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Paula Rego, Swallows the poisoned apple
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Lias que a vida
Em sentido pleno
Sorria nas coisas simples
Mas passavas
Apressada
Sem tempo para estar
Sem tempo para ver
Em busca de tudo
Em busca de nada.
Procuravas-te
Em pilhas de livros
Conversas de bar
Pinturas criadas
Em sentido pleno
Sorria nas coisas simples
Mas passavas
Apressada
Sem tempo para estar
Sem tempo para ver
Em busca de tudo
Em busca de nada.
Procuravas-te
Em pilhas de livros
Conversas de bar
Pinturas criadas
No frenesim das palavras
(Às vezes gemias
Às vezes exultavas)
E com a luz fabricada
Traçavas cenários
A régua e esquadro
Da desejada verdade
Receita volátil
Sem sustentação
Castelos de cartas
Desfeitos no chão.
(Às vezes gemias
Às vezes exultavas)
E com a luz fabricada
Traçavas cenários
A régua e esquadro
Da desejada verdade
Receita volátil
Sem sustentação
Castelos de cartas
Desfeitos no chão.
Quanto mais ouvias
Mais depressa passavas
(Paliativo da dor)
E nem reparavas
Mais depressa passavas
(Paliativo da dor)
E nem reparavas
Na delicada sinfonia
Dum brinde à vida
Das cerejeiras em flor.
Dum brinde à vida
Das cerejeiras em flor.
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Junho de 2010
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Este passar alheado por entre as horas, fazendo com que tudo em volta, se pinte de uma mesma cor, ao som de uma mesma melodia. Rotinas que apequenam...
ResponderEliminarUm beijo
Nesse frenesim em que levamos a vida, há tanta beleza na qual não reparamos.
ResponderEliminarOs melros
ResponderEliminarnão sei se a soldo do desgoverno
não me deixam uma cereja
Abraço
No turbilhão da mente, nem sempre se consegue ver como as coisas realmente são...
ResponderEliminarAc, um beijo!
Às vezes é tão difícil encontrarmo-nos... Que nos escondemos nas luzes do dia a dia...
ResponderEliminarUm abraço, AC
É por isso que nunca usei sapatos de salto alto : )
ResponderEliminarClaro que mesmo calçando sapatos " rasos " há coisas que nos escapam .
Vemos o que nos " chama " e emociona .
As cerejeiras em flor vejo , com certeza . E o ser que colhe as cerejas verei ?
Um beijo AC ,
Maria
Eu gosto mesmo é de andar descalça. Pé assente no chão, sentindo, as agruras das pedras, a carícia da areia, a maciez da relva. Ainda assim será que vejo tudo o que me rodeia? Não acredito. O cérebro humano cria defesas, para evitar o que o faz sofrer. Por isso é que muitas vezes olhamos mas não vemos.
ResponderEliminarUm abraço e bom Domingo.
Olhar sem enxergar as coisas simples machuca mais que não ter visão . Gostei muito , como sempre . Beijos , poeta !
ResponderEliminar°❤❤彡º°。
ResponderEliminarBonita forma de descrever a escravidão da rotina!...
Bom fim de semana!
Beijinhos.
✿✿° ·.
É caríssimo é difícil pararmos para prestar atenção nas coisas mais sublimes da vida, e as que nos rodeia e quase nunca enxergamos. Bom final de semana.
ResponderEliminarEm tempo
ResponderEliminarde ver cerejeiras floridas
meus olhos entristecem
por saberem que, quem vai usufruir delas nada fez por as merecer.
E a realidade rouba-nos a vida, sobrevive-se num turbilhão incessante que nos sufoca a mente. Muitas das vezes, queremos estar com o nosso Eu....e não é possível. Mas, há sempre uma réstia de sol que nos pode abrir a janela dos sonhos e aprender a ver a vida com outros olhos.... A nossa alma anda tão distraída com tantos afazeres que não vê o seu reflexo nas coisas mais simples da vida. Um grande beijinho, amigo AC.
ResponderEliminarPor vezes, é assim, no meio da nossa recôndita exigência, perdemos-nos e não valorizamos as coisas simples da vida: como as belas "cerejeiras em flor".
ResponderEliminarBeijinho e gostei sobremaneira deste poema.:))
Acho que o mundo tem andado assim... nao se presta mais atençao nas coisas realmente importantes da vida...
ResponderEliminaras delicadezas passam despercebidas na maioria das vezes..
ResponderEliminarlindo escrito AC.
beijos
"sobe, que sobe, sobe a calçada..."
ResponderEliminarabraço
Quanto mais ouvias
ResponderEliminarMais depressa passavas
Sabe, AC, tenho a impressão que se ela quisesse mesmo dar valor as coisas simples, ela teria diminuído o passo...
Seus poemas me encantam.
Beijo.
O bonito passa, o amoroso passa, e sequer desconfiamos que cruzamos com eles?
ResponderEliminarÉ uma pena esse preço a pagar pela urgência desembestada da vida.
Um abraço, AC.
O ser humano busca desculpas, beijo Lisettte.
ResponderEliminarOlá, AC!
ResponderEliminarSalto alto na calçada, prática pouco recomendável para quem percorre a vida apressada...Mas será que há uma receita universal para caminhar por esta vida...?
Lindo texto, num quadro que fala da amargura de algumas vidas... ...
Um abraço
Vitor
Amigo AC, quem já não se procurou nos contextos errados que atire a primeira pedra. Não vimos com manual de instruções e temos milhentas dúvidas existenciais que precisavam de orientação. Mas suponho que, por esta altura, as flores já se tenham transformado em rubras e suculentas cerejas para os seus lados?!
ResponderEliminarBeijinho, uma doce semana
Ruthia d'O Berço do Mundo
P.S. Não aprecio essa tela da Paula Rego, não me pergunte porquê. Até acho piada a algum do seu trabalho...
(É incrível como se percebe que é Paula Rego, mesmo sem nunca ter visto este quadro!)
ResponderEliminarAC, um poema a galope, um belo quadro de quem procura freneticamente nem sabe o quê. Às vezes vou na estrada e penso nisso ao olhar para os carros que seguem à minha frente.
Beijinhos, bom 10 de Junho :)
Acredita, por vezes é bom estar alheada do mundo e de certas coisas que nos fazem mal...
ResponderEliminarCaro AC, obrigada por tudo!
ResponderEliminarAdorei teu comentário.
Beijos
Como sempre AC, uma prosa poética de excelência!
ResponderEliminarBjs
As rotinas não nos deixam ver que o que há dentro de nós é o essencial...
ResponderEliminarMaravilhosa a Paula Rego.
Beijo.
O retrato perfeito de tantos saltos altos que caminham depressa demais.
ResponderEliminarPaula Rego é sempre intensa mas suas telas.
beijinho
Fê
Muito belo, AC...tudo!
ResponderEliminarBom fim de semana.
Beijo :)
Se caminhamos olhando sempre em frente com medo de cair, certamente que muita coisa nos vai escapar. É preciso olhar para o chão, par os lados e, sobretudo, nos olhos das pessoas. Assim poderemos cessar a busca, ela está dentro de nós, sossegadinha à nossa espera. Tempo, é urgente que o paremos...
ResponderEliminarGostei imenso.
Bjo, AC :)
sublinho o crescendo que reclama uma boa declamação
ResponderEliminarnum poema-força que nos aprofunda
abraço
Andamos demasiado comprometidos com a nossa vida e esqucemos queha mais para alem disso. Nninguem se realiza apenas no trabalho. A natureza e a nossa segunda casa. Saibamos preservar a grande preciosidafe. Beijo
EliminarUm poema sublime,
ResponderEliminarque nos convida a olhar,escutar,sentir a vida que floresce
a cada instante,sem pressa...
Nascida da pura verdade, de Ser simplesmente Vida...
Gostei imenso, AC!!
Um domingo luminoso (florido) cheio de Vida...
Beijo.
Essa é a imagem do que acontece hoje com muita gente. Passam pela vida sem viver.
ResponderEliminarBelo poema.
bjs
Gostei muito, AC. Nada mais posso acrescentar. Por vezes nada dizer é de alguma maneira dizer tudo. É isso.
ResponderEliminar:)
Muito bonito AC, palavras que me fascinam.
ResponderEliminarbjs
A eterna procura do ser humano...
ResponderEliminarAC, beijo!
A vida é efemera portanto devemos prestar mais atenção nas coisas simples da vida. Isto é viver...
ResponderEliminarBeijos.
Estamos sempre procurando o imaginável...
ResponderEliminarBeijo Lisette.
parece-me, e cada vez mais, que enxergamos com os olhos quando deveríamos usar o coração. grande poema, AC!
ResponderEliminarbj, poeta querido e sempre tão lúcido
A vertigem da vida, a ilusão, a pressa (essa desalmada!).
ResponderEliminarHaja quem pare e erga a taça!
Beijo meu.