terça-feira, 8 de dezembro de 2009

BRUMAS

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Chegaste de mansinho
Quando a bruma
Asfixiante
Inundava o fundo do vale
E trazias contigo
Sem nada o prever
O aroma das madrugadas
Com o dia por resolver.
O verde das faias refulgia
Com a claridade instalada
E a cotovia
Prenúncio de sinfonia
Galgava as alturas
Em ânsia ilimitada.
Gostaste do teu papel
Forjado em conto de fadas
E a sorrir adormeceste
Mas esqueceste
A função primordial
(Deixaram de bater as asas).
Então o lume
Exigente na atenção
Lentamente esmoreceu
E a bruma
Expectante
Inundou de rompante
A razão do coração.
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6 comentários:

  1. Pé ante pé,
    fui, ansiosamente, entrando nesse vale...
    .........................................

    ... que silêncio... (serenidade disfarçada de um destino talvez fatal);
    ... que aroma... (perfume promissor de um destino rendido à sensualidade);
    ...que ansiedade... (desejo incontrolável de acordar o sono instalado).

    Pé ante pé,
    fui, sorridente, percorrendo esse vale...
    .........................................

    Mas quando a claridade se anuncia,
    não há bater de asas, sinfonia ou calor que acorde o coração e...

    Pé ante pé...
    fiquei, irremedialvelmente, perdida nesse vale!

    Agora que regressei, posso dizer-te que é sempre gratificante poder perder-me nas tuas palavras!
    Lindíssimo poema, Agostinho!
    Ainda oiço a sinfonia da cotovia!:)

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  2. JB,
    O teu comentário é cá de uma densidade dramática!!! Ainda bem que regressaste! :)

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  3. ...É que o teu vale estava enfeitiçado!!!
    :)

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  4. Ah, voltaste às palavras certas no sítio certo. Assim já te entendo.
    Gostei muito, amigo!

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  5. Realmente, o que há de mais poético na poesia é a viagem criativa que ela dinamiza mentalmente no leitor. E ela não pertence mais ao dono da sua criação, enquanto verdade unívoca ,depois de publicada e atravessada por outros olhos, ávidos de encontrar a chave que o escritor guarda para si.
    Li o poema com muita emoção e encontrei-lhe uma leveza e uma docilidade muito claras.Li-o como um cântico de esperança que pode ser muito bem o elogio à poesia. Não interessa.Este é dos poemas que tem que ir para o livro a publicar.
    Lido, leve como as asas e como os sonhos bons.
    Irei depois ao texto anterir.Tem-me dado que pensar!!!

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  6. Realmente, o que há de mais poético na poesia é a viagem criativa que ela dinamiza mentalmente no leitor. E ela não pertence mais ao dono da sua criação, enquanto verdade unívoca ,depois de publicada e atravessada por outros olhos, ávidos de encontrar a chave que o escritor guarda para si.
    Li o poema com muita emoção e encontrei-lhe uma leveza e uma docilidade muito claras.Li-o como um cântico de esperança que pode ser muito bem o elogio à poesia. Não interessa.Este é dos poemas que tem que ir para o livro a publicar.
    Lindo, leve como as asas e como os sonhos bons.
    Irei depois ao texto anterior.Tem-me dado que pensar!!!

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