domingo, 23 de setembro de 2018

VAGAS

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Margarida Cepêda, Ela, o violino e vagas

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Já pouco me interrogo, confesso, quando a onda galga o paredão.
Não somos deuses, somos meros aprendizes de feiticeiro. E, a cada descoberta, ficamos tão eufóricos que, para lá do manto tecido pela vaidade, nada nos é permitido ver. A humildade, condição fundamental de qualquer pretenso equilíbrio, tende a esvair-se, cada vez mais, como se fosse condição dos fracos. Galga a vaga de contabilizar, ganha a gargalhada de possuir. Eliminando, sempre.
Já pouco me interrogo, confesso, quando a onda galga o paredão. Já não leio livros, apenas me interessa o olhar das pessoas. Mas sofro, meu amor e, quase sem me dar conta, teimo em procurar a tua mão.
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20 comentários:

  1. Fenômenos extremos da natureza às vezes suscitam fenômenos extremos na mente de quem os observa, não?

    Tenha uma ótima semana!

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  2. Olá, AC, bons olhos te vejam, de novo, por cá.

    A imagem já a conheço bem, deve haver pelo menos meia-dúzia de postais aqui no Interioridades. A última, interrogavas-te sobre com quantas varas se tecia um feiticeiro.
    A avaliar pelo presente texto - sempre poético e belo como os anteriores - ainda andas a aperfeiçoar a aprendizagem de bem enfeitiçar.
    Que a mão que teimas em procurar, te traga alegria, muita paz e minore o sofrimento.

    Um abraço, AC.

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  3. O amor é exatamente isso
    sem nos dar-mos conta namoramos

    e as vagas contam pouco

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  4. Que maravilha de regresso!!
    Aquele abraço, boa semana

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  5. Para quê interrogarmo-nos se ao procurar a mão de alguém que amamos lhe sentimos o bater do coração e entendemos todas as ondas que galgam o paredão?... Tão belo este seu regresso!
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  6. Oi AC, tudo bom?

    Sai do blogguer com os blogs que tinha pois que já não mais fazem sentido para mim deixá-los à vista e a possibilidade de distorção de quem quiser ver. Talvez inicie outro com maior sentido para mim. Vou sentindo. Quanto ao seu texto adoro sempre ler o que escreves por aqui. Fiquei feliz de te ler. Um abraço!

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  7. Volto, depois de um tempo perdido sem cá vir!
    Um belo panorama do que é ser um 'aprendiz de feiiceiro'.
    fica o abraço

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  8. Dar as mãos é o melhor que podemos fazer quase sempre. As mãos servem para quase tudo,infelizmente também para o mal, já dizia Manuel Alegre:
    "Com mãos se faz a paz se faz a guerra
    Com mãos tudo se faz e se desfaz
    Com mãos se faz o poema ─ e são de terra.
    Com mãos se faz a guerra ─ e são a paz.".
    Abraço

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  9. Um bom regresso amigo AC ! :) ... Há quanto tempo !?... :))
    É sempre um enorme prazer ler-te !

    Abraço

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  10. Viver é isso que descreves...sem nunca perder a esperança!

    Beijocas

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  11. E a VINDIMA, AC, a vindima?

    Chego aqui e ainda vagueias pelas VAGAS?
    Que aconteceu?

    :)

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  12. Interrogações, quase sempre sem resposta, ou a não satisfazerem, também, já não me seduzem. Prefiro, tal como o senhor, o olhar das pessoas, o dar a mão na confiança.

    É sempre um gosto lê-lo. Grata por me deixar entrar :)




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  13. Bom regresso com um excelente texto, como todos a que já nos habituastes!

    Beijinho AC

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  14. Excelente a imagem, já bem conhecida mas sempre apreciada, porque a beleza nunca cansa.
    Não menos excelente, o texto onde a poesia, dança nas ondas das palavras, pouco se importando com interrogações mais ou menos filosóficas. Que importa que os livros permaneçam fechados, se os olhares se procuram e as mãos se encontram?
    Adorei.
    Um abraço e uma boa semana

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  15. Não lês livros, mas escreves bem. E fazem todo o sentido as tuas vagas!

    Beijo, AC

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  16. Poeta , retorna nos trazendo presente . Obrigada por partilhar tão belo
    texto . Beijos

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  17. Sempre o mesmo prazer de por cá passar!
    Abraço.

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  18. A mão, AC, não lhe percas o calor
    e o sentir na pele a protecção do amor
    Agarra-te, pois, à ideia de tê-la
    por perto, sobretudo, em noite de vela

    Fico contente pelo regresso. Abraço.

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  19. Lindíssima inspiração, AC!...
    Esta... vai ser impossível escapar-me, sem a destacar lá no meu canto qualquer dia... Pura maravilha!...
    Beijinho
    Ana

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