.
.
Fotografia de AC
..
Não ia lá muitas vezes, mas quando o fazia sentia sempre necessidade do mesmo ritual.
As certezas, portadoras das pequenas vaidades, iam ficando pelo caminho. Quando chegava junto da sentinela, guardião granítico esculpido pelos elementos, já a mente se começara a misturar por ali, mergulhada em linguagens só acessíveis ao mais profundo da alma. Olhava para o anfitrião, fazia-lhe um aceno, quase reverencial, movido pelo respeito, e depois prosseguia, sem pressa, tentando decifrar o silêncio das plantas e das pedras, das melodias que entoavam à passagem do vento.
Sentia-se longe, muito longe. Quanto mais se afastava mais se sentia perto de si, do seu âmago, da percepção das pequenas coisas, num quase vislumbre da arquitectura do universo. Por ali ficava, refém duma nova ordem das coisas, até a alma ficar saciada.
.
.
As suas fotos e poemas repletos de imagens me levam a tantos lugares!
ResponderEliminarA saudação e respeito à Natureza têm sido minha companhia dos últimos tempos...
O "decifrar dos silêncios" é uma mania maravilhosa, o escutar do que nos cala...
Belo!
Beijos =)
O portal da alma, o mais precioso caminhar por dentro,
ResponderEliminarao encontro de um universo sublime e de fora, a natureza
em paisagem na altivez divina, a acrescentar esta
melodia da vida!...
Muito belo o texto na companhia da foto, AC!
Beijo.
Uma sentinela imponente. : )
ResponderEliminarRoubem-me tudo menos as boas memórias
ResponderEliminaronde, AG?
ResponderEliminarAlto da Serra da Gardunha.
EliminarUm portal para a reflexão e para a emoção que se sente na serra perante as sentinelas da alma. Abraço AC
ResponderEliminarMomentos mágicos de união profunda com os elementos da natureza da qual fazemos parte...muito bom!
ResponderEliminarUm abraço
Interessante a fusão do espaço físico com o espaço da alma. Há sempre uma evanescência nas coisas que rodeiam seus textos - neste aqui bem caracterizada pela passagem do vento - mas a solidez granítica a ela se opõe, digna de reverência e, por isso, capaz de suscitar o âmago das coisas e da própria alma... Muito bom! A fotografia é linda! Que lugar é esse, AC?
ResponderEliminarAlto da Serra da Gardunha, namoradeira da serra mais alta de Portugal, a Estrela.
EliminarÉ nesses momentos de intrusão no meio do que é simples, mas ao mesmo tempo repleto de tudo, que reencontro a paz e o silêncio que eu há muito perdi, e que às vezes penso nunca mais encontrar, que encontro o
ResponderEliminaro "guardião granítico" a lembrar como somos pequenos neste enigma do cosmos, do universo mágico, onde as pedras têm alma, sabemos isso...
ResponderEliminarMaravilhoso texto e maravilhosa fotografia.
Uma boa semana.
Um beijo.
Este falar cresce em sabedoria e convida à aventura da subida!
ResponderEliminarO comungar do "silêncio das plantas" é acto vital para se perceber as nossas grandeza e, no mesmo passo, pequenez individual, como elementos da Natureza.
Abraço, amigo.
"...tentando decifrar o silêncio das plantas e das pedras,..."
ResponderEliminarhá mistérios com pontas levantadas e
vamos sabendo... um pouco mais.
Belo.
Um abraço, AC
"a alma nunca fica saciadas" poderá ficar por momentos que junto a outros que já ocorreram e ocorrerão...é o que eu chamo FELICIDADE E LIBERDADE!
ResponderEliminarGostei muito e enquanto lia apreciei a tua foto, mas levou-me até um local que vi tantas vezes e espero rever um dia:
https://www.delcampe.net/en_GB/collectables/postcards/angola/portugal-cor-23336-angola-pungo-andongo-as-pedras-negras-estas-conhecidas-por-cabeca-da-velha-214673983.html
Beijocas e obrigado por este momento fascinante
É realmente uma formação granítica imponente!
ResponderEliminarSão belíssimos estes textos escritos com uma imensa
sensibilidade poética e perceção sentimental
que colaboram numa verdadeira pacificação.
Um Maio sobremodo aprazível e feliz;
uma semana muito agradável.
Beijinho
~~~~
Muito interessante a formação granítica. O texto? Deixa-me como sempre maravilhada, a forma solta como destila poesia em cada frase.
ResponderEliminarO sentido? Pois, não é que a humanidade inteira precisaria de expurgar assim a sua alma? Decerto que o mundo seria muito melhor.
Um abraço
Por aqui percebo muita sensibilidade. Goste. Um abraço desde o sul do Brasil. Tenhas uma boa semana.
ResponderEliminarA identificação com a natureza faz revelar-se o nosso eu mais profundo. E você soube muito bem descrever esse sentimento/sensação: a união ser/universo sem fim. Inspirado e inspirador. Abraços.
ResponderEliminarSó no deleite da paisagem! Que maximo essa fotografia. Fiz até um poeminha para ela, roubei a imagem e versei um "poema atento" mas acho que você não liga né? Afinal a arte é para ser apreciada e cada um tem sua interpretação fictícia. Beijão!
ResponderEliminarEstados de Alma
ResponderEliminarpor vezes necessitamos tanto dessa paz que eu traduzi neste excelente e delicioso texto.
beijinhos
:)
Antes de ter lido a etiqueta do post, pensei tratar-se do "Poio de Judas", na Serra da Estrela. Conheces, claro!?!
ResponderEliminarComo sempre pões a alma a expressar os pensamentos e, para melhor ficar em comunhão com as tuas palavras, deixo-me levar por elas.
Um beijinho, A.C. :)
ResponderEliminarOlá , boa noite. Navegando na net encontrei seu blog, amei suas postagens e já estou seguido e com certeza voltarei mais vezes aqui.
Convido você a conhecer os meus blogs e páginas, se gostar segue ou curta, ficarei feliz e agradecida.
Tenha uma abençoada noite e um amanhecer feliz.
http://filosofandonavidaproflourdes.blogspot.com.br/
http://professoralourdesduarte.blogspot.com.br/
https://pensador.uol.com.br/colecao/lourdesduarte/
http://filosofia-e-romantismo-na-vida.webnode.com/minhas-poesias/
Eu é que fico refém do que escreve, AC!... Por ser sempre uma delicia de ler!...
ResponderEliminarBeijinho! Bom fim de semana!
Ana
Magnífico este dizer, este sentir a serra.
ResponderEliminarGostei mesmo, AC.
Beijinho.
Este é um texto em que mais me identifico; este sentir só é possível a quem pode "amigar-se" com estas pedras; estas palavras só podem ser escritas por quem entende estas linguagens. Bravo, AC.
ResponderEliminarBj
Há rituais que valem a pena e no meio da natureza ainda mais, onde se escutam outras linguagens, tal como diz "só acessíveis ao mais profundo da alma"
ResponderEliminarBrilhante!
beijinho