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António Tapadinhas, A Cidade do Sol
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A tua alma sempre foi enorme, nem tu sabias da sua dimensão. De tal forma que, apesar dos receios, ela extravasava, insinuava-se para lá do teu pequeno mundo inicial. Sentias o seu respirar, é verdade, mas as histórias da lareira adormeciam esse apelo, qual feitiço tecido em tapetes de segurança. Apesar dos sinais, muitas vezes à flor da pele, ias resistindo.
Um dia partiste, mas uma parte de ti ficou. E, apesar das lutas interiores, alimentadas pelas promessas de novos horizontes, o teu ecrã teimava em filtrar cenários, confundindo amarras com liberdade.
Esbracejaste, socaste no ar, ressacaste. E começaste, com o que te restava, a ler a tua alma.
Ainda falas da lareira, mas já percebeste que a ternura não se confunde com a liberdade. Poderão ser complementares, mas vivem em dimensões diferentes, e a liberdade, por mais desejada, exige um preço para lá das vontades.
Quando começaste a subir a montanha, a beber das suas entranhas, sentiste que algo mudara em ti. Lembrarás sempre, com ternura, as histórias da lareira, mas a partir daqui tudo dependerá do vigor do teu voo. Seja lá o que isso for.
Ainda falas da lareira, mas já percebeste que a ternura não se confunde com a liberdade. Poderão ser complementares, mas vivem em dimensões diferentes, e a liberdade, por mais desejada, exige um preço para lá das vontades.
Quando começaste a subir a montanha, a beber das suas entranhas, sentiste que algo mudara em ti. Lembrarás sempre, com ternura, as histórias da lareira, mas a partir daqui tudo dependerá do vigor do teu voo. Seja lá o que isso for.
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Há que não se temer o preço, ou não correr o risco de querer ser. Belíssimos texto.
ResponderEliminarBeijos
Muito linda tua mensagem,mais uma vez!abração, agora sabor cidade FORNO,,rs chica
ResponderEliminarAquele que caminha jamais volta a estrada de partida. Para os romani não existem casas, existem estradas, para além das montanhas.
ResponderEliminarbjs das cozinheiras.
cuidar do que resta, por vezes, é o único caminho. como é bom quando a liberdade alimenta a ternura e a ternura alimenta a liberdade!
ResponderEliminarbelo texto!
abraço!!
Preço, muitas vezes, difícil de pagar...
ResponderEliminarUm bj
Às vezes partir não é a liberdade.
ResponderEliminarE às vezes ficar não é a liberdade.
Primeiro temos que entender a nossa alma.
Quem parte quebra amarras que não voltam a ser.
Partir, às vezes, vale a pena?
A pintura escolhida é muito linda.
ResponderEliminarLuminosa.
E quando não conhecemos a alma....
ResponderEliminarnão nos conhecemos, perdemo-nos e não sabemos se devemos partir....
Mas, se ficarmos e vivermos intensamente o que temos, a alma terá paz....
Brilhante...
Beijos e abraços
Marta
Haja cordilheira a se pagar!!
ResponderEliminarBonito, bonito :)
beijoss
Essas nossas almas a buscar liberdade...
ResponderEliminarA alçar voos por horizontes que descreves sempre com intensidade ímpar, AC.
Mais um texto no qual mergulhei.
Delicioso!
Beijo!!!
liberdade...está dentro de nós..
ResponderEliminarsempre..
lindo escrito querido..
beijos perfumados..
AC,querido amigo-poeta,
ResponderEliminarVoar dói e o chão é fatal. Eu ainda prefiro as arranhaduras das asas.
Maravilho esse post!
Bj imenso
Em volta da lareira existe todos os sonhos de vôos livres mas nem sempre os ventos do litoral são aliados.
ResponderEliminarMuito oportuna, esta reflexão!
ResponderEliminarHá um mundo para calcorrear, para desvendar, mas isso significa arriscar, perder o pé, partir.
No regresso, não seremos os mesmos, mas as nossas raízes permanecerão vivas a alimentarem o calor, a ternura de um serão-antigo à lareira.
Um beijo
Olá, sábio amigo AC!
ResponderEliminarNão podemos nos submeter às amarras de nossos medos e limitação, mas nos soltarmos que seja em pensamento, sonhos e imaginação.
Teu texto é mais uma maravilhosa tela colorida com a beleza das metáforas.
Parabéns pelo alumbramento!
Abraços do amigo de além-mar e ótimo fim de semana para ti e tua família!
Da lareira, o calor, a segurança.Ao iniciar-se o voo há o desconhecido... e forças são precisas para continuar e realizar os sonhos.
ResponderEliminarBelo texto.
Abraço
Olinda
AC tua escrita é sempre algo que me faz refletir, algo que toca e quer transformar. Teu estilo de narrativa é tão belo, verdadeira arte. beijos
ResponderEliminarJá conhecia esta pintura maravilhosa do nosso amigo A.Tapadinhas que tive o maior prazer em conhecer pessoalmente e estar de novo com ele no passado sábado.
ResponderEliminarAdorei o texto!
Excelente reflexão sempre e para os tempos actuais.
Existem amarras que se podem soltar mesmo que sejam apenas em pensamento.
Beijinho e uma flor
o vigor do voo: ápice, cume, vértice
ResponderEliminarabraço
"A tua alma sempre foi enorme, nem tu sabias da sua dimensão.(...) um dia partiste, mas uma parte de ti ficou."
ResponderEliminarA lareira? Ah, essas histórias com odor a café... A. Tapadinhas me levou a esses lugares...
"Conhece alguém as fronteiras à sua alma, para que possa dizer - eu sou eu ? "
Meu caro, isto parece não fazer sentido? Pois é... mas obrigado por me fazer ter lembrado
Talvez esse seja o problema : desconhecer o tamanho e a intensidade da nossa alma. Porém, se os descobrimos, o voo pode mudar de direção.
ResponderEliminarNão há limites para a conquista do que se deseja.
Beijo, AC.
As sombras chegam, os ventos mudam de direção, pode ser favorável ou não. A decisão é do tempo enquanto forças de asas se preparam rasteiras para o voo mais alto sobrepondo a ilusão...
ResponderEliminarSe existem limites, fica a decisão da vontade, ultrapassa-los a atingir a razão... O que se era ontem não se deixa de ser, se aguarda apenas o testemunho da voracidade... O que faz jus é os ventos soprarem favorecendo a direção... Pode-se fazer a viagem, mas antes matar a sede e a fome para se fortalecer no caminho...
Abraços meu amigo
Livinha
esta dito que o caminho da alma é o contrario do caminhos das nossas vontades, dos quereres, mas é o caminho da alma que nos faz elevar
ResponderEliminarbjs
acredito que nem sempre sabemos os caminhos que nos leva de encontro a alma ou ao nosso coração ao até mesmo ao nosso próximo,mas, sempre de alguma forma ou gesto paramos e institivamente tentamos encontrar este caminho que em geral é o contrario do qual estamos seguindo.
ResponderEliminarbjs
AC,
ResponderEliminarTernura e liberdade são dois sentimentos paralelos. Não há dúvida que se podem entrelaçar mas nem sempre é possível. Por isso, restam as conversas à lareira. Até o voo tem amarras mesmo que nosvamos entranhando na montanha!
Beijinho e parabéns por mais um texto: uma resma de sentimentos registados de forma bela como nos vai acostumando!
Volto só para dizer que a tela foi uma escolha feliz!:)
ResponderEliminarÉ um prazer ler estes textos, como sempre...
ResponderEliminarAbraço
A alma da poesia tem a dimensão do infinito...abraços de boa semana pra ti amigo.
ResponderEliminarEscolher e seguir o próprio caminho, mas levamos lembranças que, às vezes, doem...
ResponderEliminarBoa semana!
Beijinhos.
Brasil
✿⊱╮
¸.•°`♥✿⊱╮
O caminho da vida, amigo, sempre as mesmas difíceis opções.
ResponderEliminarBeijinho
Ná
Mais uma tela sublime.
ResponderEliminarO sol está bem presente. Lindo!
Parabéns
"...mas , afinal, do caminhar qual é o sentido,
ResponderEliminaro que se busca, então nesse percalço.
Será, talvez, a flor que em tudo encanta
e se supõe, talvez, que seja a vida?"
A alma é livre e o caminho é sempre interior.
Um abraço
É pena que a lareira se tenha apagado!
ResponderEliminarMas há mais madeira que vá aquecer os novos amantes... uma vez mais!
A liberdade é perder o conforto e sair voando rumo ao desconhecido.
ResponderEliminarUm texto que revejo nos voos dos meus filhos.
LINDO e sábio.
beijinhos
A opção pela ternura é também um exercício de liberdade. Liberdade e desprendimento por vezes confundem-se; e nem todas as "amarras" prendem verdadeiramente. Às vezes a ânsia de liberdade transforma-se numa prisão.
ResponderEliminarUm abraço, AC. E obrigada por estas palavras e pelas outras!
Há que arriscar para se conseguir realizar os sonhos sejam eles de ternura ou de liberdade. Só que a liberdade é um estado de alma e não vale a pena perder a vida em busca daquilo que tem que estar dentro de nós.
ResponderEliminarUm abraço e uma boa semana
Voar, voar, mas regressar sempre, ainda que em imagem, à lareira, que nos dá coragem!
ResponderEliminarBeijinhos, boa semana!
Madalena
Uma bela segunda feira pra ti meu amigo...abraços.
ResponderEliminargreat blog!!! following you now.. hope you could visit my blog too.. kisses!!!
ResponderEliminara vida é uma viagem, feita quase sempre em solidão
ResponderEliminarrestam as memórias do passado
Abraço
LauraAlberto
Sempre fascinantes seus escritos, seu jeito lindo de tecer com palavras...beijinhos, ótima semana AC
ResponderEliminarValéria
a parte que ficou, a da lareira
ResponderEliminarfez voar a outra parte que sobe as montanhas
de quantas partes se faz um coração?
um beijo, AC
manuela
O quadro de Tapadinhas é belíssimo. A prosa magistral. Adorei o blogue.
ResponderEliminarbj
Os caminhos que vão surgindo, nem sempre são aqueles que escolheríamos, pela liberdade...as mudanças dos voos podem ocorrer e é saudável deixar que tudo aconteça naturalmente, para que as dores não maltratem tanto a alma...na bifurcação da estrada...
ResponderEliminarBeijos, AC,
da Lúcia
A simplicidade do complexo
ResponderEliminarfaz-nos voar
para lá dos pássaros
Lembrarás sempre, com ternura, as histórias da lareira, mas a partir daqui tudo dependerá do vigor do teu voo.
ResponderEliminarPuxa que lindo *__*
Beijos!
De alguns fica a obra!
ResponderEliminarÉ isso que os nossos filhos de nós esperam!
Saudações poéticas!
AC,como é bonito ver a nossa língua falada (seria melhor dizer escrita) por quem tem origem no seio deste vernáculo. De Portugal, até aqui, no Brasil, quantas perdas... Soa doce e melódico, parece que tem mais propriedade! Mas agora, com a reforma, somos todos a mesma língua. Que bom. Mas o genuíno jamais vai se perder... espero.
ResponderEliminarQuantas vezes o nosso corpo quer mais que a nossa alma.
ResponderEliminarPor mais "lutas" que tenhamos, é o nosso íntimo, a nossa alma, que no momento fica magoada, dorida.
Beijo
Meu caro Agostinho!
ResponderEliminarHá tanto tempo que não passo por aqui! É difícil conceber este desatino. Mas como diria Guterres: "É a vida".
Belíssimo conto e definição rebuscada do conceito de Liberdade.
Grande abraço amigo
Caldeira
Tão líricas essas prosas poéticas! Queria saber escrever assim.
ResponderEliminarAbraços.
amáveis as raizes (da liberdade) assente na ternura.
ResponderEliminarbelíssimo texto...
abraços
há momentos tão belos que nos entram e as palavras nos secam.
ResponderEliminarsempre um prazer ler-te-
bj
Uau! Que lindo!!
ResponderEliminarMinha alma (liberta), alça vôo quando te lê...
:)
Grande abraço pra você, caro amigo.
Fique bem, fique com Deus
Cid@
nice pics...!!! i love it...!
ResponderEliminarenjoyed your blog...
kisses!!!
Um belo dia pra ti meu amigo..abraços.
ResponderEliminarOlá, AC!
ResponderEliminarObrigado pelas boas vindas.Andar por aqui, nesta lide de "blogar", não sendo doentio parece-se muito com uma doença ... benigna, digo eu.
Quanto ao bonito texto, uma conclusão tirar:difícil é juntar nesta vida o melhor de dois mundos...
Abraço amigo.
Vitor
Houve um momento em seu texto que lembrei Herman Hesse, sua sutileza e o rumo diferenciado que costumam tomar seus livros. Um lindo texto, amigo AC.
ResponderEliminarAbraço.
Tão luminosa quanto a tela são suas palavras AC
ResponderEliminare faze-nos recordar ternuras já vividas e que perdemos .
Entretanto,havemos sempre de subir ao alto como os passarinhos em seus vôos mágicos!
lindo como sempre és!
abraço ,grande abraço
Espero que o sol venha com o mesmo calor que deixa transparecer a imagem da tela.
ResponderEliminarBeijo
Me emocionei o teu texto lindo! abração,chica
ResponderEliminarum texto onde as memórias voam em nós
ResponderEliminarum beij
mas, quanto mais se sobe mais se desce
ResponderEliminarkis :=)
... o voo d'alma libertando amarras e procurando o seu mais intimo sentir...
ResponderEliminarMuito bom, como sempre.
A tela, lindíssima!
beijos
cvb
O voo da liberdade, o voo da alma que nos permite alcançar o segredo da vida! E esse voo mágico ninguém o pode deter, a não ser nós próprios. Só nós sabemos de que matéria são feitas as nossas asas...
ResponderEliminarUma asa, um abraço...sorrisos do meu (a)amar
A.C. ,
ResponderEliminaro texto entrou de tal forma em mim , que não consigo " falar " .
Um beijo ,
Maria
"Ainda falas da lareira, mas já percebeste que a ternura não se confunde com a liberdade."
Eliminaraqui reside o epicentro do texto, digo eu, a chave que abre todos os cárceres e é vontade. autodeterminação além da zona de conforto. ai crescemos gente. e somos.
belíssimo.
abraço fraterno e amigo
Mel
Nem sempre o voo nos faz livres.
ResponderEliminarAbraços.
Porque será que ao ler pensei no povo Português? Beijinhos
ResponderEliminarPoeta
ResponderEliminarComo sempre ler-te é adentrar no mais profundo da alma...uma viagem entre esperas e ausências.
Beijinho
Sonhadora
Enquanto lia, em mim nasciam asas,
ResponderEliminarpoderosas asas da liberdade do poeta
e da beleza das escolhas.
Bela alma, significativo texto.
abs.
Ola presado amigo.
ResponderEliminarBelo texto!
Somos livres, quando compreendemos e aceitamos até aonde nosso voo pode ir.
a liberdade que muitas vezes buscamos está em nós mesmos.
Tenha um bom fim de semana.
Abraço fraterno.
Maria Alice
É...As coisas mudam e, às vezes, as asas da liberdade pesam demais. AC, um beijo pra você!
ResponderEliminarTudo o que um sonho precisa para ser realizado
ResponderEliminaré alguém que acredite que ele possa ser realizado.
Bom fim de semana
Beijo
Ná
Sair da "zona de conforto" é um verdadeiro desafio em termos de auto-conhecimento. Um dos maiores, diria eu.
ResponderEliminarUm abraço e bom fim de semana.
Estas reflexões e leituras "de alma" são apaixonantes.
ResponderEliminarQueria tanto saber contornar a minha e ver que tamanho ela tem!
ResponderEliminarbeijosss
Fiquei a reler o "tal preço pela liberdade...
ResponderEliminarA lareira... E o vigor do vôo".
(chega a doer)
bj
bom dia!
=)
Haja alento, talento e coragem...para subir sempre mais....Beijo:)
ResponderEliminarLinda a tela.
ResponderEliminarDo texto não falo, as palavras por vezes só atrapalham...as minhas.
Beijinho