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A vida corria-lhe bem. Sabia aplicar tudo o que ganhava, e o património ia aumentando. É verdade que, em nome da causa em que se tinha empenhado, ia protelando a relação com os que lhe estavam mais próximos, mas o sucesso dava-lhe força e convicção. E continuava. E quanto mais continuava, mais protelava.
Quando parou para observar tudo o que tinha conseguido, requisitou os amigos para dar mais força ao seu orgulho. Mas, para seu espanto, apenas apareceram os de circunstância. Estava sozinho, e vociferou contra a injustiça e a ingratidão das pessoas.
Continuou a vociferar e, quanto mais o fazia, mais se colocava à distância dos outros, incapaz de perceber o mais elementar. Nunca aprendera que a alma não se alimenta de despojos.
Paz à sua alma.
.Quando parou para observar tudo o que tinha conseguido, requisitou os amigos para dar mais força ao seu orgulho. Mas, para seu espanto, apenas apareceram os de circunstância. Estava sozinho, e vociferou contra a injustiça e a ingratidão das pessoas.
Continuou a vociferar e, quanto mais o fazia, mais se colocava à distância dos outros, incapaz de perceber o mais elementar. Nunca aprendera que a alma não se alimenta de despojos.
Paz à sua alma.
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"Uma mão cheia de nada" e este nada não é uma ausência à espera de ser preenchida, ocupa, muito pelo contrário, tanto espaço útil...
ResponderEliminar"Paz à sua alma" e à nossa, quando nos deixamos tocar pela mesma distracção.
Uma imagem bem ilustrativa da mensagem que o texto deixa transparecer.A sua capacidade de dizer tanto em tão pouco é surpreendente.
ResponderEliminarConheço tanta gente a quem se aplica este texto.
"Paz à sua alma" epíteto irónico para quem tem uma "mão cheia de nada, outra de coisa nenhuma"
E “…requisitou os amigos para dar mais força ao seu orgulho…”. A Vida, que lhe corria bem, contou-me que, de entre outros, apareceram o TER e o SER. Sentados frente a frente, e perante a sensação de estarem sozinhos, debaixo do vociferar do seu EU, o SER (com desprezo) tirava as medidas ao TER e o TER (roído de inveja) não conseguia ver a riqueza do SER. Uma vez que se adivinhava que ambos podiam ficar desgarrados do EU, decidiram unir-se. Então, sentados lado a lado, em tom de alerta laranja, vociferaram “contra a injustiça e ingratidão” do EU, esperando que tomasse as medidas elementares a um certo equilíbrio da sua (nossa) alma. Quem os conseguiu ouvir diz que:
ResponderEliminarO SER perguntou ao TER
Quanto SER o TER tem de TER?
O TER (corado)… respondeu ao SER
que o TER tem de TER mais SER
do que o SER de TER.
Já muito aqui foi dito sobre este tema… Hoje, de uma forma mais leve e modesta, espero não o TER desvalorizado, pois a intenção do meu SER foi apertar “Uma mão cheia de nada” e abrir caminho para “Uma alma cheia de tudo”... (como a alma do Interioridades :)
E.A.,
ResponderEliminar"...este nada não é uma ausência à espera de ser preenchida, ocupa, muito pelo contrário, tanto espaço útil..."
Se ocupa!
Ibel,
ResponderEliminarAs prioridades de muita gente são ditadas pela filosofia dominante. Logo...
JB,
ResponderEliminarO texto, embora codificado, é claríssimo (penso eu) e pretende fugir a determinadas subtilezas. Muitas vezes a fronteira de determinadas posturas é tão dúbia que, sem nos darmos conta, mergulhamos em determinados estereótipos. Mas a leitura é tão óbvia que ultrapassa o âmbito dicotómico.
Hoje vim mais tarde, mas não andei a galopar sem freio. :)
ResponderEliminarEstás em forma. Continua amigo.
Abraço
"Mas a leitura é tão óbvia"... a leitura do teu texto ou do meu comentário?:)
ResponderEliminarJorge,
ResponderEliminarNão te canses, homem!
Um abraço.
JB,
ResponderEliminarDos dois, obviamente! Não podia deixar a dicotomia de lado. :)
Claro que não!:)
ResponderEliminarAs palavras são deixadas quase sem rasto. Às vezes olha-se para o horizonte e não se vê a terra que se pisa. Pode-se passar sem se dar conta, há muita coisa que nos dispersa e distrai. Mas fica uma marca quase indelével.
ResponderEliminarA caminhar nos encontramos, a caminhar nos perdemos.
HB
HB,
ResponderEliminarPerante o que diz, e feito o devido registo, só me resta desejar que... nunca nos percamos.
Obrigado pelo contributo.
Por acaso este HB é o mesmo que comentou no meu blog?
ResponderEliminarBem Professor Agostinho, cada vez melhor!!! e mais complicado :) Adoro a sua maneira de codificar, comprimir, sei lá, o que for, ajuda-me a puxar pelos neurónios adormecidos... mas tem sempre razão :)e com os comentários, melhor ainda... ainda bem que se lembrou de fazer este blog, porque dá-me imenso jeito. Nestas férias às meninas que para além da primária, já fizeram a secundária e vão a meio do curso superior, -- MEU DEUS os anos passaram tão rápido (: -- adicionaram o seu blog e está a fazer-lhes bem ler, conhecer e mostrarem aos colegas...NÃO SE ADMIRE SE COMEÇAREM A COMENTAR!
ResponderEliminarO dinheiro é como a água. Quando é suficiente, lava. Quando é muita, afoga.
ResponderEliminarPaz à alma de quem quer acumular muita desta água sem olhar às consequências.
P.S. Estive sem NET por isso o comentário atrasado.
Abraço
Caldeira
Ibel,
ResponderEliminarNão lhe posso responder a essa pergunta, porque não sei como. Talvez o próprio.
Ana Paula,
ResponderEliminarFico contente por saber que há mais gente a acompanhar o blogue. Espero que comentem.
Um beijinho para elas.
Caldeira,
ResponderEliminarGostei dessa imagem da água. É muito feliz.
Um abraço.