Imagem tirada daqui
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A meio da tarde, quando a brisa era apenas leve rumor, percorrias o caminho do rio e, de livro na mão, ias sentar-te na velha sentinela granítica, ancorada à beira d'água, plataforma de mergulhos da pequenada nas longas tardes de verão.
Abrias o livro, tentavas embarcar nas palavras, mas não por muito tempo. A quietude do lugar insinuava-se, parecia querer abraçar-te e, num diálogo silencioso, acabavas por embalar nas águas calmas, onde as libelinhas, numa velocidade estonteante, pareciam bailar por entre os juncos. Mais além, junto do velho salgueiro, um guarda-rios ousava um voo picado na mira de um peixe. Sentias-te bem, divagavas, o tempo parecia querer parar para te ver.
Quando partias, qual secreta tentação juvenil, escolhias, com esmero, uma pedra achatada e lisa. Depois, num movimento de anca, atiravas com firmeza, na horizontal, deleitando-te enquanto a vias saltitar à superfície da água.
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Peguei "saindo do forno"...
ResponderEliminarQue linda foto e adorei as palavras.
Um texto que parecia assistir ao vivo a cena. Num lugar assim, eu também não conseguiria ler concentrada. Preferiria viajar no silêncio e também atiraria uma pedrinha pra seu barulhinho, ploc, na água ouvir!
Adorei! abração, tudo de bom,chica
Este país, é um pontinho no mapa mundi, mas é também um enorme ponto de exclamação no que se refere a beleza natural. E é nosso. E tristemente, são os estrangeiros que mais valor lhe dão.
ResponderEliminarBoa noite, sô AC
Olha...
ResponderEliminarPodia ser eu!
:))))
O livro é apenas pretexto...
ResponderEliminarUm abraço, tenha um ótimo domingo!
Desta vez trazes a quietude mansa do 'meu' Guadiana. Gostei tanto.
ResponderEliminarA imagem descritiva é correspondente aos vagarosos sentires alentejanos.
Adorei! Sabes que isso de saber atirar um seixo à água e fazê-lo roçar a superfície, batendo várias vezes de modo a formar círculos contínuos, é uma arte, um feito tal que só os rapazes mais experientes conseguiam levar a cabo. :)
Tem uma boa noite, AC, e toma lá um beijinho, prá sossega! :)
Fiz como recomendaste
ResponderEliminarPeguei na pedra lisa e achatada,
e,num gesto que figura na receita
atirei a pedra à água
A pedra mergulhou
mas juro que nadou
Não consta que neste mundo trágico
nenhuma pedra, até hoje,
se tenha afogado
Oi, A.C. que bela imagem poética que descreve com perfeição a poesia que existe na natureza e sempre nos transmite à alma.Obrigada.
ResponderEliminarUm abraço
Lavaste-me longe à quietude da Lagoa do Panguila onde passava grandes momentos sozinha. Mal chegava o resto do grupo ganhava quase sempre no saltitar das pedras sobre a águas.
ResponderEliminarUm momento que gostei como sempre AC.
Beijocas e um bom dia
Há lugares mágicos que os olhos abarcam e nem todas as palavras chegam para se descrever o sentimento do coração. Mas há poetas que o fazem na perfeita forma de nos incutir toda a beleza captada. Foi o que fez com este texto lindíssimo.
ResponderEliminarUma boa semana com muita saúde.
Um beijo.
Tudo se move
ResponderEliminarmas por vezes apetece parar o tempo
menos as águas do rio
Abraço
Poeta , seu texto nos leva junto da paz descrita .
ResponderEliminarAgradeço a partilha como também os parabéns que deixou ao Felipe .
Mãe e filho sentiram-se abraçados .
Beijos
Lembrei um tempo, ido há muito, quando meu pai me ensinava a lançar as pedras a saltitar no mar na maré baixa. Bem que podia ter parado nesse momento :)
ResponderEliminarImagem e texto em perfeita harmonia.
ResponderEliminarAquele abraço, boa semana
Creio que esse voo rasante da pedra solta a imaginação. E toda a ambiência do lugar. Impõe-se, apanha-nos e depois ... solta-nos nas asas do sonho.
ResponderEliminarAdorei.
Beijo, amigo AC.
A foto é a sintonia perfeira para o texto calmo e belissímo.
ResponderEliminarQuase que sou eu a atirar a pedra para ver cair na água.
Gostei deveras.
Beijinhos
:)
Sempre desejei viver perto de água mas acabei em doca seca!
ResponderEliminarEsses saltos das pedrinhas estão na minha infância onde havia uma enorme lagoa durante o inverno.
Abraço
Ao ler seu texto, a sensação que temos é que, a partir dos nossos ouvidos, a narrativa é conduzida, porque há a forte presença da sua voz, desde "os domínios" da sua memória, que como um guia, nos leva aos lugares mais fundamentais da construção literária.
ResponderEliminarComo se para além das suas reminiscências dessas memórias, fosse possível ver a personagem principal da narrativa, a natureza ao derredor, que não só compõe o cenário, como é também outra personagem e, nós os leitores-espectadores, que completamos as peças deste belo panorama "prosopoético".
Parabéns!
Abraços, A.C.
:)
Diálogo silencioso, me encanta esa frase. Enhorabuena por este relato, me ha gustado mucho y la foto también. Saludos desde el norte de España.
ResponderEliminarQue paz e serenidade!
ResponderEliminarBeijinhos.
Num imperfeito a querer ser presente a singularidade das coisas autênticas: o rio, a mão, o livro.
ResponderEliminarAbria-se a mão e o livro até ao coração. O rio, esse, corria.
Uma pérola, caro AC, aqui mostrada.
Abraço.
enquanto a via no espelho em reticências...
ResponderEliminar(ficou-me por escrever)
Ante un paisaje que trasmite serenidad al alma, no creo que se pueda leer un libro. Bello texto e imagen. Saludos.
ResponderEliminarTão belo!
ResponderEliminarAbraço e saúde
Que bela imagem, a foto e a descrição das palavras... Vim agradecer sua visita. Desde o Brasil. Obrigada.
ResponderEliminarFoto e texto em perfeita sintonia de paz e serenidade.
ResponderEliminarBom fim de semana, AC
Beijinho
Qualquer palavra minha destoará de tudo que você disse com uma delicadeza incomum. É só murmurar diante da fotografia e da simplicidade com que você descreve o sítio.
ResponderEliminarDaqui respiro esta tranquilidade...
Um abraço, caro AC
Uma verdadeira pintura em palavras... esta paz tão bem delineada nesta poética tela... para inspirar profundamente!... Também a plenos pulmões... para desintoxicar destes tempos carregados de mil inquietações!...
ResponderEliminarSublime texto, AC! Parabéns! Beijinho! Bom fim de semana!
Ana
Muita arte e beleza!
ResponderEliminarFico sem palavras (e eu que gosto tanto delas) perante tamanha perfeição.
ResponderEliminarTexto e imagem numa sintonia perfeita. Adorei.
Grata pela partilha.
Um abraço
Tão bonito!
ResponderEliminarFez me recuar no tempo, em que eu catraia também lançava as pedras na água do meu rio Ceira,
Brisas doces *