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AC
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Sei que não gostas muito de te envolver nas coisas da terra, que preferes observá-las, de preferência sentada no conforto dum chá, para lá da vidraça, mas desta vez não resisti. E desafiei-te.
Quando a neblina se dissipou, abrindo alas ao esplendor solar, chamei-te para um passeio na alameda das ervilhas. Franziste o sobrolho, mas viste nos meus olhos que talvez valesse a pena. Foi quanto bastou. Relembrei-te o desbravar da terra, o lançar da semente, os mimos depositados para um parto feliz, a atenção constante com um novo ser...
Quando chegámos à zona das ervilhas, com a alameda por percorrer, já estavas conquistada. Olhaste, interiorizaste, fizeste uma pausa. Depois, já embrenhada no microcosmos, chamaste-me a atenção, como se eu não soubesse, para a geometria da plantação. Mantive uma expressão atenta, interessada - apenas sorri para dentro, não fosses interpretar-me mal - como se me estivesses a mostrar a arquitectura da simplicidade. E continuámos.
Percorrida a alameda, enfeitada de verde vivo nas alas, olhei para ti e não resisti ao impulso dum abraço. É que, e percebi que também o estavas a sentir, a simplicidade, para lá dos meandros do complexo, precisa constantemente de ser cultivada. Com convicção.
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Caramba, morasse eu perto, levava o chouriço, o entrecosto e os ovos, e faríamos uma almoçarada na simplicidade das coisas complexas.
ResponderEliminarBoa noite, sô AC. Que linda é a Alameda das Ervilhas :-)
Soberbo e sobretudo o último paragrafo. A alameda das ervilhas está ao rubro. Adorei vir aqui e com todo o meu respeito recebe igualmente o meu abraço.
ResponderEliminarAté eu dava um passei por essa Alameda das Ervilhas para desfrutar de todas as cores, de todos os aromas, de todo o maravilhamento da vida.
ResponderEliminarUm texto lindo!
Uma boa semana com muita saúde.
Um beijo.
Belo texto. Não parece ser o padrão do blog, mas, no caso desta postagem, podia ter mais fotos...
ResponderEliminarBelos "ervilhais" a ladear a Alameda das Ervilhas! :)
ResponderEliminarUm abraço, AC!
A alameda das ervilhas está linda, mas o texto... não há dúvida AC você é um poeta.
ResponderEliminarAbraço, saúde e boa semana
Lindo demais!
ResponderEliminarContemplar o simples é nutrir o coração de poesia!
Amei ler!
Abraços!
Uma maravilhosa alameda, não só de ervilhas mas principalmente, de afectos.
ResponderEliminarUm texto muito belo, parabéns AC !
Um beijinho
Uma alameda que me atirou para a meninice, lembro-me como gostava de depositar as sementes...
ResponderEliminarSim, como é bom cultivar a simplicidade!
Beijinho
Uma alameda de ervilhas? Grande agricultor! O aplaudo e a sensibilidade sublinham o empenho e o engenho.
ResponderEliminarRegalo-me com um estufado de ervilhas, presunto e ovos escalfados.
Beijinho. :)
Beijinho. :)
Aqui deste lado... parece-me uma Avenida muito bem idealizada... vê-se que a terra está pronta a devolver, os cuidados com que é tratada... na forma de boas colheitas...
ResponderEliminarGrata pela partilha, desta enriquecedora simplicidade... e do belíssimo texto que nos oferece uma deliciosa cumplicidade...
Beijinho
Ana
E é esta "arquitectura da simplicidade", que conquista em sua profunda complexidade...
ResponderEliminarQue linda publicação.
ResponderEliminarQue prosa cheia daquilo com que se faz a vida. Despretenciosamente narrados os valores que nos agarram à terra. A natureza dos sentimentos, os sentimentos da natureza em simbiose perfeita. É isto a chave. E às vezes complicamos sem necessidade.
ResponderEliminarAbraço.
Uma alameda de afetos e cumplicidade.
ResponderEliminarMaravilha de texto. Parabéns AC!
Também eu passeei por esta alameda...
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