domingo, 8 de dezembro de 2019

PLANURA TRANSVERSAL SOBRE A AGITAÇÃO DOS ECOS

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AC, Medronhos
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É forte o bramido das ondas, procurando almejar as barreiras que teimam em se perpetuar, sempre em constante mutação. 
O vento sopra-me que não há outro caminho, mas adivinha-se a proliferação dos diques, das ilhas, dos desertos. A multidão agita-se, inquieta,  enquanto se multiplicam os profetas, quase todos urdidos em cinzentas vestes. 
As aves, contudo, continuam a apurar o seu voo, enquanto os medronhos, tingidos dum rubro sedutor, atingem o seu pico de maturação. E o sorriso, para lá do tom ruidoso dos ecos, acaba, naturalmente,  por se instalar.
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17 comentários:

  1. Apesar da agitação dos ecos e dos profetas que vêm e vão, bela é a cor e o sabor - suponho - desses teus vermelhinhos medronhos.
    Isso será sempre inalterável! :)

    Beijinho, AC.

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  2. Tão lindo e que muitos sorrisos se mostrem assim, como os belos frutos. Adorei! abração,chica

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  3. Pelo menos a cor dos medronheiros... ainda nos vai devolvendo uma sensação de normalidade... neste mundo cada vez mais inquieto... também climatericamente!...
    Belíssimo texto, AC, brilhantemente conjugado a excelente imagem!
    Beijinho! Feliz semana!
    Ana

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  4. É a época dos medronhos enfeitarem o outono e os sorrisos.Delicio-me para lá dos tumultos.

    Beijinhos, AC.

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  5. Há sempre um caminho novo para desbravar ainda que o vento sopre o contrário.
    Como sempre um texto muito inspirado
    Abraço e uma boa semana

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  6. «E o sorriso, para lá do tom ruidoso dos ecos, acaba, naturalmente, por se instalar.»
    Certo
    mas leva tanto tempo, tanto
    que muitos de nós
    não chegaremos a vê-lo

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  7. Os ecos que ouvimos podem se transformar em algo positivo e acreditar que tudo se acalmará no "ser" de cada um.
    A tua foto está linda mas é fruto que não gosto:)

    Beijos e um bom dia

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  8. Esses medronhos souberam-me a sorrisos!
    Daqueles que são expontâneos e inesperados.

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  9. Ao ritmos da vida tornam-se impiedosamente inaturais, disse alguém. Talvez precisemos de voltar a essa arte tão humana que é a lentidão. A lentidão do voo dos pássaros. A lentidão do amadurecimento dos medronhos… Texto muito belo!
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  10. E quem é que não esboça um sorriso ao ver frutificar uma árvore que plantou?
    Belo texto, bela foto. Tenha uma ótima semana!

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  11. Olha, o amigo AC voltou com os medronhos, tornou-se sazonal? Vai desaparecer novamente? Ou podemos esperar mais pequenas pérolas como esta nos próximos tempos?
    Abraço
    Ruthia

    O Berço do Mundo

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  12. Os caminhos fazem-se.
    E tal como o ritmo da natureza vão se aplanando.
    "E o sorriso, para lá do tom ruidoso dos ecos, acaba, naturalmente, por se instalar."

    Abraço, AC.

    Olinda

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  13. Havia uma árvore assim no topo do campo de futebol do colégio.
    Se ela contasse os segredos...
    Aquele abraço, boa semana

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  14. Poeta , todo seu texto é forrado de sensibilidade .
    Agradeço , como sempre , a partilha e sua visita ao meu espaço
    que sorriu com sua volta .
    Beijos

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  15. Quando os pássaros se purificam nos medronhos
    voam mais alto
    Abraço

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  16. É sempre gratificante ver a beleza natural exposta pelo vegetal. Belo post. Ótima escolha.

    Abraços e uma ótima semana para ti e para os teus.

    Furtado

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  17. No início sente-se a incerteza movediça de dias incertos. Cinzentas vestes? Pestes.
    Porém a Natureza desafia e cura. E os medronhos têm o condão de inebriarem melros e homens.
    Muito bom.
    Abraço, AG.

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