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AC, Azenha numa ribeira da Gardunha, Souto da Casa
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O tempo mudou.
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Havia um moleiro, uma azenha e um ribeiro.
Sabiam o seu lugar, o ano inteiro.
Que se passou?
O moleiro emigrou.
A azenha parou.
O ribeiro minguou.
Havia um moleiro, uma azenha e um ribeiro.
Só ficaram memórias, o ano inteiro.
..
Havia um beijo, desenhado nos lábios.
ResponderEliminarSabia a quem pertencia, serenamente sábio.
Que se passou?
O tempo mudou.
O moleiro emigrou.
O beijo secou.
O esperança voou.
Havia um beijo, desenhado nos lábios.
Só ficaram memórias, de alguém que sonhava.
(Apenas lembrando os que ficam para trás quando alguém parte)
EliminarPor que emigrou o moleiro? Para onde?...
ResponderEliminarOra, Marta! Você, como historiadora, sabe muito bem que já não há simples moleiros, apenas empresas de moagem.
ResponderEliminarAbraço :)
Fizeste-me lembrar (com alguma melancolia) as crónicas da Aldeia e os "Fidalgos da Casa Mourisca", de Júlio Dinis.
ResponderEliminarOs moinhos já não moem,
os moleiros esvaíram-se
combalidos
e os ribeiros vão correndo,
ora magros, ora fartos,
apenas para seguir o seu rumo
com destino aos rios
entristecidos.
Um abraço, A.C.
Boa semana de Páscoa. :)
Não só os moleiros emigraram :-(
ResponderEliminarBoa noite AC
A delicadeza do texto, a pureza das imagens que se constroem, cativam o leitor. E eu, cativada pelas palavras, fico a pensar que as memórias mantêm a vida que se perpetua, mesmo quando nada mais permanece E assim ficam até que também elas desapareçam. Muito belo! Grata pelos momentos de envlevo.
ResponderEliminarTenho esse
ResponderEliminartravo
no pão
que hoje
trago
(É dura a vida
de quem trabalha na APOPOL)
Desapareceram tantas figuras gravadas na nossa memória e tudo graças à industrialização ou lá como se chama esse avanço tecnológico.
ResponderEliminarBeijocas e um bom domingo
Lindo e as memórias ficam pra sempre! beijos, chica
ResponderEliminarOs tempos mudam, restam os poetas e os historiadores para recordar lugares e ocupações do passado. Adoro explorar locais isolados e cheios de memórias
ResponderEliminarAbraço
Ruthia
E essas memórias são as nossas salvações...que guardamos bem no fundo do coração.
ResponderEliminarAmei o texto.
Abraços meus
Se pudesse ficava com o moinho e recuperava-o.
ResponderEliminarAquele abraço, boa semana
Também eu!
EliminarO meu sonho de Menina: uma casa na árvore e um moinho... :)
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. O mundo vive em constante mutação, e nos simples mortais somos forcados a seguir as suas pisadas. No entanto as memórias dos nossos avos ficaram para contar a historia. Boa semana e uma Padcoa feliz AC.
ResponderEliminarTal e qual! Sábias palavras, o mundo não pára ..
ResponderEliminarOtima semana AC
O mundo rural a desaparecer. Ficam as memórias gravadas no olhar e no coração de quem as soube amar.
ResponderEliminarUma boa semana.
Um beijo.
ficou na lembrança e na memória dos poetas...
ResponderEliminarUm abraço
O tempo muda tudo... e nem sempre para melhor... também no que toca ao interior do nosso país... cada vez mais deserto e só...
ResponderEliminarQue lugar incrível!... Um daqueles lugares, que de facto, sempre permanecerão nas memórias de quem os conhece...
Beijinho! Continuação de uma boa semana!
Ana
E foi pelas memórias e a saudade delas que vim cá hoje. Muito poucos blogues do tempo em que eu por cá andei resistem abertos. Passei agora por um, também de imensa qualidade, cuja última publicação é de 2012. Admiro a sua persistência AC, sempre com muito para dar, é bom visitá-lo e encontrar ainda por aqui alguns amigos. Talvez um dia que me aposente volte a abrir um blogue, muitas voltas dá a vida e a disponibilidade também mudou por factores vários, quer a nível de trabalho, quer por doença dos pais, mas há-de mudar em sentido contrário e cá estarei, se não morrer entretanto (humor negro). Há pouco mais de um ano tive um choque anafilática, mas felizmente ainda estou por cá e é bom rever os amigos. Gostei imenso desta publicação, como sempre gosto do que partilha connosco. Um grande beijo.
ResponderEliminarBranca (de Brancamar)
Poeta , sabe bem que nos oferece belos presentes neste seu espaço . Agradecerei sempre .
ResponderEliminarDesejo a você seus familiares uma abençoada Páscoa .
Beijos
Espero, e espero com muita força, que continuem a recuperar este tipo de casas e não deixem morrer os... sítios.
ResponderEliminar(as memórias, infelizmente, acabam por morrer com as pessoas, deveriam existir umas gavetas em tamanho adequado às memórias de cada um, para que, no dia da morte, o corpo desaparecesse mas, as memórias, essas, continuariam ali numa gaveta para quem as quisesse reviver, um género de memórias bem etiquetadas - sem qualquer sentido pejorativo - para não se perderem algures por aí)
Beijinho, AC, tenha uma óptima semana :)
Olá, querido amigo.
ResponderEliminarTrabalho de escola e de casa têm-me afastado daqui. O tempo para visitas vai escasseando, mas não o esqueço e agradeço o seu carinho. Como sempre, adorei este texto singelo. Beijinhos
Ao recordá-los assim fica o registo que, no futuro, ensinará aos vindouros...
ResponderEliminarO moinho antigo é um amor presente no coração do poeta. E assim viverá para sempre.
ResponderEliminarGostei tanto!
Beijinho, AC.