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Miguel Ângelo, Criação do Homem
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Desligam-se as amarras do convencional, passo irreversível para o vislumbre da arquitectura do entendimento.
O confronto com a nudez, em paisagens pouco definidas, resgata o choro umbilical. O olhar vai-se fixando em minúsculas crateras, pequenos vales, grutas dispersas, instantâneos orientados em convergência disforme. A visão começa a construir referências, integrando os ventos num campo cada vez mais nítido. A pouco e pouco insinua-se a textura do barro, o choro mistura-se com o riso. Aumenta a dimensão do olhar. A percepção do barro amaina o vento, mas não faz desaparecer a inquietude. São tantas as estrelas perante um pedaço de argila...!
É então que se sente o desabrochar da flor, rompendo a ténue fronteira da solidão. As estrelas continuam longe, mas há um calor novo que renova o sentido das coisas. O calor das tuas mãos.
.O confronto com a nudez, em paisagens pouco definidas, resgata o choro umbilical. O olhar vai-se fixando em minúsculas crateras, pequenos vales, grutas dispersas, instantâneos orientados em convergência disforme. A visão começa a construir referências, integrando os ventos num campo cada vez mais nítido. A pouco e pouco insinua-se a textura do barro, o choro mistura-se com o riso. Aumenta a dimensão do olhar. A percepção do barro amaina o vento, mas não faz desaparecer a inquietude. São tantas as estrelas perante um pedaço de argila...!
É então que se sente o desabrochar da flor, rompendo a ténue fronteira da solidão. As estrelas continuam longe, mas há um calor novo que renova o sentido das coisas. O calor das tuas mãos.
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O calor das mãos na sua forma mais complexa.
ResponderEliminarE o calor das mãos faz um bem danado. Lindo! abração,chica
ResponderEliminarO sentido estético do entendimento
ResponderEliminar(Des)convencionando as formas da nudez
A percepção das divergentes convergências
(alterando os ventos)
E, finalmente, o tempo
Em tuas mãos
Belo
Abraço
Somos feitos de barro, por isso nos quebramos por vezes com facilidade. :)
ResponderEliminarAh meu amigo! Senti o calor, senti a vibração e a emoção do momento.
ResponderEliminarUm grande bj AC, bem quente, dentro do teu coração, para que possas sentir-me também... :)
Que belo e poético texto.
ResponderEliminarUm encanto da primeira à ultima linha.
Um abraço e bom Domingo
Estar voltando ao contato e ficar diante da relevância do fitar a criação do "tudo" modelado a partir da essência primeira que parece nada: o barro, o amálgama que gera a vida ! Consegui passear por este universo, me perdoa se foi esta a intenção, mas como o poema é livre o contexto de quem interpreta e sente também o é, só posso agradecer por este enlevo. Bom domingo A.C.
ResponderEliminarcomo adorei este "calor das mãos", calor da alma que sente, contornos de sensualidade, emoções a cada gesto...
ResponderEliminarBeijinho, AC!
Das suas mãos brota poesia!
ResponderEliminarTenho andado às voltas com o sentimento de solidão querendo me arrebatar...e espero ser antes resgatada por calor de mãos cúmplices. Um abraço!
ResponderEliminarImagético. Como uma tela, um abraço, um universo aberto a todas as cintilações.
ResponderEliminarBeijo
São muitas estrelas, muitos desejos...Palavras intensas caro poeta.
ResponderEliminarEspero que tenhas uma linda semana.
bjs
Oi, A.C. Belíssimo texto na trama da construção do entendimento através dos fios preciosos que unem a matéria ao espírito...e como se completam em mãos que se unem, no particular como no infinito.
ResponderEliminarUm abraço
Rica prosa poética. Quanta cintilação na conjugação dos fios, no entrelaçamento das imagens...
ResponderEliminarGrande abraço, amigo,
Olá AC
ResponderEliminarQue belíssima construção poética minha amiga.
Uma semana iluminada
Beijos
Lindíssimo este texto com uma mensagem forte e quente.
ResponderEliminarLi e tornei a ler com prazer.
Bjs
"a visão começa a construir referências, integrando os ventos num campo cada vez mais nítido."
ResponderEliminaro quanto necessitamos de referências, pontos de ancoragem, azimutes fortes e credíveis. as mãos, elas que amparam a vida, que nos acolhem à chegada. o calor das mãos, sem dúvida.
AC, gosto meu em lê-lo, estimado amigo
um abraço fraterno
Mel
mãos que são descoberta e início - argila moldando estrelas.
ResponderEliminarabraço
Basta um toque
ResponderEliminarO poder do toque...
ResponderEliminarAbraço Lisette.
Deslumbrante, AC!
ResponderEliminarNenhum pedaço do corpo possui tanta alma quanto as mãos
Matando a saudade, bjão
AC
ResponderEliminarDo cordão umbilical
a textura do barro desabrocha a flor
um sentido novo nas tuas mãos
Maravilhei-me com a sua construção.
Bjs.
É o não estar só!
ResponderEliminarBeijinho
AC,
ResponderEliminarConstrange sempre que vemos os erros em algo que devia ser perfeito e justo para fazer jus ao nome (justiça).
Somos nós que construímos a justiça mas porque não conseguimos alcançar o objetivo supremo...
Quanto ao seu texto, é um dos mais belos que tenho lido nos últimos tempos. Parabéns por ligar a escrita tão bem com a Capela Sistina e a Criação...
Beijinho grato pelas palavras que lá deixou e pelas que aqui deixa :)
Agostinhamigo
ResponderEliminar"Memento homo, quia pulvis es et in pulverem reverteris (Gen., 3, 19) é uma citação, como sabes, que significa "Lembra-te, ó homem, que és pó e em pó te hás de tornar. Creio que seria a melhor legenda para o imortal "Criação do Homem" do genial Miguel Ângelo, fresco que se faz parte do tecto da Capela Sistina no Vaticano e que eu já tive o privilégio de ver antes e depois de ser restaurada.
Penso que é o melhor comentário sobre o teu texto (primoroso, como sempre) e a obra magnífica do pintor que se chamou na verdade Michelangelo. Os meus parabéns, uma vez mais, pela felicíssima conjugação que encontraste e realizaste.
E quando vais pela nossa Travessa? E um textículo como seu colaborador (30/40 linhocas em Corpo 14)? Fico à espera...
Abç
Henrique
Sensual e poderoso calor das mãos que aquece a alma e o coração.
ResponderEliminarbeijinho e uma flor
Calor das mãos dizem tanto e tão alto, que até as estrelas la´em cima escutam... E vibram.
ResponderEliminarBeijos, caro AC.
Olá, Ac!
ResponderEliminarUma boa parte deste vida é vivida através dos sentidos, e as mãos sempre uma ponte privilegiada de ligação entre dois seres que se desejam encontrar.
Lindo texto, e linda imagem como complemento.
Abraço amigo e boa semana.
Vitor
Meu querido Poeta
ResponderEliminarÉ sempre reconfortante o calor de umas mãos que sejam feitas para acariciar (porque há mãos que sabem falar).
Como sempre MARAVILHOSO.
Um beijinho com carinho
Sonhadora
E é nas mãos que está a esperança dum recomeço .
ResponderEliminarE o tão esperado Homem Novo ...
Um beijo , AC ,
Maria
AC, texto reconfortante de esperança, do melhor que já lhe li!
ResponderEliminarBeijinhos,
Madalena
A mão, o toque, aquece até mesmo o frio coração.
ResponderEliminarDiz-me tanto o calor das mãos!
ResponderEliminarRendo-me á tua escrita!!
Bjs
Faz-nos muito bem desligar-nos para ligar-nos ,dando as mãos...
ResponderEliminarbelo poema AC
deixo meu abraço
A mao acaricia a pele enquanto faz a alma sorridente!
ResponderEliminarLindo!
Beijos!
Basta um toque, sim, AC...
ResponderEliminarMagnífico texto!
Abraço!
As mãos são de um incalculável valor, pois com elas tudo se pode fazer e desfazer.
ResponderEliminarE, muitas vezes, basta tão só um toque,,,
Bom final de semana
Essa é a única maneira de realmente observarmos a verdadeira beleza, desligando-se das amarras contidas no olhar convencional.
ResponderEliminarBjos!
O calor das mãos tem um valor incalculável, AC.
ResponderEliminarAbraço grande.
Poeta ,
ResponderEliminar(...) " mas há um calor novo que renova o sentido das coisas .
O calor das tuas mãos ."
Perfeito !
Emociona , encanta .
Obrigada .
Também , a visita ao meu espaço me deixou feliz .
Beijos
Que sensação gostosa (e uma maneira chique) de entendimento...
ResponderEliminarBeijos.
Este texto é complexo pelas várias leituras que tem.... para mim um poema ....é uma porta sempre aberta ... até pode não querer dizer o que o seu autor pretendia.... ele torna-se " propriedade" do fruidor... Cada um vê o que vê, sente o que sente...e todas as interpretações enriquecem-nos mutuamente .... Não sei, mas vi o embrião, o nascimento, o crescimento de uma criança...as mãos da mãe...de tudo o que o fará desenvolver-se e tornar-se homem...
ResponderEliminarBeijo...sempre grande para nos compensarmos desta distância ...:))
a seguir olhar, o toque das mãos. Ou antes...não interessa a ordem, mas a intensidade. e o toque que chega à alma :-)
ResponderEliminarBjº