quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

AURA

.
.
.
Pintava a tela
Em suave colorido
Delicada clave
Da ária interior
Reveladora
Dum tempo maior
Que transportava
Em sorriso sereno
Etéreo violeta
Alma de poeta
Em jardim ameno.
O mundo espalhava
Em voz informal
A doce alternativa
E alimentava a corrente
Necessária e urgente
De insuflar na vida
A ideia positiva.
Descia a rua
Em delicada postura
Com música de fundo
E a brisa suave
Era cúmplice da ave
Na vontade madura
De abraçar o mundo.
.
.

8 comentários:

  1. Olá, amigo!
    Sabes uma coisa? Nem sempre entendo o que escreves, mas gosto da forma como usas as palavras. Cada uma parece estar sempre no lugar certo, com sentido e musicalidade.
    Neste poema não sei se apanhei tudo, mas senti uma onda de serenidade quando o estava a ler.
    Gosto muito de ler o que escreves.
    E o livro sempre vai para a frente?
    Um abraço.

    ResponderEliminar
  2. Belíssimo poema, repleto de uma melosa serenidade que nutre e relaxa o interior de quem o lê!
    Numa lenta e agradável "sedução", é-se absorvido por uma harmoniosa e apaziguante sensação (delicadamente composta por suaves tonalidades, aromas e sabores) que se deleita na tela do sublime violeta.
    Da tela para um mundo graciosamente acarinhado e sereno, só resta o desejo inadiável de enlaçar a atitude positiva da "Alma de poeta" e ficar a ouvir o sorriso da vida.
    Que vontade de descer essa rua... sustida simplesmente pelo embalo contagiante da voz do seu poeta.
    Que doce calmaria, Agostinho, revelada num jardim de palavras tão coloridas!
    Gostei muito! :)

    ResponderEliminar
  3. Belíssima poesia sobre a arte e a alma poética, que nasceu para abraçar a ave e a "brisa suave",
    mas com"vontade madura".
    O Agostinho sabe bem o que é a poesia porque é um andarilho de palavras que ama a liberdade e a beleza da terra e da serra.E do mar também?
    Abraço.

    ResponderEliminar
  4. #Jorge,
    É claro que entendes o que escrevo. Podes fazer leituras diferentes, mas isso já é outra questão.
    Quanto ao livro, deixemos isso de parte, pois quando iniciei o blogue nunca a perspectiva de um livro impresso passou pelas minhas cogitações. No entanto, não digo que desta água não beberei...
    Cuida-te, ouviste?!

    #JB,
    Os teus comentários revelam sempre uma leitura atenta e profunda. Fico muito sensibilizado pela atenção. Obrigado.

    #Ibel,
    Foi muito por influência da Ibel que me iniciei nestas lides, e nunca esquecerei isso. Um eterno obrigado.
    Respondendo à sua questão, o mar mexe muito comigo, exerce mesmo uma atracção quase inexplicável, mas é perto da serra (Gardunha e Estrela, que beleza!) que me sinto em porto seguro.

    ResponderEliminar
  5. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  6. Para o poeta da serra:

    É na boca da serra
    no coração da Estrela
    que floresço em verso
    e me cresce o olhar
    para a altura sem poeira
    onde o espírito ou pluma
    vislumbra na borda do céu
    o marulhar da espuma.

    LIA

    ResponderEliminar
  7. É na boca da serra
    Que vislumbro à distância
    O dom de encantar
    Ibel de sua graça
    Ilumina quando passa
    Em Frutos de Mim e Mar.

    Recomendo uma ida ao blogue da Ibel:
    www.frutosdemimemar.blogspot.com

    ResponderEliminar
  8. Que ternura!Lindo!
    É bom dialogar em verso.

    ResponderEliminar