sábado, 21 de julho de 2012

EFÉMERO

.
Pintura de Margarida Cepêda
.
.
.
A seara ondulava
Sensual
E as papoilas
Efémeras
Adornavam o cenário
Que embalava
O voar das borboletas
Assim eras tu
Em Maio
Na frescura dos caminhos
Radiante
Com o mundo a teus pés
Gostavas do teu brilho
E embriagavas-te
Na imagem do espelho
Que enfeitavas
Com as cores
Duma eterna primavera
Esqueceste os aromas da terra
E não viste que os deuses
Despreocupados
Em olímpico tédio
Jogavam o teu destino
Em jogo de dados
Dedilhado
Em acordes chorados
O espelho fragmentou-se
E não percebeste
A sensação de frio
Nos caminhos que te levaram
À solidão
Dum palco vazio.
.
.
Reedição
.
.

57 comentários:

  1. Esquecemo-nos facilmente que a primavera é efémera.

    ResponderEliminar
  2. Lindo poema e linda pintura! Lembrei-me do mito de Persófene.Um abraço

    ResponderEliminar
  3. LIndíssimo!!abraços praianos,chica

    ResponderEliminar
  4. Um palco vazio sem que a cortina abrisse, mas os artistas existem e representam o vazio transmitindo-nos esse frio.
    Bom fim de semana Meu querido amigo.

    Beijinho e uma flor

    ResponderEliminar
  5. É preciso se preparar para o inverno agora, assim como fazem os ursos, porém, se o verão não foi aproveitado de maneira correta há de morrer de frio.
    Abraços!

    ResponderEliminar
  6. Tu tens brilho carissimo, que me embriaga toda a vez que aprecio suas palavras.
    beijos carissimo bom final de semana. E uma linda semana para ti.

    ResponderEliminar
  7. ... E o que importa cultivar,
    quando o frio se aproxima?
    A "eterna primavera"
    ou a eternidade?

    Obrigada por partilhar as suas reflexões.

    Boa continuação :)

    B. Luz

    ResponderEliminar
  8. que o palco vazio se encha de novo com muitas e deliciosas emoções. um belo poema, parabéns!

    ResponderEliminar
  9. Meu querido Poeta

    Tivesse o tempo mais tempo e a Primavera fosse um eterno renascer.
    Como sempre um belo momento de poesia.

    Um beijinho
    Sonhadora

    ResponderEliminar
  10. Neste "palco" cheio de fragrâncias e frescura, deliciei-me com as cores do poema a voar pelos caminhos da vida! Lindo AC! Beijinho E BFS :)

    ResponderEliminar
  11. E o que não é efémero? ;(
    A morte, talvez.
    Abraço-te

    ResponderEliminar
  12. Amigo AC,
    Não podemos admitir que nosso destino seja decido pelo jogo de azar olímpico.
    Diante de tanta beleza natural, só poderia mesmo resulta em um valoroso poema contendo poesia deste quilate.

    Ótimo alumbramento, amigo!

    Abraços do amigo e ótimo fim de semana para ti e família.

    ResponderEliminar
  13. O jogo sempre pode virar...
    Confio.
    Um grande bj querido amigo

    ResponderEliminar
  14. AC, parabéns pelo bom gosto da pintura, é linda e quanto ao poema, se ele tivesse sido feito para adornar a tela, não nos pareceria estranho.

    bjs nossos

    ResponderEliminar
  15. os deuses nos dedilham em seus acordes, acordem, acode-nos,


    abraço

    ResponderEliminar
  16. Os Deuses possuem mãos tortas,por isso, não é auspicioso permitir-lhes o jogo do destino.
    Em prosa ou verso, tu me comoves.
    bj, meu amigo querido

    ResponderEliminar
  17. Sorte minha essa reedição, pelo prazer de ler como se inédito aqui. Para mim, foi, assim, como se repete sempre a primavera. Todavia sempre nova.
    Abraços, AC. Bom domingo.
    Gilson.

    ResponderEliminar
  18. Talvez se possa aninhar nesse palco vazio à espera de nova Primavera. Porque se é efémera a Primavera, há razão para pensar que tal efemeridade também se aplique ao Inverno :)
    Um abraço e boa semana.

    ResponderEliminar
  19. A impermanência na vida,
    tudo em constante mutação.

    Boa semana!

    Beijos :)

    ResponderEliminar
  20. Oi AC, nem sei dizer o que é mais lindo, teus versos ou o conjunto dele com a imagem. Perfeito AC.
    bjsss

    ResponderEliminar
  21. ✿✿¸.•° Tudo é efêmero! Amei o texto anterior.
    ✿¸.Boa segunda-feira com tudo de bom!
    Beijinhos.
    ✿✿°

    ResponderEliminar
  22. Que poema, heim? Isso acontece, mesmo! Movidos pela emoção encontramos também muitas vezes um caminho de solidão, isso se chama vida! Um abraço, uma semana repleta de sonhos e alegrias!

    ResponderEliminar
  23. AC,
    Tão bonito este poema. A Primavera passou, o tempo não perdoa, corre como a água do rio. Mas na torrente das águas quem sabe se a solidão não acaba?
    Um feliz Verão.
    Beijinho.

    ResponderEliminar
  24. Muito belo... o toque que as palavras escrevem em nós, é eterno.

    beijos
    cvb

    ResponderEliminar
  25. Vejo a solisão, o tempo perdido, o ser em eterna hipnose dentro de tão belos versos.

    ResponderEliminar
  26. O tema da separação... dolorosa, mas belamente tratado!
    Um abraço.

    ResponderEliminar
  27. Tranquiliza-me e muito que certas coisas sejam efémeras.
    Conto expressivo e cintilante!!!
    Beijinhos, boa semana!
    Madalena

    ResponderEliminar
  28. belo poema - "pagão e puro"...

    abraços

    ResponderEliminar
  29. Linda pintura, e obrigada pela mensagem no meu cantinho, eu adoro os animais.

    Um abraço

    ResponderEliminar
  30. AC linda maneira como descreves teus versos. Amei!! Boa semana meu amigo.

    ResponderEliminar
  31. O que foi bom, cristaliza na alma, o restante, que se desvaneça no passado.

    Abraços poeta!

    ResponderEliminar
  32. O AC tem destas coisas...consegue transformar algo triste, em incrivelmente belo!

    Beijo
    Sónia

    ResponderEliminar
  33. E que essa tristeza seja apenas impulso pra uma bela poesia,,,sentimentos de alma....abraços de uma bela semana pra ti meu amigo...

    ResponderEliminar
  34. Inspirador.
    Intenso.
    Sentimental como são as tuas interioridades...

    Lindo, AC.

    Beijo!

    ResponderEliminar
  35. Tristeza alegre, pela beleza da sua poesia, AC...
    Beijos,
    da Lúcia

    ResponderEliminar
  36. Começo por sublinhar a estruturação (muito hábil) do poema, em duas partes (ainda que não espaçadas, o que se compreende pela intenção de tornar imprevista (até brusca) a transição entre esses dois corpos poéticos

    A estrutura reforça, de forma fulgurante, o que se diz

    Acrescento-lhe o contagiante o ritmo, em crescendo, que marcam cada uma das duas partes,

    Ritmo apenas quebrado na transição, que acima referi, a qual serve também como ponto de recomeço desse crescendo,
    um recomeço quase inverso, em sentido oposto
    (a transição é confluência)
    dados os diferentes tons
    (primeiro o traço idílico, sensual, memorial
    depois, claramente enegrecido).

    Finalmente,
    o que se diz, belo, invasor, intenso, cativante
    e as emoções (quase excluendas) que provoca ao leitor



    Quando escrevo assim tanto é sinal que gostei mesmo muito do poema

    Abraço

    ResponderEliminar
  37. A seara ondulava
    Sensual
    E as papoilas
    Efémeras
    Adornavam o cenário
    Que embalava
    O voar das borboletas

    Só aí já basta um grande poema...
    O demais ainda o torna mais profundo.

    Um abraço e grata pela visita, meu amigo!!!

    ResponderEliminar
  38. Um final triste, mas ainda assim um poema muito bonito!
    Beijos

    ResponderEliminar
  39. Eu sei que escreves bem mas, não conhecia ainda, essa tua queda para a poesia! lindo!
    Bjs

    ResponderEliminar
  40. Caro Agostinho,

    Depois, de umas hortícolas de encher o olho, uma poema de encher a alma.Ser poeta é,...

    Um abraço,

    ResponderEliminar
  41. às vezes não percebemos o frio de nossas escolhas e quando acordamos da queda das ilusões vemos que o palco também não existe.

    abraços!

    ResponderEliminar
  42. Tocou-me, de modo particular este poema, agora que as minhas searas, há muito esquecidas dos os caminhos de maio, procuram o trigo escasso entre a abundância do joio.

    Um beijo

    ResponderEliminar
  43. Esquecemo-nos que o tempo
    (gela as asas)
    Quando cansadas de voar,por um dia terem tocado como harpas.

    Adorei a tua poesia.
    Beijo

    ResponderEliminar
  44. AC,
    Sim, só as flores têm a beleza frágil da delicadeza eterna.
    Obrigada pela visita e pelas suas palavras.
    Beijinho e boas férias!:)

    ResponderEliminar
  45. Triste AC, mas penso qe as vezes os palcos vazios podem ser mais humanos que palcos onde a multidão lá está, porém ninguém escuta de verdade. :), um beijo

    ResponderEliminar
  46. Tentei seguir-te e não consegui, não sei o que houve..., mas parabéns por teu blog. e agradeço por seguir-me.Grande abraço.

    ResponderEliminar
  47. AC

    embalei-me no teu poema, comecei numa primavera florida, passei por um verão quente...

    mas também há o inverno...

    beijinho

    ResponderEliminar
  48. Nenhuma primavera é definitiva, e nenhum rosto vive feliz deslumbrado na solidão da própria imagem.

    Um beijinho, AC

    ResponderEliminar
  49. Uma alegria inebriante com as palavras, parabéns.
    Agradeço a visita em um dos meus blogs.
    Abraços de luz.
    Lua.

    ResponderEliminar
  50. Quantas primaveras existirão em uma vida?
    Quantos seres têm uma primavera?
    Todas as estações possuem o seu ciclo, mas elas não sabem disso, que tudo passa, se vai, esvai-se, e insistimos em fazer de conta que nós também não sabemos de nada, somos uns "pobrecitos"...:)

    beijo :)

    ResponderEliminar
  51. tudo tem o seu tempo, assim nos mostram as estações do ano
    beijos

    ResponderEliminar
  52. Lindíssimo!
    Muito andamos nós na solidão dos palcos

    Beijinho

    ResponderEliminar
  53. um poema puro e no entanto denso e verdadeiro.

    muito bom!

    bom fim de semana.

    beij

    ResponderEliminar
  54. Oi AC, passando para desejar um ótimo fim de semana e prá reler teu texto! bjsss

    ResponderEliminar
  55. Que lindo AC!
    Tao bom te ler!

    Ja estava com saudades
    Beijo e bom fim de semana!

    ResponderEliminar