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Hélio Cunha, Vestígios de um mar inexistente
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- A nossa memória é tão curta, Pedro.
Silêncio de anuimento. Ela vira-se, olha-o nos olhos e prossegue.
- Há momentos em que o horizonte tudo promete, tudo parece alimentar, a vida quase faz lembrar um repasto de oportunidades. Mas há outros em que tudo se desvanece, tudo parece virar pó. Para quê, então, tanta ansiedade, tanto desejo de fulgor? Por onde paira o equilíbrio?
Nova pausa, desta vez mais prolongada. Há coisas que requerem o seu tempo, a sua interiorização é luta constante.
- O lado brilhante da vida depressa se esconde, por cada actor em cena há mil em lista de espera nos preâmbulos do guião.
De novo a pausa. Queria-lhe dizer que, para algumas pessoas, a questão não era viver, tudo se resumia a sobreviver. Mas nada lhe disse. As referências são sempre importantes, sem elas a dignidade pouco ou nada respira.
- Sabes, a simplicidade parece ser o caminho certo. Contudo, contrariando o seu significado, alcançá-la dá muito que penar. É tão delicada, essa marota...!
O sol, ao longe, vai-se escondendo. As inquietações, bipolares, preparam-se para o rastilho que irá incendiar a noite.
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pausaconvite está colado!
ResponderEliminarPois está, e nem precisou de cola. :)
EliminarMais um diálogo provável, um texto belo. Sugere-me que nem sempre, nem para todos, é clara a diferença entre vida e sobrevivência e nessa confusão a dignidade até perdeu sentido. É gente que lida nem bem nem mal com a poesia, ignora-a. É gente que nem sonha que podem acontecer noites incendiadas...
ResponderEliminarLindíssimo este diálogo.
ResponderEliminarPois é, também para mim a simplicidade é sempre o caminho certo.
Bjs
Oi,A.C...a simplicidade nas convicções e no diálogo é o lugar onde reside a sabedoria para viver em paz.
ResponderEliminarum abraço
Eu acho que sim... temos que procurar a simplicidade. :)
ResponderEliminarParabéns pelo texto :)
ResponderEliminarAchei inspirador e verdadeiro.
Obrigada por sempre passar no meu blog também!
http://raquelconsorte.blogspot.com.br/
Beijos
meditar e o dia passar..
ResponderEliminarbelo escrito AC..
beijo e boa semana.
Pois de onde viria a beleza da vida,
ResponderEliminarora,
se não fossem as pausas e a simplicidade no viver?!
Mui belo. Abraço.
Ora bem! A beleza da simplicidade e acrescento, da autenticidade, é difícil de alcançar...
ResponderEliminarPara ler e meditar. Um abraço.
M. Emília
Por partes:
ResponderEliminar1. A tela é muito bonita. Não conheço este pintor, vou pesquisar. Grata por esta partilha.
2. O texto, mais rico que a tela porque sim.
3. São poucos os que valorizam a simplicidade. O narcisismo é difícil de aplacar.
Em suma, gostei muito deste exercício.
Beijinho. :))
Fantástica essa tua capacidade de dizer a infinitude num texto tão curto... E simples... E lindo.
ResponderEliminarum beijo, meu querido.
Olá, AC.
ResponderEliminarSim, nossa memória é curta... talvez um artifício da natureza para que nos desvencilhemos dos excessos e fique apenas a essência e a simplicidade.
Belo, como sempre.Beijo.
pois é.
ResponderEliminarsimplicidade por vezes faz falta (muita).
beijo
;)
Lindas palavras AC.Beijos
ResponderEliminarAgostinhamigo
ResponderEliminarMais duas admirações: pelo texto e pela gravura. Tenho dito e nisso sou irrevogável... Ou, antes, revogo o irrevogável:
Na nossa Travessa há um artigo de um tal Vicente Antunes Ferreira (meu neto, 14 anos) sobre o tema candente – pelo menos para os amantes do futebol – que é a telenovela do jogador-maravilha, o Bruma, cujas andanças entre o Sporting e os muitos pontos de ??? a qual tem posto ao rubro o período de férias do chamado desporto-rei e não só… Se quiseres lá dar um saltinho, verás das habilidades do moço, muito melhores do que as do avô babado…
Abç
Henrique
Há de se ter simplicidade para sobreviver às intempéries e pausas, às vezes, próximas, às vezes perdida. Saímos das leituras dos seus textos sempre enriquecidos.
ResponderEliminarGrande abraço, A.C.,
É entre a sombra e a luz que se reparte o tempo, as emoções, numa área subjetiva. A simplicidade é deveras complexa.
ResponderEliminarUm beijo
ps: sim, leu bem nas entrelinhas!:)
Que se ateiem os relâmpagos
ResponderEliminarAbraço
Sempre me fez impressão como alguém consegue viver sobrevivendo sabendo que apenas o poderá fazer uma vez. A submissão não deixa viver em pleno, mata os sonhos, os desejos e leva ao desrespeito. O equilíbrio consegue-se, a experiência ajuda quando conseguimos aprender com ela. Beijinhos
ResponderEliminarConcordo , ser realmente simples é uma completa complicação...
ResponderEliminarUm bom resto de dia
Um excelente texto. A nossa memória não é fraca, mas tem demasiadas gavetas que nós vamos fechando por inércia, ou por desejo.
ResponderEliminarE a simplicidade é como uma moeda. Às vezes pensamos que está na cara e afinal está na coroa
Um abraço.
Um grande abraço por esse texto sábio, AC!
ResponderEliminarAmei este diálogo. A simplicidade precisa ser batalhada dia a dia.
ResponderEliminarUm lindo dia para você.
Um abraço.
O palco tem permanentes espetáculos em cena...e cada ator, escolhe em que, como e quando atuar, em diálogos ou monólogos.
ResponderEliminarBeijos, AC,
da Lúcia
A simplicidade é necessária... e belamente profunda.
ResponderEliminarBeijos.
« as referências são sempre importantes, sem elas a dignidade pouco ou nada respira»
ResponderEliminarÉ verdade, AC. Não sei se soube interpretar o que o grande poeta quis dizer entre linhas, porém, se bem entendi as pausas não conseguem dar luz ao diálogo, e a dignidade aos poucos vai asfixiando! A nossa memória quando é mais necessária é curta...
A arrogância é inimiga da simplicidade e há muitos que julgam a simplicidade por parvoíce!!!
Adorei o seu excelente texto, grande poeta. Muito obrigada pela partilha.
beijinho e bom fim de semana.
Saber viver (bem) é uma arte, uma arte negada à maioria.
ResponderEliminarE é tão simples! Basta respirar, usufruir esse dom magnífico que é a vida, ser feliz com coisas pequeninas passando, claro, pelos sentimentos
Redutora, esta postura? Talvez!...
O ser humano parece não gostar da simplicidade, não olha para dentro de si mesmo...Olha para fora e quer medir forças com o que vê...Um beijo, AC!
ResponderEliminarPoeta , cada vez que venho aqui me emociono e saio enriquecida .Obrigada pela partilha de sua poética escrita . Agradeço e fico feliz com suas visitas ao meu espaço . Alegre dia do amigo . Beijos
ResponderEliminaro milagre das pequenas coisas...
ResponderEliminarabraço
Boa tarde, AC. Memória curta todos temos, ainda mais quando é para lembrar do bem que alguém nos fez, ou fizemos.
ResponderEliminarQuando agimos ou alguém de modo contrário, logo vem as acusações.
Somos julgados e julgamos sem dó.
Se fôssemos pessoas mais simples, observadoras, olharíamos par o bem diário, para os valores que realmente importam e seguiríamos uma feliz vida, mas somos ou fazemos questão de sermos pessoas complexas.
Beijo grande e excelente semana de paz!
"Há momentos em que o horizonte tudo promete, tudo parece alimentar, a vida quase faz lembrar um repasto de oportunidades. Mas há outros em que tudo se desvanece, tudo parece virar pó. Para quê, então, tanta ansiedade, tanto desejo de fulgor? Por onde paira o equilíbrio?"_(lembra o estado da nação)
ResponderEliminar"De novo a pausa. Queria-lhe dizer que, para algumas pessoas, a questão não era viver, tudo se resumia a sobreviver. Mas nada lhe disse. As referências são sempre importantes, sem elas a dignidade pouco ou nada respira.__ Sobreviver é pouco, viver é tudo!
Adorei o texto, muito bem estruturado, poético e com pluralidades de leituras!
Beijo grande para te recompensar a ti e a mim:)))