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Fotografia de AC
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Ontem, quando te reencontrei, após efusivo cumprimento, não resististe em apelar às memórias. Pensavas, essencialmente, nas tuas, como se o mundo girasse em torno da tua época de esplendor. Ouvi-te, atenciosamente, acompanhei-te na reconstrução de tempos áureos, mergulhei nos cenários em que tu, menina e moça, eras motivo de romaria. Encantavas, filtravas olhares, imaginavas tapeçarias forjadas pelos poemas que te sussurravam.
Ontem, quando me despedi de ti, houve algo que viajou para lá da tapeçaria desbotada. Sim, eu sei que tu dizes que sabes, mas às vezes esqueces-te: a vida, na sua essência, vai muito para lá do esplendor. A vida, no seu âmago, requer, acima de tudo, harmonia.
Amanhã, quando te reencontrar, gostava que esquecesses, por momentos, o receituário da tua subsistência, encalhado entre a terra e o céu, e me falasses, por entre sorrisos, das músicas de roda da tua meninice, em eterno canto de embalar. Se te enganares na melodia, recomeça. Vais ver que tudo acaba bem.
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Memórias! A infância nos remete a doçura, a inocência!
ResponderEliminarLugares de aconchego onde residem as melhores lembranças!
Lindas "Memórias Namoradeiras"!
Beijo carinhoso!
Jossara, a grande questão é quando, para lá da infância, se consegue continuar a preservar o recanto da doçura.
EliminarBeijinho :)
Este comentário foi removido pelo autor.
EliminarHá pessoas assim, há! Passam a vida a desfiar o rosário dos tempos idos em que tudo era fartura e brilho, e esquecem a simplicidade das memórias boas dos tempos da meninice. Pois a mim, se me encontrares, vais ouvir é poeminhas de encantar; como o 'Pucarinho de Barro' e 'Bela Infanta'. :)
ResponderEliminarDe memórias namoradeiras, gosto; já piscar o olho às canseiras, nem tanto! Actualmente, já cansada de canseiras, prefiro piscar o olho ao lazer e às brincadeiras.
Belo texto, A.C. Este parece ter sido de encomenda para mim...
Exceptuando o primeiro parágrafo.
Um beijinho, A.C. :)
Bom fim-de-semana.
PS- já me esquecia de falar na foto. Essa janela e porta, lembram os namoros de antigamente, segundo contava a minha Mãe.
Janita, piscar o olho às canseiras significa, no fundo, contorná-las da melhor forma. Não é por aí que vai a sabedoria de vida? :)
EliminarUm beijinho :)
Ah, piscar o olho, não no sentido de pretender conquistar as canseiras, mas sim de as cortejar para lhes dar a volta a nosso favor!
EliminarBem visto, A.C.
:)
Bom; se já não há memórias namoradeiras nem piscar de olho às canseiras, melhor!
EliminarDancemos, então, lentamente e a preceito, a valsa das memórias. Lá diz o ditado que: Hora a hora Deus melhora...
Beijinhos, A.C.
Agora fizeste-me lembrar a inconstância da Lua lá da minha rua...:)
A tua Lua é a de toda a gente, Janita, não a olham é de forma igual. :)
EliminarMudou-se o título? Pois que seja, nesta vida nada é definitivo, a não ser a chancela dos impostos: apenas para alguns. :)
Um beijinho, Janita :)
Ou seja, uma coisa bordar a tapeçaria, mesmo desbotada, outra é pintar a manta!
ResponderEliminarPelo que percebi a menina não borda, nem sequer aprendeu, por isso não adianta esperar que amanhã venha de sapato raso.
Grande abraço.
Sempre exigente, Agostinho, e ainda bem. Talvez, um dia, à semelhança de Zorba, dancemos descalços. :)
EliminarAbraço
A recordar o passado que sejam os momentos de esplendor, que são aqueles que nos trazem muitas alegrias, mas porque não também as melodias e algumas outras coisas? Bjs AC
ResponderEliminarO sentido de vida vai muito para lá do esplendor, Gaja Maria. Aliás, se não levares a mal, deixa-me aplicar o superlativo, com toda a convicção: muitíssimo.
EliminarUm beijinho :)
Velhos?
ResponderEliminarJovens com experiência.
Conjuguemos, pois, o verbo aprazer. :)
EliminarA foto é simplesmente bárbara, AC; amei, amei, amei!
ResponderEliminarSe fosses me encontrar amanhã seria precisamente sobre certas brincadeiras na rua e cantigas de roda, do tempo de minha meninice, que irias me ouvir falar... é que as imagens e sons desse tempo têm me voltado com frequência ultimamente, como se eu tivesse alcançado, já, a curva de volta da vida, ou como se houvesse ali, naquele tempo antigo, alguma verdade que me falta ainda perceber.
Abraço!
A questão não tem a ver com a curva da volta da vida, Jussara, mas com a nossa capacidade de perceber o que está para lá danévoa com que os "modernos deuses" nos envolvem. ;)
EliminarAbraço
Caro Agostinhamigo (I)
ResponderEliminar...e se me falasses, por entre sorrisos, das músicas de roda da tua meninice, em eterno canto de embalar. Se não te esqueceres da melodia, vais ver que tudo acaba bem.
Se mais não tivera este teu poema em prosa bastava este último verso frase para o qualificar: muito bom. Muito bom? Óptimo! Óptimo? Muito óptimo!!!!!
Abç
======= ATENÇÃO =========
JOTA PINTAROLAS
É o nome do rapazola que perdeu quase todos os dentes por mimos proporcionados por um campomaiorense durante o último episódio da saga da Dona Alzira. O título do texto que hoje se publica é DENTES PARA BOLO DE CREME. Até à data NINGUÉM conseguiu resolver o problema do feed – Henrique, o Leãozão
Nunca paras, Henrique. A constante ebulição, para lá dum enorme companheirismo, próprio dum grande coração, é o que melhor te caracteriza.
EliminarAbraço
Engraçado, penso que toda a gente quando recorda o passado sempre o recorda melhor do que aquilo que realmente foi. Às vezes as pessoas convencem-se que viveram, aquilo que gostariam de ter vivido.
ResponderEliminarSerá que o passado da moça, foi tão esplendoroso assim?
Um abraço e bom Domingo
Sabe-se lá, Elvira. ;)
EliminarUm abraço
Vivemos de memorias , e recordar é viver ! Gostei bastante do teu blog e segui.
ResponderEliminarwww.culturadeescape.blogspot.pt/
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Ao ler senti que descrevias a minha mãe que fala do seu passado por vezes bom...por vezes tão doloroso.
ResponderEliminarGostei imenso!
Beijocas e bom domingo
✿゚ه° ·.
ResponderEliminarReminiscências do coração!...
Recordar também é viver numa bela fotografia!
Bom domingo!
Beijinhos.
✿゚ه° ·.
É tão bom recordar o tempo das namoradeiras...Gostava de poder voltar a nascer para reviver com mais intensidades certos momentos. Em face dessa impossibilidade, o melhor é aproveitar o dias correntes e os vindouros, como se fossem os últimos. Nunca se sabe quando chega mesmo o ultimo.
ResponderEliminarBela fotografia :)
Beijinho com amizade e carinho.
Lá se foi o período áureo... o vislumbre de um paraíso terrestre... uma grande ilusão!
ResponderEliminarNo meio disto , harmonia ! Os afectos, as brincadeiras,os risos e sorrisos...uma melodia quente e suave, tão imprescindível nos dias de hoje! Parece mentira...
Beijinhos AC :)
Um namoro bastante original.
ResponderEliminarAquele abraço, boa semana
Estava a ler-te e a lembrar-me da música "Glory Days" do Springsteen...
ResponderEliminarA Harmonia é fundamental em tudo... Por vezes até mais que o ritmo...
:)
Sempre que voltamos a lugares gémeos da memória agarramo-nos a esse tempo mais perto do fascínio... Da infância, às vezes só lembramos a voa materna...
ResponderEliminarUm texto belíssimo!
Uma boa semana.
Beijos.
Bonita forma de descrever um reencontro!
ResponderEliminarViver as memórias vividas, é viver com a meninice que de certa forma existe dentro de todos nós, é importante não deixar que as recordações nos separe da harmonia.
Beijinho AC
Depois olhar as fotos antigas e continuarmos a gostar e falar do agora com entusiasmo , temos que gostar da serenidade , do sorriso , porque esse mantêm -se , e até da sabedoria que o passar dos anos nos trouxe .
ResponderEliminarNão existe já esplendor , mas existe brilho .
Um beijo , AC , e boa semana ,
Maria
Importante dizer ... gosto muito desta foto .
ResponderEliminarMaria
Dizem que não se deve voltar aos lugares onde fomos felizes... e as nossas memórias, são o último reduto de muitos momentos felizes... frequentes vezes...volto a elas... e nunca dou o tempo como perdido... mas recuperado... e uma vez mais... devidamente apreciado...
ResponderEliminarComo sempre, um texto que nos desarma, pelo seu encanto!...
Belíssima inspiração, como sempre, AC!
Beijinhos! Boa semana!
Ana
Embora a vida nos obrigue a correr as doces memórias da nossa meninice permanecem em nós e sempre que "lá voltamos" esse sorriso encantado renasce. Um abraço.
ResponderEliminarVim à procura de mais e deixar um abraço.
ResponderEliminarQuando comecei a ler, senti que escrevias para uma mãe cujas lembranças, algumas já se apagaram e outras renasceram... as longínquas... Não sei! Gostei muito, como sempre!
ResponderEliminarBeijinho*
o esplendor dos tempos idos...
ResponderEliminarpor vezes o tempo é um grande carrasco, mas podemos sempre tentar dançar no presente, mesmo que seja na chuva...
uma escrita muito harmoniosa e sublime.
bom fim de semana.
beijinhos
:)
Esta imagem de pureza, leveza e encanto da infância é algo que não podemos perder, como se nela nos apetrechássemos para o resto da vida. Louvo a harmonia do texto e das mensagens que vais deixando, AC. Essa harmonia, chave do sentido da vida.
ResponderEliminarBeijinho e boa noite.
Gosto da forma como mergulhas fácil nas lembranças e buscas sempre a leveza diante dos alvoroços. Gosto muito também das tuas fotografias me remetem a algo tão essencial que é a paisagem que mora em nós, além das retinas. Um grande beijo nessa tua imensidão de alma projetada em histórias de fazer voar e que você nunca perca essa vontade de nos fazer sorrir em verso.
ResponderEliminarA fotografia é magnífica!
ResponderEliminarQue dizer do texto? Tenho de ser redundante...não posso fazer mais senão elogiar o seu autor. Parabéns duplamente (2) :)
beijinhos
É bom quando a memória faz da infância um lugar eternamente possível.
ResponderEliminarPara escrever um texto desta forma, é preciso saber preservar alguma candura. Parabéns por isso, AC :)
Nem sempre se consegue ouvir o outro, nem sempre se consegue deixar de nos centrarmos em nós.
ResponderEliminarComo sempre, a excelência!
BJ