Que vida a de um palhaço sem o seu "povo"? Que "povo" vence sem ver o rumo traçado num "rosto" que acredita? Que "rosto" mantém a crença de uma espera que desespera? A DESESPERANÇA deste povo parece ter no seu código genético uma especial atracção pelos que nunca chegam... Lembro-me de um artigo (no DN), a propósito de D.Sebastião, que dizia... esse soberano "marcou de tal forma o curso da nossa História, que ainda hoje esperamos por um D. Sebastião que nos salve. E os candidatos, esses, são sempre muitos. Alguns apenas saídos do nevoeiro do imaginário colectivo, outros candidatos efectivos, mas pouco assumidos como el-rei, nunca regressaram." Mas o povo sobrevive (nisso, o povo é soberano!) - como o palhaço que, pela sua sobrevivência, não pode deixar de alimentar sonhos e fantasias, de fazer rir os corações até dos mais amargurados!) - ainda que vivendo de forma expectante, apática e angustiante... antevendo perigos colocados debaixo do tapete ou disfarçados no fingimento (?) de quem acredita que O Desejado ainda pode chegar, que o nevoeiro ainda pode levantar e consigo levar "...a agonia/Dum povo sem timoneiro." É claro que, esta, é apenas uma reflexão... Infelizmente, andam por aí muitos soberanos disfarçados... e sem graça nenhuma!:) Bom Carnaval!
Os factos, a vida, a situação favorecem a desesperança. Porém, todos sabemos que esta e qualquer tipo de desânimo não nos conduzem a lado nenhum. Ao contrário, precisamos desesperadamente de muita Esperança. A vida já nos ensinou que, sem menosprezo pelo contributo do Outro, nada nos fará crescer e seguir em frente, se cruzarmos os nossos próprios braços. Já temos suficiente experiência para acreditar em Sebastianismos venham eles donde vierem. O Timoneiro é muito importante, mas não é indispensável quando exista uma boa Companha. Esta pode substituir o timoneiro em situações de aflição, enquanto se escolhe novo Chefe de equipa. A nós cabe-nos: educar, ensinar, construir sentido crítico, valorizar o sentido de cidadania activa, praticá-la e ajudar a que outros sigam estes princípios básicos. Os resultados não serão imediatos mas, por certo, não deixarão de dar bons frutos. Arregacemos as mangas. vamos à luta e tudo se comporá. Um abraço e Bom Entrudo Caldeira
O momento é de reflexão, pois auguram-se tempos de ruptura na forma como temos encarado o mundo. A humanidade parece estar numa encruzilhada, deparando-se com opções até agora pouco consideradas. Havendo desesperança numa receita já gasta, há que fomentar a esperança nos novos caminhos a trilhar, num percurso colectivo eivado de sabedoria e bom senso. Obrigado pelo contributo dos vossos comentários e... oxalá saibamos preparar-nos para isso.
"Letargia dos dias".Ora aqui está a condensação melódica de suave leveza. A imagem , o texto, a recordação do mito sebástico para traçar o recorte de um qualquer desalento individual ou a servir o retrato de um país que chora há séculos o regresso do "Desejado". Li o poema e gostei tanto, que deixo aqui as versões de como ele poderia ser,sem lhe alterar a carga semântica que o reveste. Espero que não me leve a mal, mas a ideia é fabulosa e entusiasmou-me, tanto mais que me lembrou a "Mensagem"
Na letargia dos dias Cinzentos de nevoeiro Nem O Desejado servia Para atenuar a agonia Dum povo sem timoneiro.
Na letargia dos dias Cinzentos de nevoeiro O Desejado morria No sopro da agonia Dum povo sem timoneiro.
Carolina(s) Realmente vai longa a negra invernia, e o benfazejo sol teima em esconder-se no nevoeiro do nosso infortúnio. Mas a vida dá muitas voltas, não é verdade? Bj
Ibel, É claro que não levo a mal, pelo contrário, fico muito sensibilizado pela interacção. :) Quando escrevi o poema cheguei a pensar no seu desenvolvimento, mas achei por bem deixá-lo assim. Devido às características do tema, meia dúzia de palavras são mais que suficientes, ficando o resto para o leitor. E atendendo aos comentários expressos até ao momento, creio que não me enganei. Abraço
Que vida a de um palhaço sem o seu "povo"?
ResponderEliminarQue "povo" vence sem ver o rumo traçado num "rosto" que acredita?
Que "rosto" mantém a crença de uma espera que desespera?
A DESESPERANÇA deste povo parece ter no seu código genético uma especial atracção pelos que nunca chegam...
Lembro-me de um artigo (no DN), a propósito de D.Sebastião, que dizia... esse soberano "marcou de tal forma o curso da nossa História, que ainda hoje esperamos por um D. Sebastião que nos salve. E os candidatos, esses, são sempre muitos. Alguns apenas saídos do nevoeiro do imaginário colectivo, outros candidatos efectivos, mas pouco assumidos como el-rei, nunca regressaram."
Mas o povo sobrevive (nisso, o povo é soberano!) - como o palhaço que, pela sua sobrevivência, não pode deixar de alimentar sonhos e fantasias, de fazer rir os corações até dos mais amargurados!) - ainda que vivendo de forma expectante, apática e angustiante... antevendo perigos colocados debaixo do tapete ou disfarçados no fingimento (?) de quem acredita que O Desejado ainda pode chegar, que o nevoeiro ainda pode levantar e consigo levar "...a agonia/Dum povo sem timoneiro."
É claro que, esta, é apenas uma reflexão... Infelizmente, andam por aí muitos soberanos disfarçados... e sem graça nenhuma!:)
Bom Carnaval!
Os factos, a vida, a situação favorecem a desesperança. Porém, todos sabemos que esta e qualquer tipo de desânimo não nos conduzem a lado nenhum. Ao contrário, precisamos desesperadamente de muita Esperança. A vida já nos ensinou que, sem menosprezo pelo contributo do Outro, nada nos fará crescer e seguir em frente, se cruzarmos os nossos próprios braços.
ResponderEliminarJá temos suficiente experiência para acreditar em Sebastianismos venham eles donde vierem.
O Timoneiro é muito importante, mas não é indispensável quando exista uma boa Companha. Esta pode substituir o timoneiro em situações de aflição, enquanto se escolhe novo Chefe de equipa.
A nós cabe-nos: educar, ensinar, construir sentido crítico, valorizar o sentido de cidadania activa, praticá-la e ajudar a que outros sigam estes princípios básicos.
Os resultados não serão imediatos mas, por certo, não deixarão de dar bons frutos.
Arregacemos as mangas. vamos à luta e tudo se comporá.
Um abraço e Bom Entrudo
Caldeira
O momento é de reflexão, pois auguram-se tempos de ruptura na forma como temos encarado o mundo. A humanidade parece estar numa encruzilhada, deparando-se com opções até agora pouco consideradas.
ResponderEliminarHavendo desesperança numa receita já gasta, há que fomentar a esperança nos novos caminhos a trilhar, num percurso colectivo eivado de sabedoria e bom senso.
Obrigado pelo contributo dos vossos comentários e... oxalá saibamos preparar-nos para isso.
Neste tão longo e tenso inverno
ResponderEliminarsinto a falta da luz que encaminha
da luz que protege
da luz que apazigua…
sinto falta de ter esperança
da crença de um futuro melhor
de pensar que tudo isto é um pesadelo…
Mas será?
Ou será simplesmente a vida?
Carolina(s)
"Letargia dos dias".Ora aqui está a condensação melódica de suave leveza.
ResponderEliminarA imagem , o texto, a recordação do mito sebástico para traçar o recorte de um qualquer desalento individual ou a servir o retrato de um país que chora há séculos o regresso do "Desejado".
Li o poema e gostei tanto, que deixo aqui as versões de como ele poderia ser,sem lhe alterar a carga semântica que o reveste. Espero que não me leve a mal, mas a ideia é fabulosa e entusiasmou-me, tanto mais que me lembrou a "Mensagem"
Na letargia dos dias
Cinzentos de nevoeiro
Nem O Desejado servia
Para atenuar a agonia
Dum povo sem timoneiro.
Na letargia dos dias
Cinzentos de nevoeiro
O Desejado morria
No sopro da agonia
Dum povo sem timoneiro.
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Carolina(s)
ResponderEliminarRealmente vai longa a negra invernia, e o benfazejo sol teima em esconder-se no nevoeiro do nosso infortúnio. Mas a vida dá muitas voltas, não é verdade?
Bj
Ibel,
ResponderEliminarÉ claro que não levo a mal, pelo contrário, fico muito sensibilizado pela interacção. :)
Quando escrevi o poema cheguei a pensar no seu desenvolvimento, mas achei por bem deixá-lo assim. Devido às características do tema, meia dúzia de palavras são mais que suficientes, ficando o resto para o leitor. E atendendo aos comentários expressos até ao momento, creio que não me enganei.
Abraço
Pois é, amigo, a malta anda toda desanimada. Qualquer dia anda tudo aos coices e nem um ferrador temos de jeito.
ResponderEliminarUm abraço
Belo poema...
ResponderEliminarQue estes dias cinzentos e de mudança,nos transformem num povo de esperança e de fé, proporcionando-nos uma nova visão da realidade!
Um abraço.
Jorge,
ResponderEliminarNem comento! :) :)
Um abraço, alentejanão!
José,
Sei que és um homem de fé, e bem estamos precisados dela. Obrigado pela tua mensagem.
Um abraço.
Muito bem...gostei muito do seu texto.Pode dizer ao palhaço que se anime?
ResponderEliminarEstá cá com uma cara...ui...ui.
Micaela