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Júlio Resende, Pássaro
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Ainda te lembras, eu sei, das tardes junto ao pinhal, perto da ribeira, onde, até ao lusco-fusco, desenhavas os teus primeiros versos. Era primavera e o mundo chamava por ti, e nem o brilho daqueles olhos negros, que te arrebatavam as noites, conseguiam adormecer esse anseio.
Um passo apressado, dois, três... Nas primeiras caminhadas festejavas cada pedra transposta, cada chegar para lá da linha do horizonte. Quando, por fim, começaste a subir os montes mais altos, as linhas deixaram de ser claras, descobriste que as fronteiras apenas existiam dentro de ti.
À noite, em volta da fogueira, ainda recordas, de quando em vez, o aconchego do mundo circunscrito ao pequeno vale. Sabes que não há recuo, a poeira do caminho há muito bebeu a tua pele. E continuas. Mas, por mais que caminhes, continuas a transportar, bem guardado no bolso, o brilho daquelas intermináveis tardes.
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Lindo e esse brilho deve sempre permanecer! beijos,tudo d bom,chica
ResponderEliminarExcelente texto que nos deixa entrever a caminhada da vida para lá de todos os obstáculos, transpondo horizontes, mas conservando afinal a essência dos primeiros tempos e do lugar primeiro...
ResponderEliminarAbraço
Olinda
Poeta ,
ResponderEliminarObrigada por me encantar com tamanha delicadeza .
Beijos
É esse brilho que nos faz humanos. As decisões tomadas em nossa vida são, muitas vezes, impossíveis de se reverterem, mas o que levamos do passado, nos ajuda e nos dá alento para construir o futuro. Abraços, ótimo texto!
ResponderEliminarUm texto poético muito belo.
ResponderEliminarQueria também carregar esse brilho no bolso, na alma , nos olhos...
Há quem consiga o prodígio de guardar sempre um brilhozinho em qualquer lado...até num bolso!
ResponderEliminarAbraço
AC, há definitivamente um brilho muito próprio nos seus textos, e há sempre um brilho de esperança no horizonte!
ResponderEliminarBeijinhos, boa semana (e bom "arranque" de ano escolar)!
Olá, AC! Bom dia :)
ResponderEliminarO brilho sereno do "Interioridades", a "guardar no bolso" aquela nostalgia da luz inicial.
"Sabes que não há recuo, a poeira do caminho há muito bebeu a tua pele."
Retenho esta frase, com tantos significados dentro!
Obrigada. Boa semana :)
Abraço
Interioridades que se expressam...
ResponderEliminarBeijos
Um belo cristal!
ResponderEliminarAbraço, AC.
Gilson.
Crescer, evoluir, exige esforço e dói sempre... Muito nas entrelinhas, AC. Beijo!
ResponderEliminarAC, este maravilhoso texto, desculpe que diga isto, parece ter sido escrito para mim.
ResponderEliminarVivi na minha infância mesmo junto a um pinhal, recordo o cheiro intenso, os cogumelos, ainda não existiam nenhuns olhos negros é certo, mas passado tanto tempo aquele pinhal e tudo à sua volta, de pequenos outeiros e vales pouco profundos ainda vivem comigo.
Adorei!
xx
"Um personagem em busca do seu eu"....bela viagem interior.
ResponderEliminarUm abraço
A essência não se perde...
ResponderEliminarBelo!
Beijo :)
Por mais que calcorreamos o mundo carregamos sempre connosco as recordações do bom e do mau que já nos atingiu.
ResponderEliminarO texto como sempre é muito bonito.
Um abraço e resto de boa semana
e que esse brilho permaneça....
ResponderEliminar:)
Que texto lindo e delicado. Cheguei a sentir o brilho daqui da minha janela aonde escrevo. Me fez sorrir. obrigada.
ResponderEliminarHá folhas que não caem para espanto do Outono
ResponderEliminarE que, por mais que se caminhe, não se deixa pra trás o que foi vivido e bom, feito o brilho das intermináveis tardes?
ResponderEliminarÉs encanto!
Beijo.
Olá, AC!
ResponderEliminarQuem não terá memória, nalguns casos saudade, dos tempos em que foi novo...?
Acho que quase todos...
Bonito texto!
Boa semana, e um abraço
Vitor
um brilhozinho que (re)conforta...
ResponderEliminarabraço
Que lindo!
ResponderEliminarGosto de memórias, histórias e poesias!
Gostei das suas!
Beijos!
Um texto cheio de sensibilidade e ternura. Emocionou-me!
ResponderEliminarBelo demais AC!
Sacudam-se esses bolsos para espalhar o brilho mundo fora... :)
ResponderEliminarA vida ensina tantas coisas importantes, que é preciso conhecer.
ResponderEliminarComo sempre, um texto apreciável.
Abraço grande.
Profunda sensibilidade que permite guardar o brilho até no bolso!
ResponderEliminarAmei AC
beijinho e uma flor
Olá, boa noite!
ResponderEliminarHá pessoas que conservam um brilho especial ao longo da vida...pois são mesmo brilhantes em tudo que fazem. Belo texto, muito bem acompanhado do trabalho de J. Resende.
Abraços.
Oi, muito bom sua prosa poética. Vim agradecer a visita e conhecer o seu espaço.
ResponderEliminarParabéns pelas belas palavras.
Abraços
Leila
Uma tarde muito poética que lume de tanto encanto.
ResponderEliminarEstava com saudade dos seus escritos.
Um dia luminoso para você.
bjs.
Um pouco de "ouro" para correr à frente dos nossos pés...
ResponderEliminaratravessando desertos.
Um beijo
pois é, de vez em quando é o brilho que desaparece.
ResponderEliminareste brilho que não cessa
ResponderEliminarabraço
Belas são as janelas dos seus olhos
ResponderEliminarO brilho da tua escrita é semelhante ao transfigurado no texto que acabamos de ler: ambos permanecem indelevelmente.
ResponderEliminarGrande abraço, poeta!
Eu bem sei o quão árduo é esse caminho...
ResponderEliminarSempre imenso, AC.
Beijinho.
"...a poeira do caminho há muito bebeu a tua pele"
ResponderEliminarIntensamente belo.
Beijos.
A beleza da vida está nesse brilho guardado...
ResponderEliminarImerso é o brilho do teu olhar poético!
Bj.
Guarda os melhores momentos, beijo Lisette.
ResponderEliminarO encanto, a magia do momento guardado para sempre no olhar...nas memórias...no sorriso...na alma...
ResponderEliminarObrigada pela visita..
Beijos e abraços
Marta
AC, a despeito da poeira dos caminhos, seguimos a transportar o brilho daquelas tardes... é o que justifica a caminhada no espaço-tempo.
ResponderEliminarSua prosa poética é tão linda que deu-me vontade de lê-la no formato livro. Você tem alguma publicação tradicional?
Abraço!
Quanto mais se sobe e pele se perde , mais importância se dá a determinados " brilhos " .
ResponderEliminarUm beijo , AC ,
Maria
como um lago que se eterniza na miragem do seu próprio reflexo...
ResponderEliminarabraço
Seguir em frente sempre com as boas lembranças no coração.
ResponderEliminar¸.•°♡彡Ótimo sábado!
♡♫° ·.Bom fim de semana!
Beijinhos.
¸.•°❤❤⊱
Impossível, digo eu, não ficar com outro brilhozinho nos olhos quer pela nostagia que esta tarde provoca quer pela beleza de tanta luz poética!
ResponderEliminarSempre que a poética te chamar, vem aqui!
Beijinho AC
As memórias não se perdem, quando não queremos elas aparecem, quando nos lembramos delas com delícia exasperam-nos.
ResponderEliminarBeijinho. :))
Eu também tenho um desses pequenos mundos, de curtíssimos horizontes, onde me sentia perfeitamente em paz e segura, que guardo no baú da infância. E também ensaiava umas palavras, talvez não muito poéticas, imaginava outras coisas, pessoas, lugares, mas ancorada naquele cantinho, escondida de todos. Era uma grande seara, as espigas ocultavam-me de toda a gente, e o dono fingia que não me via esgueirar para aquele mar doirado, uma tarde atrás da outra...
ResponderEliminarObrigada pela recordação.
Beijinho e um doce fim-de-semana
Ruthia d'O Berço do Mundo
Guardar lembranças nos bolsos e ter acesso a elas a qualquer momento é bom...Beijo, AC!
ResponderEliminarHá brilhos inesquecíveis ... "filmes", "imagens" , mesmo distantes e longínquas, remotas, guardadas no cofre da memória que ninguém sonha...só nós as vimos... contemplamos... e as sensações só nossas....claridades que raramente se conseguem transmitir...
ResponderEliminarMaravilhoso Julio Resende!
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