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Olha para o mundo
Em filtro de números
Mapas
Grelhas
Planos
Instrumentos infalíveis
Na projecção de resultados
Fabricados
Em função dos objectivos
Delineados
Em gabinetes inspirados.
Não gosta da cor
Mas é sonhador
E no seu interior
Imagina o mundo
Em plano de fundo:
Uma enorme aldeia
Espécie de colmeia
De abelha operária
Sem qualquer paragem
Na cadeia de montagem.
Se saísse à rua
Em pleno dia
Talvez a verdade
Nua e crua
Tomasse de assalto
O que restasse
Do seu coração
E fizesse tremer
(Ainda que de leve)
O alicerce
Da sua convicção.
Mas está protegido
Na torre envidraçada
Dissimulada
Em cortina fumada
E a sua alma
Há muito sem perdão
Ficou abandonada
Perdida e rejeitada
No cesto de papéis
Dum qualquer saguão.
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Amigo, eu conheço alguns candidatos a burocratas, e posso dizer-te que têm feito a vida negra a muita gente. De papelada estamos nós fartos.
ResponderEliminarUm abraço
Papelada burocratizada
ResponderEliminarcolada a gente atarefada
da alta patente designada
cheia de intenção enganada
na mente ocupada
de quem não vê
situação tão disparatada
e para quê?...
...para nada!
E...mais nada!!! :)
Agostinho,
ResponderEliminarUm poema num ritmo acelerado, com textura de tortura, magistral adequação à sátira acutilante do bu(r)rocrata.Só é pema que o saguão tenha que aguentar com o cesto onde ficou a alma encarcerada.
Que versatilidade de temas fomentam as suas interioridades.É andar!!!!!
Pois é, o mundo está como está muito devido a estes bur(r)ocratas, como diz a Ibel.
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