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Salvador Dali, Contador Antropomórfico
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Olhava, do alto da falésia, os barcos que partiam.
Dentro dela conviviam, em constante agitação, laivos despoletados por múltiplos cenários. Uns asfixiavam, outros tendiam a esboçar movimentos do abrir e fechar de portas. Da complexa amálgama, em constante fermentação, ia arquivando ficheiros, sabedoria acumulada que, de tão ciosamente guardada, apenas o pó tolerava por perto.
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Belo texto!
ResponderEliminar"Dentro dela conviviam, em constante clique aqui agitação, laivos despoletados por múltiplos cenários."
e tudo é agitação dentro e fora de nós.
A esperança é que, um dia, dos barcos que chegarem se aviste a falésia... e, já agora, também de outros lados da povoada costa...
ResponderEliminarAo ler o seu texto consultei o meu arquivo de lembranças e lembrei de uma escultura de Salvador Dali ...A mulher com gavetas. Um corpo feminino que possuí gavetas abertas por todo o corpo.Acho maravilhosa. Talvez seja a expressão materializada do seu texto.Um abraço
ResponderEliminarGuaraciaba,
EliminarSegui o rasto do seu comentário e mudei a imagem. Obrigado.
Aqui se respira um projeto maravilhoso de escrita em relação à linguagem, instituindo-se a poesia como o lugar vital para a sua semeadura.
ResponderEliminarAbr.,
Olhava do alto da falésia os barcos que partiam. Gosto da image. Não gosto de barcos parados. Um barco preso ao cais, sempre me lembra um povo acorrentado.
ResponderEliminarUm abraço e resto de uma boa semana
ResponderEliminarEla, um pouco/pó de cada um.
Beijo
Laura
Do alto podemos ver melhor os barcos em constante fermentação! abraços
ResponderEliminarÉ assim que dentro de cada um se constroem as fantasias, os sonhos, as utopias.
ResponderEliminarDo alto da falésia nem sempre se vê tudo...
ResponderEliminaré preciso guardar para dar.
Beijinho e parabéns pela escolha da imagem.
Ver os barcos partir com a consciência metafísica de que se vão como sonhos, à deriva. E ficar, mesmo sabendo...
ResponderEliminarUm beijo
Tudo se move
ResponderEliminaraté o pó
A linguagem já é embriagante por si. Texto pequeno e uma extensão imensa de reflexões.
ResponderEliminarBeijos,
Olá, AC!
ResponderEliminarLocal apropriado e inspirador, o alto da falésia, no convite à reflexão; partidas e chegadas sempre nos colocam na pele de viajantes, ainda que não saiamos da gare...
Abraço amigo
Vitor
a linguagem descortina mas também esconde,
ResponderEliminarabraço
gostei muito do que li e lembrei do seguinte:
ResponderEliminarNunca parti deste cais e tenho o mundo na mão!
Para mim nunca é demais responder sim cinquenta vezes a cada não.
Por cada barco que me negou cinquenta partem por mim e o mar é plano e o céu azul sempre que vou!
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Autor:Manuel Lopes
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um beijo
:)
Lindo e nos faz pensar...abraços,tudo de bom,chica
ResponderEliminarA cegueira humana no automatismo da existência...
ResponderEliminarA dessensibilização e a inexistência da sabedoria na cor e sabor do essencial.
Gosto e gosto muito de ler-te!!
Ps:A imagem perfeita em harmonia com o excelente texto.
Beijo.
Numa descrição perfeita, sinto familiaridade, no contexto.
ResponderEliminarUm beijo, AC,
da Lúcia
Ser-nos-ia sumamente valioso, saber atribuir o surgimento de bela reflexão. Amei vir matar saudades AC.
ResponderEliminarBeijinho
Sempre pura intensidade em suas palavras...fascinante... beijos
ResponderEliminarValéria
convém sacudir o pó de vez em quando - do alto da falésia, se possivel...
ResponderEliminar... antes qu tão apreciável sabedoria ganhe musgo! ou mofo, nunca se sabe.
abraço
a imagem é extremamente apropriada para um texto tão visceral.
ResponderEliminarAC, meu querido, vc é gigante!
bj imenso
Há marés dentro de nós, trazendo à tona, ou afundando, imagens que recusamo-nos a ver.
ResponderEliminarAbraços poeta!
Uma linda vida.
Olá, poeta AC!
ResponderEliminarQue alegria voltar a ler os teus textos! Um pouco afastada, mas com vontade de regressar ao mundo dos sonhos e das palavras!
Uma brisa do meu (a)mar
Caríssimo realmente não sei o que lhe dizer depois de saborear tuas palavras...Então ca deixo meu abraço e desejo para ti um belo final de semana, sem poeiras e com muitas lembranças.
ResponderEliminarbjs
Excelente texto com uma imagem em perfeita harmonia! isto é AC...
ResponderEliminarBjs
Poeta ,
ResponderEliminarPerfeito !
Simples assim .
Perfeito !
Obrigada .
Beijos
Sentimentos guardados à sete chaves... Um grande abraço, AC!
ResponderEliminar"Perpétua cegueira" - Para que serve tanta sabedoria acumulada se for, assim, deixada ao pó?
ResponderEliminarPor outro lado, também há aqueles barcos que partem, deixando vazias as gavetas...
Beijo :)
Sabedoria só vale à pena se for para ser utilizada, afinal, geralmente o acúmulo também é feito de dor. Um abraço!
ResponderEliminarSaudades destes sublimes momentos escritos com o carvão da beleza de todas as coisas.
ResponderEliminarFoi tão bom passar por aqui.
Um abraço, AC
E a sabedoria não deveria ser guardada.
ResponderEliminarMuito bom!
bjs
O movimento não permite que o pó acumule.
ResponderEliminarUm grande bj querido amigo.
Excelente conto! Quisera eu guardar tal sabedoria, mas nada sei!
ResponderEliminarBeijinhos, bom domingo!
Madalena
AC,
ResponderEliminarPura sabedoria!
Saudades de vir aqui!
Um abraço, Marluce
Um diálogo perfeito entre as imagens, a tela de Dalí e a personagem. Senti-me como ela, observando o ir e vir (o devir e porvir), dos barcos, e em cada um partir junto, ser embalada pela agitação do mar (e dos sentimentos, e fiquei murmurando: todos seremos pó um dia).
ResponderEliminarBelo e reflexivo texto!
Os barcos também guardam memórias...
ResponderEliminarA sua escrita é linda, AC.
Beijinho.
Mas isso está uma maravilha. De uma forma incomum!
ResponderEliminarBeijooO*
Uma simbiose perfeita entre texto e imagem!
ResponderEliminarBeijo saudoso
Reflexivo...beijos
ResponderEliminar
ResponderEliminarE mesmo sabendo,a cegueira é, tantas vezes, o lugar onde se vê ( ou julga ver) melhor.
Excelente, AC!
As suas palavras levam-me sempre para caminhos que, não sendo fáceis, é cada vez mais urgente palmilhar.
Um beijinho