quinta-feira, 11 de novembro de 2021

DANÇANDO NA SUBTILEZA DAS PINHAS

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AC
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Por mais que o tempo passe, e se ele passa!, nunca sei como estas coisas acontecem. Só sei que ela chegou, com a luz a iluminar o pinhal, conjugando o verbo apanhar nas pinhas que íamos metendo no saco. Estavam fechadas, é certo, reagindo ao frio que abalroou os dias da passada semana, mas nada que amordaçasse a convicção de que, em ambiente ameno, elas voltariam a abrir.
Encheu-se um, encheram-se dois, depressa se almejaram os três sacos. E por ali ficámos, no abrigo do silêncio do pinhal, respirando mil e uma estórias com sonho e substância. As pinhas, cúmplices, sentindo a sintonia, aconchegaram-se no sono dos justos, sabendo que, em hora própria, iriam ter o seu grande momento. A lareira podia esperar.
Ela foi, de mão estendida, as pinhas ficaram. Só irá voltar, eu sei, quando as pinhas, na lareira, começarem a crepitar.
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16 comentários:

  1. E o pinhal não tem/tinha dono? ( lolo ).
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    Cordiais saudações.
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    Pensamentos e Devaneios Poéticos
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  2. Que maravilha de texto.
    A Natureza é inspiradora. Hoje, bem que faziam jeito as agulhas/caruma, mas assar as castanhas:
    Amei o poema!
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    Faltam castanhas para assar ...
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    Beijo, e um excelente dia

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  3. Tão lindo! Vôo contigo nas tuas belas palavras! Lindo o pinhal e tudo mais. Adorei! abração,chica

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    1. Vim te avisar que acaba de entrar lá!  Obrigadão!  Linda semana!  abração, chica
      ゚・。.。・ Céus e palavras ゚・。.。・ : ゚・。.。・ ゚・。.。・ (ceuepalavras.blogspot.com)

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  4. Uns pinhões até que já marchavam de boa vontade.
    Abraço, bfds

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  5. O Senhor temve o condão de me levar à infância, ao tempo da primária e dos sábados a apanhar pinhas que ajudariam a alimentar a salamandra da sala de aula, nos dias frios de Inverno.

    Bom dia, sô AC

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  6. É tão bom andar às pinhas e recordo as vezes que o fiz com as netas.
    Como sempre gostei muito e não sei porquê senti o cheiro das mesmas.
    Beijocas e um bom fim de semana

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  7. Com esse relato até o Inverno fica bonito e a apetecer...
    ~CC~

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  8. Aqui recolhemos pinhas para a ornamentação de Natal (que já está perto).
    Um abraço, tenha uma ótima semana!

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  9. E já estou a ouvir as pinhas a crepitar na lareira. São excelentes acendalhas. O seu texto, maravilhoso como sempre.
    Cuide-se bem.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  10. Um texto delicioso, que já nos remete para deliciosas cumplicidades à lareira... e já com um leve aroma de Natal, no ar... Adorei o texto, AC!
    Beijinho! Continuação de uma feliz e inspirada semana!
    Ana

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  11. Ficou fantástica a imagem, com um primoroso enquadramento entre as serras e os pinheiros! Esqueci de acrescentar...
    Beijinhos
    Ana

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  12. E como é bom saborear a natureza e as tuas palavras!
    Beijinho

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  13. EUm belo passeio que fiz consigo, numa quase nostalgia do meu trabalho de campo.

    Grata.

    Bom fim de semana.

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  14. E, sem muito perceber estamos quase comemorando mais um Natal_ é o que as pinhas me faz lembrar. Só que quase não vejo plamtações por aqui. Sim, em terras mais frias, parece. Talvez, no sul. Lembro de ter ido no sítio de uma amiga,onde guardava-se pinhas secas para enfeites do Natal, se não me engano (risos).Preciso ler a respeito delas,Ac rs se são das mesmas que tu falas.
    Não é surpresa, que amo sua escrita sempre lírica, mesmo quando falas dos pinheiros, e eu desconheça os frutos. rs
    Total ignorância, ou já perda de memória.
    abraço bem grande,amigo

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  15. Que bom ver aqui caras conhecidas e saber que estão todos bem. A maioria dos Blogs fecharam, tal como o meu, mas senti saudades de saber de vós.
    As pinhas em Portugal são muito comuns, sobretudo quando chegamos ao Inverno, mas há quem as apanhe todo o ano. São excelentes para atear uma pequena fogueira, para fazer um churrasco, para a lereira, mas as mais especias, as que têm pinhões, são guardadas para abrirem lentamente junto à lareira na época natalícia.
    Beijinhos a todos. Cuidem-se muito.

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