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Olhava em volta e não se identificava com o que via. Os outros olhavam-no de lado, como se dali nada pudesse vir de bom.
Um dia descobriu um livro de receitas e leu-o com avidez. A partir daí começou a olhar para o mundo com outros olhos, e resolveu partir em demanda. Mas estava tão imbuído dum determinado formato que calcorreava os caminhos com uma leveza estonteante, fotografando-os de forma leve e apressada. O destino, acreditava, jogava por si, e mais tarde ou mais cedo chegaria à descoberta do graal almejado. E prosseguiu o seu caminho.
Entre tempestades e bonanças, fugas e abandonos, quedas e sobressaltos, o bom porto nunca chegava. E desesperava.
Quando o naufrágio se adivinhava, regressou às origens e ancorou em local de abrigo. Lambeu as feridas, aquietou-se, olhou em volta. E finalmente descobriu, dentro de si, a razão de ser da raiz.
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.Olhava em volta e não se identificava com o que via. Os outros olhavam-no de lado, como se dali nada pudesse vir de bom.
Um dia descobriu um livro de receitas e leu-o com avidez. A partir daí começou a olhar para o mundo com outros olhos, e resolveu partir em demanda. Mas estava tão imbuído dum determinado formato que calcorreava os caminhos com uma leveza estonteante, fotografando-os de forma leve e apressada. O destino, acreditava, jogava por si, e mais tarde ou mais cedo chegaria à descoberta do graal almejado. E prosseguiu o seu caminho.
Entre tempestades e bonanças, fugas e abandonos, quedas e sobressaltos, o bom porto nunca chegava. E desesperava.
Quando o naufrágio se adivinhava, regressou às origens e ancorou em local de abrigo. Lambeu as feridas, aquietou-se, olhou em volta. E finalmente descobriu, dentro de si, a razão de ser da raiz.
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As minhas raízes são de uma terra plana em que o olhar se estende até ao infinito...
ResponderEliminarMas as ramificações da vida trouxeram-me às serras da Beira e aqui também pude encontrar terrenos férteis.
Mais uma vez um belo texto!
A vida é uma viagem ...
ResponderEliminarAo longo desta caminhada, importa optar pela fé e recomeçar sempre de novo até chegarmos ao local de abrigo que nos dá a verdadeira paz, alegria e liberdade!
Bela viagem que me proporcionaste no início do Ano Novo!
Aconteceu vida interior...
Um abraço amigo!
Gosto de poder pensar e sentir que o ser humano tem a capacidade de enriquecer a sua vida (a sua raiz principal) ramificando o seu interior.
ResponderEliminarPoder encontrar abrigos é sinal de sobrevivência, desde que esses não sejam indefinidamente o seu alimento. Colher deles a esperança para continuar o caminho e fazer brotar novas ramificações é fortalecer o seu ser, é curar as feridas, é crescer aqui, ali e acolá.
É bom poder viajar nas raízes do teu poema, da vida... se elas forem o suporte da alma e se se alimentarem dos nutrientes do coração. Potenciar esses nutrientes é perpetuar a espécie humana.
Gosto de criar raízes neste terreno fértil das Interioridades! :)
Maravilhosa esta alegoria da vida e do regresso às raízes, depois do desencanto das receitas e das utopias sonhadas.
ResponderEliminarIsto é que é ecrever bem e apressado. Gosto!!!!
Olhava em volta
ResponderEliminare não se identificava com o que via.
Os outros olhavam-no de lado
(como se dali nada pudesse vir de bom...)
Um dia descobriu
um livro de receitas.
A partir daí começou a olhar
para o mundo com outros olhos,
e resolveu partir em demanda.
Mas estava tão imbuído
dum determinado formato
que calcorreava os caminhos
com uma leveza estonteante,
fotografando-os
de forma leve e apressada.
O destino,
(acreditava!!!),
jogava por si,
e mais tarde ou mais cedo
chegaria à descoberta
do graal almejado.
E prosseguiu o seu caminho.
Entre
tempestades
e bonanças,
fugas
e abandonos,
quedas
e sobressaltos,
o bom porto nunca chegava.
E desesperava.
Quando o naufrágio se adivinhava,
regressou às origens
e ancorou em local de abrigo.
Lambeu as feridas,
aquietou-se,
olhou em volta.
E finalmente descobriu,
dentro de Si,
a Razão de ser da Raiz.
Agostinho,
Não resisti à tentação de imprimir im ritm veloz aos verbos de movimento.
#Carolina,
ResponderEliminarAinda bem que vieste da planura alentejana e encontraste aqui o teu porto de abrigo. A tua companhia e a tua amizade enriquecem-nos.
#José,
Olá, cavaleiro da fé, fico muito contente por gostares. Aqui a vida interior aumenta com a tua presença.
#JB,
Gostei muito do que escreveste, é lindo!
Ainda te hei-de ver a criar um blogue. :)
#Ibel,
Ainda bem que não resistiu à tentação. O que fez só enriquece este blogue, e eu gosto de ver a minha caixa de comentários bem frequentada.
Espero que continue a ter boas tentações. :)
Obrigado.
Gostei da viagem. Felizmente eu sempre me senti bem aqui no Alentejo. Às vezes apetece espreitar para lá do horizonte, mas aqui é que são as minhas raízes.
ResponderEliminarUm abraço, amigo!
Raízes... e asas.....
ResponderEliminar"Asas e raízes.
Que as asas enraizem e as raízes voem."
(Juan Ramon Jiménez)
"Asas e raízes. Que as asas enraízem e que as raízes voem."
ResponderEliminarGostei!