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Margarida Cepêda, Ela, o violoncelo e as vagas
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Para o/a futuro/a dirigente com que todos ansiamos
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Quando as ondas pareciam tudo devastar, elevando a crista, saías do teu modo discreto e, perante o clamor, juntavas tudo à tua volta e começavas a contar uma história, a história da gente.
O ritmo era pausado, mas melódico, como se, naquele momento, fosses o centro do mundo. E eras, embora não o quisesses.
As ondas, por fim, começaram a baixar, e, apesar do campo que se abria de fáceis promessas, nem assim baixaste a guarda. Embora preferisses refugiar-te na penumbra, continuaste a transportar a plateia pelos caminhos da serenidade possível, enquanto os cenários dramáticos se dissolviam nas vagas, cada vez mais frágeis.
Então, pressentindo a trégua das nuvens negras, pausavas ainda mais a voz, sorrias, e apelavas à reconstrução. E, como que por magia, quase todos te pareciam ouvir, imbuídos de esperança, apesar de saberem da efemeridade das coisas.
No dia seguinte, para melhor perceberes o sentir da tua gente, começaste a receber, para as ouvir, algumas pessoas. E, para admiração de muitos, os primeiros foram os dissonantes. É que, daí o teu gesto, tu tinhas bem presente que, para seguirmos o rumo certo, não podemos pretender que todos entoem a pauta da vida a uma só voz.
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Que os futuros dirigentes o ouçam e sigam o seu/nosso anseio, AC
ResponderEliminarTanto que precisamos de um rumo bem desenhado e planeado !
Beijinho e bom fim de semana!
Oxalá que sim para bem de todos apesar de saber que quem espera...desespera!
ResponderEliminarBeijos e um bom fim de semana
Parece-me que, na vida, a polifonia soa sempre melhor.
ResponderEliminarTenha um bom domingo!
Muito bonito!
ResponderEliminarAssim seja, e que a melodia que ansiamos se faça ouvir.
Beijinhos e boa semana!
No momento o nosso país... faz muito eco, de alguns dissonantes... bem preocupantes... mas ainda não aprendemos a relativizar... apenas a enfatizar... e o povo muitas vezes segue atrás... sem pensar... e mais dramático, ainda... sem se lembrar!...
ResponderEliminarEnfim! Esta pandemia... também está a testar a saúde política dos dirigentes de cada país...
Belíssimo texto, que nos faz reflectir! Beijinho
Ana