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Pintura de Margarida Cepêda
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Ainda me lembro, mãe, quando, nas manhãs de nevoeiro, insistias em desfolhar malmequeres. As flores, em carícia permanente, eram auscultadas em gestos cerimoniais, cada pétala que tiravas era um pouco de névoa que se ia. E continuavas, em gestos de eterno perfil, até os medos se desprenderem. Era então chegada a hora de libertar os barcos, de soprar as velas que enfunavam os sonhos.
Quando partiste, em perfeito alinhavado com o imperfeito, ainda era a delicadeza dos gestos que bordava o esboço do teu eterno desfolhar. Só eu via, mas tu continuavas a sorrir.
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Lindíssimo momento.
ResponderEliminarUma viagem à infância, ao branco das pétalas dos malmequeres e à inocência.
Abraço.
Paulo
As memórias perfeitas no tempo imperfeito...
ResponderEliminarInteressante...
Beijos e abraços
Marta
Mal-me-quer, bem-me-quer, e essa chuva molhando o meu rosto arrasta o perfume das flores que deságuam em meu coração...!
ResponderEliminarBeijos :)
Oi A.C...entre benquereres e malquereres passamos a vida dos sonhos...o perfeito no imperfeito ou vice versa.
ResponderEliminarum abraço
"Em perfeito alinhavo com o imperfeito"... Ler-te é feito ser acariciada por uma pétala. Suave e bom.
ResponderEliminarAbraços, AC.
Um belo equilíbrio justa mente imperfeito
ResponderEliminarAbraço
Belas imagens: a oferecida aos olhos e, claro, as sugeridas em tão poético texto.
ResponderEliminarUm beijo
Lídia
Muitas mulheres passam grande parte da vida a desfolhar flores e sonhos, sempre a tentar aperfeiçoar a realidade dos que as rodeiam. Até ao fim.
ResponderEliminarMuito belo, esse desfolhar de malmequeres que desfaz a névoa.
xx
Fica a ternura das memórias floridas.
ResponderEliminarBeijinhos Marianos, AC! :)
Um texto que arrasta recordações ocultas à muito na nossa memória. E a poesia sempre presente em cada pétala, transformada em sonhos.
ResponderEliminarUm abraço e bom domingo.
AC, acredito que na minha imperfeição virei aqui neste post para reler, pois me faltou compreensão. Mas deixo para ti beijinhos e desejo um lindo final de semana.
ResponderEliminarJulgo que a vida se resume um pouco ao acto de desfolhar . . . umas vezes sim , outras não . . .
ResponderEliminarBelo texto
Um beijo AC ,
Maria
Bem me quer -mal me quer...e era perfeito...quando ainda se acreditava!
ResponderEliminarAbraço e uma semana feliz
Graça
Arrancar pétalas de uma flor é fácil, porém, arrancar nossas imperfeições...
ResponderEliminarAC, um beijo!
Belíssimo. Mal-me-queres são flores com afecto. Quem não desfolhou ao vento a ver a sua sorte?
ResponderEliminarA partida é sempre triste mas há quem saiba planar.
Beijinho e parabéns.:))
Delicado...
ResponderEliminarabraço
Boa noite AC,é o imperfeito mais perfeito que já li.
ResponderEliminarsaudades,um grd e afetuoso abraço!
Zil
A lembrança que permanece sempre mesmo quando perdemos tudo...
ResponderEliminarUm texto muito belo.
Beijo.
Doces lembranças que nem o tempo pode apagar =)
ResponderEliminarNevoeiro, um dos fenómenos que mais me assusta. A obscuridade não condiz comigo. Tão pouco com uma mãe que já partiu, minha, muito minha.
ResponderEliminarEsta parte em que o AC escreve: " cada pétala que tiravas era um pouco de névoa que se ia". Essa é a parte boa de ter mãe, tem dias em que a nossa mãe afasta a névoa por nós. Admito, que tenho saudades da parte em que o mundo me parecia menos pesado porque a minha mãe ainda respirava. Passou...
A pintura de Margarida Cepêda continua a ser deliciosa.
Um resto de boa semana, AC :)
O grande sentir do poeta, proporciona este belo (perfeito) momento,
ResponderEliminarinscrito da emoção mais delicada (profunda) ao contacto da perda (morte)
num imperfeito imprevisto marcado. Mas o sentir aperfeiçoa no
aprendizado de eternizar ( memória) o essencial dentro de nós...
Fiquei emocionada com esta belíssima e única (magistral)
prosa poética, AC!!
Grata por este momento de leitura...
Bjo.
A memória de um desfolhar ternurento!
ResponderEliminarLinda imagem.
Beijinho e uma flor
Das partidas mais terríveis que há.
ResponderEliminarOlho pela janela e está uma manhã como descreve em beleza o AC :)
Beijinhos e que abra o sol!
Poeta , quanta delicadeza . Gostei muito do texto . Beijos .
ResponderEliminarQuanto sentimento emana de seu texto! Delicado e terno. Beijos, bom final de semana.
ResponderEliminara memória que ficou rendilhada de ternura.
ResponderEliminarbelíssima homenagem.
;)
um perfeito passado - que perdura no presente!
ResponderEliminarbelo e sensível texto.
forte abraço
Uma lembrança primorosa, de um gesto tão simples mas tão singular, da figura materna...
ResponderEliminarEnternecedor, AC!
Agostinhamigo
ResponderEliminarHoje não comento, só informo: já tenho quem me produza o livro de crónicas, é a Chiado Editora
Mas também venho, de amigo a Amigo que não conto voltar cá. Nunca mais comentaste lá na Travessa - e não sei porquê. Tratei-te mal? Insultei-te? Ofendi-te?
Estou certo de que não.
Assim sendo, até sempre, com muita pena o escrevo
Abç
Tantas imagens bonitas!
ResponderEliminarParabéns!
ResponderEliminarSerá preciso querer bem para que a ternura desfolhe um malmequer.
Belo, muito belo!
Beijinho, AC
Libertei barcos, soprei velas (tantas),
ResponderEliminarmas persistem as manhãs de nevoeiro.
E a saudade imensa
desse gesto perfeito de desfolhar malmequeres.
Obrigada, AC, por estes momentos
que oferece.
Abraço:)
Reli o texto. E voltou a tocar-me.
ResponderEliminarUm abraço
Muito belo esse desfolhar malmequeres como busca de sentido, de coerência e amor... até o fim.
ResponderEliminarAbraço!
Que estranho é imaginar um AC pequenino, semi-escondido a observar esse desfolhar de pétalas orvalhadas. Uma terna, ainda que agridoce, lembrança materna.
ResponderEliminarBeijinho, uma doce semana
Ruthia d'O Berço do Mundo
OI AC!
ResponderEliminarQUANDO TUDO PERDEMOS, PERMANECEM AS LEMBRANÇAS.
UM LINDO E SENTIDO TEXTO.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
As imperfeições que nos maculam a perfeição.
ResponderEliminarBjs
AC
ResponderEliminarFiquei com agua nos olhos de tanta delicadeza deste sentimento e saudades...
Bjs
A brancura é sinónimo de paz, de tranquilidade, de conforto, de segurança ...há mães com tamanha sensibilidade quando desfolham os malmequeres...a mesma sensibilidade a vida toda.... até à eternidade.
ResponderEliminarBeijo AC
A metáfora como homenagem a um tempo querido, às memórias da doçura..,
ResponderEliminarLindíssimo!
Bjo, AC :)
AC, espero que esteja tudo bem!
ResponderEliminarBeijinhos, boa semana!
Belas palavras. Adorei ler.
ResponderEliminarbjs
Que sejam felizes e retemperadoras essas férias.
ResponderEliminarUm abraço
Que lindo Ac! A nostalgia da beleza e poesia desse eterno desfolhar... MÃE
ResponderEliminarOlá, AC!
ResponderEliminarE como já vai longa a ausência, oxalá que tudo esteja bem.
Um abraço
Vitor