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Fotografia de AC
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O ninho, rodeado de áridos fraguedos, onde sorria a urze e a giesta, era aspergido no convívio dos deuses naturais com o temor ao supremo. Do filtro da amálgama, forjada no mais profundo da montanha, resultou o compromisso, a honra, a dignidade. Mas o pão, condição fulcral, ia para lá do fermentar das pedras. Havia que procurá-lo longe, quase sem bússola, à mercê do que o diabo amassou.
Deixou para trás as despedidas, as teias de aranha da escola e dos correios, a fábrica de queijos sem vivalma, o largo onde se juntavam os velhos para o último sol. Doía.
No terminal de autocarros, ladeado pelas malas, guardava as mágoas enquanto aguardava as horas. Da pequena TV, quase sem som, emergiu a cara séria dum político, em pose estudada, a louvar os novos caminhos. Ouvia-se mal, mas quase jurava que o ouvira dizer que estávamos a dar uma lição ao mundo. Filho da puta!
.No terminal de autocarros, ladeado pelas malas, guardava as mágoas enquanto aguardava as horas. Da pequena TV, quase sem som, emergiu a cara séria dum político, em pose estudada, a louvar os novos caminhos. Ouvia-se mal, mas quase jurava que o ouvira dizer que estávamos a dar uma lição ao mundo. Filho da puta!
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Na verdade
ResponderEliminarAbraço amigo
Nem me fala! Essas caras de e dos políticos enojam mesmo! mentem descaradamente, achando que o povo é idiota e isso em todos os lugares! FDP mesmo! abraços,chica
ResponderEliminarInfelizmente essa é cada vez mais a realidade. Procurar o pão, longe.
ResponderEliminarGostei do texto e da foto.
Bom domingo, AC:)
Retrato, exacto
ResponderEliminardesta época
pintado
a sépia
partimos todos
mesmo que alguns fiquem
Sem tirar nem pôr! Infelizmente tornou-se o nosso dia-a-dia...
ResponderEliminarAssim é cada vez mais a realidade em que vivemos...
ResponderEliminarEsse nome nada diz ao individuo que proferiu a frase na tv . Assim como a tristeza que se espalha cada vez mais neste país .
ResponderEliminarNada faz eco no peito destes senhores , para lá dos seus interesses .
Bravo !!!
ResponderEliminarBeijos para você , Poeta .
UM retrato contundente de uma realidade que há séculos o povo assiste calado...as dores da saudade dos que vão e dos que ficam no desalento das economias fracassadas do pobres enquanto o políticos bem qualificados pela sua fala distribuem ilusões e sorrateiramente "eles papam tudo e não deixam nada"
ResponderEliminarUm abraço
Uma triste realidade, de que Eça de Queirós já falava....ter de se chegar ao ponto de fugir do país é demais. O direito à vida, à propriedade e à liberdade, nunca deveria abandonar o ser humano, nem nos ser retirado por nenhum filho da ****
ResponderEliminarQuanto ao texto, que dizer, quando a mensagem nos chega na excelência da escrita....
Muito, muito bom, como é hábito neste lugar....
Abraço e boa semana...
Ah....a fotografia excelente, e bem ilustrativa da mensagem do texto.
ResponderEliminarÉ melhor olhar a Natureza do que ver e ouvir quem tem a verdade toda nas palavras que diz sem perceber quanta ignorância...
ResponderEliminarUm beijo.
Olá, AC!
ResponderEliminarSão dois mundos que não se tocam:O deles, e o outro de que eles falam sem pudor, como se o conhecessem. E se os palavrões existem por uma boa razão, esta é uma dessa vezes...
Bom texto!
Um abraço
Vitor
Por aqui o cenário é o parecido, tenho a impressão que moral e bons costumes são coisas do passado!
ResponderEliminarÉ de dar dó!
Dissestes tudo!
Tenha uma feliz semana!
Aos invés de ouvir e ver tanta barbárie afora, fico com a imagem que traz paz e harmonia..
ResponderEliminarBeijo..
Um retrato perfeito de dois mundos que se ignoram...
ResponderEliminarObrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Não podia estar mais de acordo com o final deste seu intenso e real texto.
ResponderEliminarUm foto muito bela com um imenso céu ao fundo, haja ao menos isso !
beijinho e boa semana
Fê
Os políticos, de um modo geral, se apoderam do que é nosso e depois tentam empurrar seus discursos em nossas goelas com o objetivo de se perpetuarem no poder. São como ervas daninhas: estão espalhadas pelo mundo inteiro!
ResponderEliminarUm beijo :)
Pungente a forma como descreves uma situação que bem conheço...e lamento.
ResponderEliminarBeijo
Retratos de solidão, são os que se pintam em algumas dessas paisagens...
ResponderEliminarAi, que este texto deixou-me um bocadinho arrepiada! senti-o tão meu! mas muito bem retratado ao teu estilo...
ResponderEliminarBjs
Infelizmente é o que acontece e dá raiva.
ResponderEliminarA partida dói.
Sai a gente nova, o país chora e ficam espoliadas as famílias num vazio sem palavras.
A foto liga muito bem com o texto pois fica a linha do horizonte bem definida. O que fica para lá dela?
Beijinho.
Parece fazer parte do destino português, abandonar o ninho e partir para outras paragens. Com malas carregadas de mágoas, desalento e muita coragem, algo que esses políticos que nos aparecem na televisão, não sabem o que é.
ResponderEliminarMuito bem escrito, AC!
xx
tanta mágoa nessas partidas forçadas...
ResponderEliminartantas lágrimas escondidas, tantas, tantas!
:(
Ah, quase tombava da cadeira ao ler o "filho da puta" do amigo poeta. Uma nota dissonante da sua delicadeza habitual, mas com mais significado por isso mesmo. O meu filho também fica chocadíssimo quando digo um palavrão, porque sabe que é preciso eu estar muito alterada para isso acontecer. Suponho que é isso que sente. E apetece, cada vez mais, lavar a alma com uns @?Y#&!p=«....
ResponderEliminarAbraço, amigo AC
Uma boa semana
Ruthia d'O Berço do Mundo
A eterna procura de um mundo melhor, do que este de miséria que nos oferecem há centenas de anos.
ResponderEliminarUm abraço
"Ei-los que partem..." - "piegas" que somos!...
ResponderEliminarforte abraço.
É empolgante ler textos com palavras tão bem colocadas. Muita paz!
ResponderEliminarTenho muito receio desses filhos que dizem ser filho das senhoras profissionais da noite. Mas... vai que as mães deles são senhoras dignas, senhoras que trabalharam na tal fábrica de queijos agora sem vivalma? Vai que as senhoras agora se sentam no largo onde se juntavam todos os velhos para o último sol. Doí pensar nisso.
ResponderEliminarPerdoe-me, AC ,por ter tido o atrevimento de brincar um pouco com as suas palavras. O seu texto, como sempre, é certeiro e deve ser lido em modo sério, longe de brincadeiras. Eu li. Nem teria como não ler.
Tenha uma boa noite :)
Acabou de entrar um lindo céu teu por lá! Obrigadão! abraços, chica
ResponderEliminarhttp://ceuepalavras.blogspot.com.br/2015/02/ceus-de-portugal.html
Muito bom literariamente, AC - muito bem aplicado aqui este "Filho da puta" - nem Torga assim escrevia (lembrei-me dele porque ontem assisti a um documentário sobre ela na Biblioteca Municipal).
ResponderEliminarQuanto à temática: toca-me em toda a linha (não é por acaso que estou a escrever para participar numa Antologia sob o título "Ei-los que partem" ; sou de um interior transmontano esquecido em que as partidas são o pão nosso de cada dia. Como escrevo num poema "Por aqui haverá sempre um cabo em tormento"...
Bjo, AC
Este foi bem zurzido. E mereceu!
ResponderEliminarBeijinho, AC: