.
.
.
.
.
Por vezes, nas tuas deambulações, pareces querer redimensionar os muros, entregue aos teus próprios desafios. Tento encontrar-te, sentir-te, embora saiba que, nessas alturas, só tu possas definir o teu fio condutor, algures entre a luz e a sombra. Ainda, e sempre, forjado em equilíbrios, é isso que verdadeiramente te define.
Num universo tão vasto, pleno de cenários, de oportunidades, insistimos, dando voz ao medo, em querer reduzi-lo à nossa dimensão. De tanto querer medir as coisas, numa escala que não entendemos, feita à medida da nossa ignorância, quase deixámos de acreditar. Abrimos as portas aos vendilhões do templo.
Prosseguimos a nossa peregrinação, plena de pontas soltas, em busca de defesas e alguma humildade. Tarefa dura, desafiadora, num mundo em que a intolerância, eterna aliada das verdades supremas, investiu, com grosso orçamento, no ministério das fronteiras. E nós, caminhando por veredas, quase sempre à bolina, sem saber do norte, tentamos, por entre as folgas, manter viva a lucidez, aliada da dignidade e da esperança, cada vez mais cambaleantes: uma pista aqui, um gesto ali, sementes dum mundo por que todos ansiamos, mas que teima em dar sinais contrários.
Talvez, um dia, consigamos forjar o nosso destino. Talvez, quem sabe, consigamos derrubar os muros interiores, verdadeiro sustentáculo de outros muros. A vida ganhará, por certo, uma outra dimensão.
..
A beleza das palavras que pintam os nossos sentires interiores e os exteriores que nos ludibriam.
ResponderEliminarAbraços de muita amizade
Li e reli o texto. Afinal, fiquei pensando: Será que é possível combater intolerância com mais intolerância? Mas, se não for assim, como?
ResponderEliminarUm abraço, tenha uma ótima semana.
Nunca me canso de ter e tentar entender tudo o que escreves explicitamente e o que deixas ficar oculto, nas entrelinhas...
ResponderEliminarTarefa árdua, mas nem sempre infrutífera.
Colocando-me no eixo das tuas palavras, digo-te: os muros que erguemos dentro de nós, são a causa maior de toda a intolerância e desequilíbrio, na procura do caminho certo.
Falo por mim, como é natural.
Um beijinho e bom Domingo, A.C. :)
Andamos estes dias por lugares idênticos… ;)
ResponderEliminarO que é comunicavel… o que podemos ter a pretensão de que o outro entenda. o que temos de viver sozinhos, o desnorte, a esperança, a tentativa de comunicar afectos, as tempestades onde parece que por vezes nos perdemos….
~~~
ResponderEliminarNada como boas conversas em ambientes diferentes e agradáveis
para que se dissipem muros e barreiras mais e menos interiores.
Há que ser persistente e crer na força maior - o amor.
Gostei do texto poético, onde são, delicada e subtilmente,
expostos estados subjetivos por resolver...
Excelente semana, AC.
~~~ Beijinho ~~~
~~~~~~~~~~~
Olá, A.C.! Essas barreiras internas vão sendo construídas (ou incutidas) e quando percebemos, não há mais a entrada da luz que acende a centelha da vida.
ResponderEliminarUma dos maiores aprendizados que tive com a Van, que mantinha o blog "Retalhos do que sou", é o de que temos as ferramentas para mudar isso dentro de nós, bastando apenas aprender como manejá-las. ;)
Abraços!
Se já é difícil, por vezes, vencer o desnorte interior, que fará o exterior!
ResponderEliminarMuito bom lê-lo, AC, como sempre!
Beijinhos e boa semana :)
Contra todos os muros
ResponderEliminaróbvia mente
"Prosseguimos a nossa peregrinação, plena de pontas soltas, em busca de alguma humildade. Tarefa dura, desafiadora, num mundo em que a intolerância, eterna aliada das verdades supremas, investiu, com grosso orçamento, no ministério das fronteiras"
ResponderEliminardá-me a mão, vamos dar a outros e a outros dando "asas" ao derrube desse "ministério" e só assim conseguimos derrubar as nossas.
Uma música lindíssima mas o seu video-clip ou lá como se chama é de meter medo ao susto. Este é mais "nito":))
Quando for grande quero escrever como tu:)
Por agora estou desnorteada de sono e digo-te muito baixinho: gostei muito esse toque numa de "xô anda p'ra frente, corta as amarras sem medos e luta por PAZ"!
Beijos
Pule o muro e sinta a liberdade de ser...
ResponderEliminarA intolerância é o último recurso do ignorante!
ResponderEliminarAbaixo todos os muros do mundo!
Sempre bom lê-lo, amigo!
Um abraço!
Sempre que te leio pergunto-me pelo que consegui apreender e pelo que me fugiu, pois há sempre desdobramentos cada vez mais profundo em tudo o que dizes.
ResponderEliminarOs muros internos são os mais difíceis de serem rompidos, creio, e por causa deles muitos se formam do lado de fora...
Abraço!
As férias acabaram :(
ResponderEliminarAquele abraço, boa semana
Os muros, infelizmente, não são só um sinal de contenção. Também nos protegem do que está lá fora...
ResponderEliminar...e o medo ganha! Por isso acabamos por construir ainda mais muros!
:)
Olá AC. Já há algum tempo que aqui não vinha com muita pena minha, mas a vida é essa correria que a lado nenhum nos leva a não ser, como dizia a minha avó " ...para um lugar escuro,silencioso e eterno...". Li e reli a tua peregrinação ao interior do ser, e esbarro sempre com a mesma certeza: num mundo onde todos falam e ninguém se ouve é necessário muita disciplina interior para esse encontro diário connosco, tarefa árdua e quase impossível num mundo de de imediatos apressados e barulhentos. É sempre muito bom e refrescante vir aqui ter contigo. Adorei a música e letra deste video. "A luz do sol arrasta-se e ilumina a nossa pele, vimos o dia a passar..." Oh, "Se essas asas pudessem voar..."...!Um abraço enorme e fica com os Deuses...!
ResponderEliminarDerrubar os muros interiores. Para que uma linha de luz nos não condene à errância das sombras?
ResponderEliminarUm texto muito belo.
Beijos.
os muros interiores (para quem os cultiva) devem ser, de facto, a maior prisão.
ResponderEliminarprefiro a "liberdade livre" da Poesia.
belo texto, caro amigo
abraço
Certamente, eu tenho meus muros de segurança, servem para proteger a fortaleza.
ResponderEliminarCo-habitar o deserto interior, o dele e o nosso, com muita luz e clarividência.Seremos peregrinos e, contínuo.Cá e lá.
ResponderEliminarUm texto com muita luz.
Abraço
Tento vencer os exteriores e mais ainda os interiores , mas as feridas avolumam-se .
ResponderEliminarChama -se a isto vida !
Beijo grande AC ,
Maria
Sem dúvida...
ResponderEliminarOs muros interiores protegem... mas apesar de tudo, são barreiras... que semeiam a dúvida e a descrença nos outros, logo à partida...
Como seria bom que pontes existissem no lugar de muros... e no entanto... todos nascemos sem muros de qualquer espécie... para passarmos a vida inteira a apurar a técnica na forma de erguê-los...
Como sempre, um texto fabuloso, por aqui, que nos induz a uma profunda reflexão... para além do seu conteúdo formal... induzindo assim, a que muros interiores sejam questionados...
Beijinho! Boa semana!
Ana
Queria dizer: em contínuo e não e, contínuo.
ResponderEliminarUm texto sem dúvida muito bonito!
ResponderEliminarSombra e luz para além dos muros. Reencontraremos o equilíbrio?
beijinho
E tu, meu amigo, a derrubar os muros dos limites
ResponderEliminardas palavras, a tua belíssima escrita vai além
da inspiração, da excelência, sem desnudar as palavras
nos seus significados, plantando sementes que germinam
pensamentos e questionamentos na delicadeza poética e
profundidade filosófica do teu texto, a ganhar vida por
dentro de cada leitor com seu significado próprio.
O nome disso é Arte, a Arte maior, AC!
Adorei os dois vídeos, cada um com seu encanto e o
seu (des)norte a tocar a alma!...
Grata pela partilha aqui e a tua presença lá no meu espaço.
Beijo.
Um texto que levou-me a reflexão sobre barreiras e muros que criamos e nos quais às vezes nos isolamos.
ResponderEliminarGrande abraço,
Léah
Texto excelente, muito sábio...faz refletir...AMEI ler, parabéns!!! braços, ania..
ResponderEliminar"Manter viva a lucidez"... 0 maior desafio dos tempos que correm.
ResponderEliminarBelíssimo texto!
Bj.
Lídia
O Papa deixou uma mensagem que sintetiza tudo o que sabiamente descreves aqui;
ResponderEliminar"O MUNDO ESTÁ EM GUERRA PORQUE PERDEU A PAZ."
"O Santo Padre fez questão de esclarecer que esta não é guerra de religiões:
"Quando eu falo de “guerra”, falo de guerra seriamente, não de “guerra de religiões”, não. Existe guerra de interesses, existe guerra pelo dinheiro, existe guerra pelos recursos da natureza, existe guerra pelo domínio dos povos: ESTA É A GUERRA. Alguém pode pensar: "Está falando de guerra de religiões”: não! Todas as religiões, querem a paz. A guerra, querem os outros. Entendido?”.
Enquanto permanecermos em guerra, é impossível derrubar muros! E há "muros" e muros!
Beijinho, AC
há muros (interiores) que temos de saber derrubar, mas há outros que temos de construir para nossa segurança e eventual equilíbrio.
ResponderEliminarum texto excelente e que merece reflexão.
um beijo
:)
Grande momento...a música e as palavras...
ResponderEliminartantos tantos muros que cada vez mais nos cercam.
Abraço e brisas doces *
Como entendo este sentir que deixaste impregnado de um léxico adequado e de uma estrutura frásica condizente!
ResponderEliminarEstes tempos são tão inquietantes, AC!
Resta ter esperança que o mundo "produza", em número superior, seres dotadas de bom senso.
ADORO esta canção. Houve um tempo em que a escutava quase obsessivamente.
Bjo, amigo
Uma canção e um tema que me toca profundamente.
ResponderEliminarTemos que tentar manter o equilíbrio para não criamos novos muros,mas não é fácil!
Excelente como sempre!
Vou de férias, até Setembro, fique bem e seja muito feliz.
Beijinho
Ultimamente, de forma violenta até, o casamente da intolerância com a verdades absoluta, tem feito mais sucesso no mundo, até mais do que o da realeza inglesa.
ResponderEliminarUma infelicidade que crenças sem corpo tomem tanto tempo e emoção da humanidade.
Sempre uma surpresa por aqui, para uma conversa excelente e oportuna, muito atual.
Eu gosto!
Gostei tanto, mas tanto deste texto :) Beijinhos AC
ResponderEliminarBom trecho a dar pistas para a compreensão dos dias que nos inflamam o ego.
ResponderEliminarDesarmando certezas, com fé,abraçamos uma relatividade mutante, moldada ao jeito das circunstâncias do momento. Derrubamos muralhas para, afinal, dos destroços, erigimos novas fortalezas (ilusórias), numa sucessão de embaraços.
Boa semana de venturosas aventuras filosóficas.
Nossos muros internos, abismos são tão difíceis de transpor, há quem consiga derruba-los a esperançar amor, há quem morra tentando derruba-lhos e há aqueles que o constroem pois o outro lado é medonho. Viajei em tua estória. Beijo
ResponderEliminar