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Margarida Cepêda, Procurando o princípio
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Ela foi ali e não disse, mas quis. A sua mãe, depois de dissertar acerca dos mil e um perigos da vida, deu-lhe um beijo e aconchegou-lhe o lençol.
Ela foi mais além e não disse, mas quis. A sua mãe, em silêncio, nada lhe disse, mas aconchegou-lhe o lençol de forma diferente.
Ela foi para muito longe e, olhando para trás, quase que não queria, mas foi. A sua mãe, qual ocaso da vida, limitou-se a acenar.
A sua mãe partiu, mas não queria. E ela, sem certezas na vida, passou a mão pelo lençol que ela lhe tinha colocado na mochila. E, talvez tarde de mais, deixou que as barreiras do dique se soltassem e chorou, abundantemente, irrigando o caminho que ela, qual mortal errante, continuava a não descortinar. Mas, rompendo as margens, qual herança de pedra sem musgo, ousou continuar.
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Rupturas às vezes são necessárias.
ResponderEliminarUm grande abraço e um ótimo domingo.
Triste mas ousadias acontecem......Lindo texto! Ótimo domingo! abraços, chica
ResponderEliminarTantas e tantas vezes só damos valor às coisas, fatos, pessoas, depois de as perdermos. É um fato real, tão verdadeiro.
ResponderEliminar.
Um domingo feliz
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Deixar os filhos voar porque nas mil incertezas não esquecem e, "rompendo as margens, qual herança de pedra sem musgo, ousou continuar."
ResponderEliminarMuito bonito e assertivo como sempre.
Beijos e um bom domingo
Pais e mães vivemos sempre nesse ténue equilíbrio entre o querer deixar voar e o querer agarrar e enfiar no ninho. Mas mesmo difícil, é possível.
ResponderEliminarA vida... é um sempre a perder... uma grande lição, que convém bem cedo aprender... para pacificarmos tal processo em nós... formatados que estamos a enveredar pelo perfil de vencedores... a quem a vida premiará com sucessivos ganhos... e poucas dores...
ResponderEliminarUm belo e tocante texto... com uma situação... que mais cedo ou mais tarde sempre toca a todos, pelas leis da vida... e quando não... significa que fomos nós que nos antecipámos... e deixámos de rolar no caminho...
Beijinhos! Feliz domingo, AC, e votos de continuação de um óptimo mês de Julho!
Ana
Detesto despedidas.
ResponderEliminarFazem mal.
Boa semana
A mãe falou, aconchegou, acenou, como só as mães sabem. Ela só entendeu quando a mãe lhe faltou. Tarde? Nunca é tarde para chorar e deixar seguir os sonhos enrodilhados na esperança, mesmo que o vento nos devolva as mágoas... Tão sensível teste texto!
ResponderEliminarUma boa semana com muita saúde.
Um beijo.
Muito bem. Gostei bastante!!
ResponderEliminar-
Não saem os poemas com ousadia...
Beijos. Votos de uma excelente semana.
Tocante.
ResponderEliminarTão sensível.
Vida de mãe é mesmo assim.
Estar, aconchegar e depois partir.
Grande parte das vezes só sentem a nossa falta quando já partimos.
A vida segue.
Brisas doces *
Todas as despedidas são dificeis ,algumas
ResponderEliminartrazem incluso a tristeza. E as mães sabem bem
quando o dique se solta em voos altos e a filha só
saberá quando for mãe.
Muito inteligente seus textos AC
_ todos me deixam a refletir _ esse especialmente .
grande e forte abraço
O barco continua o seu caminho em busca de novos horizontes Mas fica o Porto Seguro a esperar o novo encontro. Assim vivemos e esperamos...na saudade e na esperança. Lindo o seu texto!
ResponderEliminarUm abraço
Meu querido amigo ... Voltando com muitas saudades. Depois de tantos anos sinto que estou regressando a CASA. Estou abrindo a porta à amizade linda que construímos aqui . Deixo o meu carinho e um beijinho.
ResponderEliminarPassando a deixar um beijinho!
ResponderEliminarÉ de coração apertado e nó na garganta que venho acompanhando a zona serrana a arder, quase a perfazer uma semana... e as autoridades impassíveis... sem pedir meios aéreos adicionais, para o que não se consegue combater por meio terrestre. Não dá para entender!
Saúde para si e todos os seus, AC! Tudo de bom!
Ana
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