha
Obrigada por teu carinho querido.
ResponderEliminarSabes bem como impressionar com as palavras...
Virei em momento melhor, não estou muito bem.
Beijos.
Um poema em constante mutação, que nao se revela completamente, como nossas almas voláteis de sentimentos transitórios, o moto-continuo da cidade, a falta de imaginação do cotidiano... mas restam sonhos...
ResponderEliminarForte e belo texto.
Beijokas e um lindo fds.
... e como é inquietante senti-lo em cada movimento que a gente faz...
ResponderEliminargosto da tua escrita inteligente AC!
beijo.
tem fim de semana descansado
.
ResponderEliminar. a prova . que de mãos.dadas ruma [também] a poesia com a visão certa de fora para dentro .
.
. onde é então visionária de todos os acrescentos .
.
. um abraço .
.
A.C.,
ResponderEliminartristemente belo .
Quero acreditar que um dia , ao reformolares o poema , acrescentes ... alguém passou no saguão , pegou na alma " dizendo " _ não é aqui o teu lugar _
Um beijo ,
Maria
Tudo muda o tempo todo, paz.
ResponderEliminarBeijo Lisette
Acredito, que tudo se transforma com o passar do tempo, belo texto.
ResponderEliminarBjs.
Agostinho,
ResponderEliminarAinda bem que centraste o teu grito na intervenção cívica, precisa e urgente. Fizeste-o da forma brilhante e poética, como só tu sabes fazer. A forma adocica o conteúdo mas este é, altamente corrosivo, para quem queira aprofundar o seu intrínseco objectivo e saiba entender o que lhe está subjacente.
Parabéns
Caldeira
AC
ResponderEliminarNa triste previsão da morte das colmeias com vida, este poema, a arrepiar-me...
Acredito que, por detrás dos gestos planeados e comandados, na linha de montagem que nos preparam, existirão sempre os olhares partilhados e com eles a força que impedirá que nos ceguem os voos.
Um beijinho e obrigada, sempre!
O poema pulsa como a vida; por isso, não pode estagnar nunca. Está sempre em movimento, querendo mai e pedindo mais, sejam mudanças, evolução, versos, sentimentos...O TEMPO NÃO PARA E a VIDA também não.
ResponderEliminarTenha um lindo fim de semana!!!
BEIJÃO!!!
Que a vida nos livre de "tipos" assim.
ResponderEliminarbeijo
Apaguei sem querer a frase anterior ap beijo, s+o que não sei como.
ResponderEliminardizia eu que;
poema actualíssimo. gostei muito.
A mutabilidade do poema sintetiza bem o que é a vida, inconstante a espera de uma completude. Carinhosamente Óleo.
ResponderEliminarEsse poema olha fundo a "humanidade".
ResponderEliminarBeijos, meu caro!
Ninguém lhes tomaria o coração,AC, porque robôs não os tem.
ResponderEliminarE à alma sem perdão sobraria o cesto de lixo.
Simplesmente aterrador, porque SOMOS NÓS.
Bom domingo, meu querido! Que texto!!!!
Beijos
Sómente o poeta tem "licença" para substantivar ou adjetivar coisas, objetos e até mesmo pessoas!Esse ente invisível e aparentemente abstrato vive
ResponderEliminarconosco diuturnamente e nos corrói a passos largos sem que nos apercebamos, subliminarmente, de uma forma bem CONCRETA, sem dó nem piedade!
Beijos e bom final de semana!!
Gosto de me confronatar com várias versões do mesmo texto. Acontece-me isso muitas vezes. Reformule as vezes necessárias, nas já está excelente. O resto já está tudo dito.
ResponderEliminarE que tal um abraço de boa noite?
AC
ResponderEliminare a gente vai teimosamente reformulando conceitos e conflitos.
Gostei da sua visita , obrigada
Fique bem , deixo um abraço nesse domingo
AC
ResponderEliminarbasta um pequeno poder
ou um poder pequeno, talvez
para o grande irmão
sentar-se exactamente à nossa frente
ou quem sabe, dentro de nós?
pois não é assim que os professores se sentem quando atolados de fichas e avaliações e outras reuniões, deixam de ter tempo para as crianças?
e os médicos, com o computador enfiado no nariz
e já nem levantam os olhos para a pessoa à sua frente, paciente, nome exacto para tanta paciência...
as mudanças apenas escritas no papel,
são armadilhas que espreitam
quem as tem que aguentar, desfasadas da realidade e muitas vezes de humanidade!
e se não percebi bem a questão, peço desculpa, meu irmão...
um beijo
manuela
há muitos mundos
ResponderEliminarpara lá desse
saguão
*abraço*
Este poema, profundíssimo, impressiona-me particularmente, não só pelo que a sociedade actual faz de alguns homens, ou pelo que eles fazem a si próprios, isolados nas suas torres de des(afectos).
ResponderEliminarMuito bom.
Um abraço.
Branca
Intenso e lindo...fez-me ir longe! Bjos, carinho.
ResponderEliminarObrigada pela visita. Fico muito contente por saber de um sentir assim como este que aqui encontro. Parabéns uma vez mais. Vai bem ao cerne das questões. Gosto.
ResponderEliminarAbraço
Rosário
Uma semana de paz, vim desejar. Obrigada por sua visita, lá estarei a espera-lo com o que tenho de melhor pra dar-te,o amor de Deus em Palavras. Beijos no coração.
ResponderEliminarJá havia lido, voltei para reler: li e suspirei.
ResponderEliminarAc...
ResponderEliminarGosto muito de vir aqui ler tua poesia.
É linda...
Me ahabita...
Amei...
Beijo.
Fernanda
"Talvez a verdade
ResponderEliminar"Nua e crua
Tomasse de assalto
O que restasse
Do seu coração"
Muitooo lindo
obrigado por visitar meu blog
tem post novo lá!
beijos
ótimo post...
ResponderEliminarameiiiii...
bjok
Parecemos uma fila de soldados sob as ordens do Grande Irmão...não como robôts...mas como aqueles que não conseguem tirar o espartilho da sociedade e inventam cada dia...o modo de largar a pele...como fazem as cobras, quando estão cansadas delas...
ResponderEliminarDispensamos seráficos cumpridores de normas, mais ainda os talentosos administradores.Gostei do texto e acredito que ainda vai levar novos acrescentos.
Bj~Graça
Expressou com perfeição!
ResponderEliminarBom início de semana!
=D
ac,
ResponderEliminarbelo poema..
e bem atual...perfeito..
um abraço..
AC
ResponderEliminarprofundo e actual.
belo momento de poesia.
beij
Ah, sabia que ele está protegido em algum lugar. Porque se deixasse, se ele se permitisse viver, encontraria poesia nas ruas...
ResponderEliminarbeijos
Obrigada, AC, pela visita. Perdoe-me por visitá-lo tão pouco... é que ainda estou passando por ajustes, preciso separar um tempo somente para visitar todos vocês. Logo encontro o meu eixo, se Deus quiser...
ResponderEliminarBju!
Olá AC!
ResponderEliminarPara esses "senhores"sem alma o mundo não é mesmo mais que um linha de produção, a ser regida por comprovadas técnicas de gestão,e que se quer tão robotizada quanto possível.
Está muito bem escrito, conviadando-nos s pensar no que queremos ser como gente, enquanto andámos por cá.
Um abraço.
Vitor
"Mas está protegido
ResponderEliminarNa torre envidraçada
Encoberto
Em cortina fumada
E a sua alma
Há muito sem perdão
Ficou abandonada
Perdida e rejeitada
No cesto de papéis
Dum qualquer saguão."
ESTÁ TUDO AQUI...PELO MENOS MARA MIM...É PARA ISTO QUE CHEGAMOS AQUI?!
BEIJO
AC o teu poema fez-me recordar um livro lido há uns anos... Sou forçada a concordar com Michel e Daniel (a personagem) que em toda a narrativa esperam uma existência fora da "ilha"... o problema talvez seja nosso, ao julgarmos que uma "ilha" nos será bastante quando, no fundo, alguns de nós, ambicionamos o Mundo...
ResponderEliminarTornamos o outro em Mundo e verificamos, depressa demais, que esse mundo é demasiado limitado. Nada contra a utopias, excepto quando elas se viram contra nós e nos limitam os movimentos...
Ainda assim, faço minhas as palavras de Houellebecq que traduzem, um pouco, a forma tola como ainda vejo o mundo e sinto o amor.
A Possibilidade de uma Ilha
Minha vida, minha vida, minha muito ancestral
Mal cumprido o meu primeiro voto
Repudiado o meu primeiro amor,
Precisei do teu retorno.
Precisei de conhecer
O que a vida tem de melhor,
Quando dois corpos brincam com a felicidade
E se unem e renascem sem fim.
Dominado por uma dependência total,
Sei o estremecimento do ser
A hesitação em desaparecer,
O sol que incide de través.
E o amor, onde tudo é fácil,
Onde tudo é dado no momento;
Existe no meio do tempo
A possibilidade de uma ilha.
Michel Houellebecq, in "A Possibilidade de uma Ilha"
Como a nós a possibilidade da clonagem (e ainda bem) não é uma realidade, resta-nos transformar o nosso mundo, tornando mais Mundo do que quando visto pela primeira vez...
AC...
ResponderEliminarObrigada pelo carinho amigo.
Beijo.
Fernanda.