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Hélio Cunha, Águia voando ao encontro da sua flecha
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Não estava preparado para a solidão da descoberta. Sucumbiu às lembranças, pausou, inverteu a rota.
Regressou, de sorriso ténue, de fartura apenas uma mala de desassossegos. Quando entrou, não precisou de falar, num abrigo há sempre alguém para lavar as feridas.
Pouco mudou, a não ser o reforço do alimento. És importante, és especial, e surge a força para mais um dia, o alento para o dobrar da esquina.
Vestiu uma camisa lavada. Aconchegou-se, pintou novas telas, desesperou com a eterna tonalidade escorregadia.
Surgem novos impulsos. Voltar é sempre uma forma de partir, mas com mais penas nas asas. No fundo pouco mudou, o pouco é sempre muito. Até as penas caírem.
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"Voltar é sempre uma forma de partir"
ResponderEliminarA Ítaca do nosso contentamento.
Um beijo
Lindo demais!
ResponderEliminarSutil aconchego! O suficiente para olhar depois da janela!
Tenha uma linda noite e resto de semana!
Beijos!
Vivemos sobre uma tela escorregadia!
ResponderEliminarBelo texto!
Abraço
A vida é um cais de partidas e chegadas. Umas masi dolorosas outras mais felizes.
ResponderEliminarUm abraço
A bagagem das malas por vezes são apenas as lembranças, dos mais e menos bons momentos da vida.
ResponderEliminarBoa noite AC
beijinho e uma flor
Sempre fica um pouco de nós por onde andamos e sempre trazemos conosco um pouco do que ficou...no mínimo, saudades.
ResponderEliminarUm abraço
As penas ficam sempre mais pesadas... a cada volta... a cada partida...
ResponderEliminarBeijos...
Existem versos exactos, mesmos quando se escrevem como prosa
ResponderEliminar"Voltar é sempre uma forma de partir" (belíssimo)
Ao que acrescentaria que "partir é sempre uma forma de voltar".
É entre estas formas tão distantes, tão próximas, que o tempo se forma como espaço intermédio de passagem, ponte de partida/chegada, num ciclo de eterno retorno (sem retorno atrás).
Talvez porque todos os passos se precedem como impulsos
E todos os mitos são precedidos por sonhos.
Tua escrita tem sempre profundidade.
Abraço
Nossas asas, às vezes estão pesadas, outras vezes leves, mas, queiramos ou não, todos carregamos uma mala de desassossegos...AC, beijo!
ResponderEliminarO meu pouco é sempre muito. Simples e bonito assim.
ResponderEliminarvoltar e reinventar um mundo "nosso" e depois quicá voltar a partir renovado e com as mágoas saradas....
ResponderEliminar:)
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Cath.
Fabulosa forma de escrever
ResponderEliminarAmei...
Maria Luísa (od7degraus)
A vida muda todo dia...
ResponderEliminarBeijo Lisette,
Ter de voltar ao sítio de onde se partir, apenas com uma mala de desassossegos e ferido pela tomada de consciência de uma inevitável solidão, quase que transforma a derradeira ousadia em humilhação interior.
ResponderEliminarO facto de te dizerem que és especial não te faz especial, se como tal não te sentires, mas cria por momentos essa ilusão, e quando as penas são tão pesadas que já não se consegue levantar voo, a ilusão é importante para virar as esquinas nos próximas dias.
Um belo texto, como sempre, AC.
xx
A transformação é um voo sem pressa,
ResponderEliminarum olhar para dentro
com muitas entradas,observações com notas
acompanhadas pela solidão e silêncio...
Sempre um grande voo poético, AC!
Bj.
Poeta , seus textos sāo " um abrigo onde se lavam as feridas " . Vou sempre agradecer. Beijos
ResponderEliminarAté parece, querido, que estás a falar de mim.
ResponderEliminarMeu coração se retraiu, mas minha fé o mantém batendo.
Abraço.
Um belo texto poético, como testemunho vivo de renovação...
ResponderEliminarDeixo abraços!
. . . com mais " penas " . . .
ResponderEliminarUm beijo , AC ,
Maria
Quanto mais pena, menos voo. E o poema, ou a prosa, faz pouso às palavras das asas... Sem voltar. E sem partir.
ResponderEliminarBom domingo.
Gostei tema, felicito-o pela prosa.
ResponderEliminarA prosa não é para qualquer um.
Abraço.
A cada chegada há um recomeço...
ResponderEliminarGostei muito da imagem da "mala de desassossegos" como a única fartura. Às vezes é mesmo assim... ;)
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