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Imagem retirada daqui
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Partira bem cedo, determinado, mas a ascensão não fora fácil.
Quando chegou, após curta pausa, olhou em volta, escolheu quatro pedras e colocou-as à laia duma rosa-dos-ventos. Sentou-se no meio, orientado para o sol, e olhou em volta, demoradamente, como que à espera que algo o tocasse.
Fechou os olhos. O silêncio, a pouco e pouco, foi ganhando asas, abrindo portas a melodias até então alheias ao ouvido. A princípio, ainda imbuído do pó que trouxera das veredas do vale, não encontrava o copo com que beber as notas da pauta. Demasiada física, pouca química. Depois, já alheio à ditadura do tempo, começou a perceber o murmúrio da linguagem do vento na pele, nas pedras, nas ervas, bem distinta do esporádico canto do melro-azul.
Fora bem agasalhado, mas começava a sentir-se nu. Às tantas já não havia ele, nem pedras, nem plantas. Tudo se conjugava, tudo se envolvia. Mergulhara, finalmente, nos acordes da profunda melodia.
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Reedição
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O apelo da montanha...
ResponderEliminarNão tenho montanhas por perto. Muitas vezes procuro o mar.
Mas fazem-me falta os lugares solitários onde me possa refugiar. Como segredos bem guardados. Lugares "meus", para onde possa escapar e regenerar-me.
Voar.... apenas com a liberdade que as palavras me dão.
Boa memória do seu texto .
ResponderEliminarUma vez mais por vezes só mas nunca isolado
Abraço
Silêncio ruidoso da montanha... Sei bem o que é isso.
ResponderEliminarFez-me lembrar de coisas boas.
Um bonito texto que é uma Ode ao chamamento inebriante das cadeias montanhosas, onde se fica mais perto dos sons que ecoam de dentro de quem nelas penetra.
ResponderEliminarGostei muito do blog de viagens e das respectivas fotos, para onde nos encaminhas.
Um beijinho e bom Domingo, AC.
A imagem é belíssima, tal como o texto que adorei ler!
ResponderEliminarBeijinho AC
Por vezes faço essa cena de me sentar
ResponderEliminarno meio dos pontos cardeais...
se há som por perto desligo...
não, não subo montanhas
é mesmo no meio da multidão
que verifico a direcção
que estou seguindo
Um texto muito bonito e muito bem ilustrado pela imagem. Em locais assim, a alma toma conta do corpo e tudo se torna mais belo.
ResponderEliminarAbraço e ótimo domingo
Lindas palavras no mais profundo êxtase da comunhão! um momento sagrado.
ResponderEliminarUm abraço
Ouvir a melodia do silêncio que o murmúrio do vento acompanha numa toada tão espiritual que confunde o corpo e a alma de quem a sabe escutar. Lindíssimo, o texto e a fotografia também.
ResponderEliminarUma boa semana.
Um beijo.
É uma reedição e entre a publicação de 2013 e esta fizeste uns belos retoques. A natureza toda ela é melodia mas poucos são que a conseguem ouvir de tão "tarantas" que andam.
ResponderEliminarBeijocas e um bom dia
Nossa!!! Imagino-me sentada na ponta e ficar deslumbrada com a paisagem, com o silêncio e com o encontro comigo mesma. Algo mais? Nada, tudo estaria em perfeita paz e harmonia. Belíssimo texto.
ResponderEliminarBeijo, uma semana de paz!
Conseguir-se alienar-se no ser… a melodia de uma paisagem deslumbrante pelas palavras.
ResponderEliminarUma ótima escolha de fotografia e um texto magnifico, gostei bastante.
Abraço e boa semana
Essa montanha inspira a poesia que se infiltra na pele e na alma. Como desperto e me elevo!
ResponderEliminarAmei.
Beijos.
Poeta , gostei muito que tenha reeditado seu belíssimo texto .
ResponderEliminarA melodia é ouvida diferentemente por cada um e em cada época .
Hoje ela me pareceu mais suave do que há anos passados .
Beijos
Tenho ideia de já ter lido. Mas não é de balde subir-se de novo à montanha. A rosa-dos ventos é fundamental para a empresa de marear. Navegar para o INTERIOR não é tarefa fácil exige rumo persistência, merecimento. Dentro do silêncio é que há o paraíso.
ResponderEliminarAbraço.
O alto da montanha é sempre um lugar de prodígios...
ResponderEliminare há melodias que emocionam de mais...
Também tenho um poema sobre o vento para publicar...
Dias completos e aconchegantes.
O meu abraço afetuoso.
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É sempre um prazer imenso mergulhar nas suas palavras, AC!...
ResponderEliminarE depois de uns dias, com uma bela gripe... até saio daqui, de alma descongestionada!... :-)
Grata pela reedição, desta maravilhosa prosa poética!...
Beijinho! Feliz fim de semana!
Ana
Aí nos sentimos parte de um Todo!
ResponderEliminarTão bom ler-te.
Bj
Oi AC. Às vezes a gente aguarda impossibilidades fora que só existem dentro de nós. É aí o momento de quebrar a cara na parede ou quem sabe aceitar e sorver dos acordes dessa melodia profunda que é viver como diz na sua escrita. Como bem sabes não é a esperar que a vida nos presenteia embora às vezes aconteça quase sempre desapercebido. Um abraço.
ResponderEliminarPassando a deixar um beijinho, e os meus votos de um feliz fim de semana... e avisando de que por estes dias, umas palavrinhas do AC, ficarão em destaque, por lá no meu canto!... :-))
ResponderEliminarAna
Boa noite de sábado!
ResponderEliminarTenho uma foto muito similar e montanhas mexem comigo demais. O silêncio fecundo que encontramos nelas é abrasador.
Topo de Espiritualidade e sensação de profundidade no contexto imagem/texto.
Tenha um final de semana abençoado e feliz!
Abraços fraternos de paz e bem