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Margarida Cepêda, The three veiled ones and the revealed one
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Longos são os caminhos, diversas são as suas configurações.
Juramos, na casa Partida, manter-nos fiéis à matriz, em nome disto ou daquilo, que nos alegra ou entristece, mas ela, pois mais que nos debatamos, é condicionada pelo que se nos vai deparando, obrigando-nos a reformular, a cada instante, a percepção daquilo que nos rodeia. É a aprendizagem, pura e dura, em que de pouco nos valem as credenciais. Ou resistimos, ficando por ali, ou ousamos continuar, sujeitos a muitas tempestades, enfrentando os medos, com algumas bonanças a adoçar o percurso, mas sempre sem fim à vista. Uma coisa é certa: sem enfrentar os medos, ousar vencê-los, nunca sairemos do mesmo patamar.
Ontem perguntaste-me - tu, menina e moça - porque nem sempre tudo é calmo e sereno, como se o mundo devesse, por natureza, ser um lugar pacífico, apenas à espera que o fruissem. Não te respondi de imediato, afinal estás apenas no início duma longa etapa. Mas, sorrindo, acabei por te dizer que nada, mesmo nada, surge de mão beijada, que há um longo caminho a percorrer até podermos sentir, no mais fundo de nós, o sentido de recompensa.
Muito irás caminhar, menina e moça, até sentires que as coisas fazem sentido. Até lá, vive cada momento como se fosse único, em cada passo dá o que de melhor tens. Ri, indigna-te, chora, comove-te, cai, volta a rir, levanta-te, mas nunca te esqueças de estender a mão. Essa é a melhor prova de que o mundo, para seguir um novo rumo, está cansado das doutrinas de Maquiavel.
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Perfeito, meu amigo. Sabes dar a mão, precisamente quando alguém a precisa. Título e imagem muito sugestivos.
ResponderEliminarBeijinho, AC.
Um belíssimo texto, uma mensagem que se torna cada dia mais urgente.
ResponderEliminarUm abraço e bom fim-de-semana
Estender a mão é um gesto ambíguo.
ResponderEliminarDá-la é formula mais clara, meu amigo.
O medo limita-nos o presente e compromete-nos o futuro, não fosse ele o nosso pior inimigo. Ainda podemos acreditar num mundo melhor, porque felizmente ainda há quem estenda a mão em troca de nada. Um texto maravilhoso que me enterneceu e comoveu. Um abraço forte AC.
ResponderEliminarBelo texto!!!
ResponderEliminarNão acho que Maquiavel quisesse fazer doutrina: ele apenas foi exageradamente honesto com o que a humanidade é. Outros é que fizeram doutrina a partir de suas análises...
Um abraço, tenha uma ótima semana!
Aprecio esta leitura e prática neste aprendizado
ResponderEliminarexistencial,"Longos são os caminhos, diversas são as suas configurações".
Que as dores e decepções nunca nos impossibilitem
com a capacidade de ser solidário.
Maravilhoso texto, AC.
Beijo.
Estender a mão... num acto de compaixão, dádiva e solidariedade... Em que parte do nosso percurso de crescente indiferença e desumanidade, pelo próximo... se perdeu este gesto?...
ResponderEliminarA humanidade foi ganhando medo... de parecer humana... um medo a vencer... se algum dia quisermos evoluir para outro patamar... sem qualquer dúvida!
Mais um formidável texto, que nos obriga a reflectir!...
Beijinho! Desejando uma óptima semana...
Ana
Sou totalmente a favor do viver a vida intensamente.
ResponderEliminarAquele abraço, boa semana
A aprendizagem da vida exige escolhas, capacidade de resistir ao que nos assusta, ao que nos engana, ao que nos oprime.
ResponderEliminarMagnífico, o seu texto, que me fez pensar…
Uma boa semana.
Um beijo.
Quase tudo se conquista
ResponderEliminarde mãos dadas
Abraço
Por mais avanços e recuos que haja há que seguir para a frente, sempre e enfrentar as adversidades, lutar contra elas e vencê-las. O cansaço é por demais enorme, mas a escolha deve ser continuar....
ResponderEliminarBoa noite AC
Veladamente MC... Não sei como, instalou-se-me, recentemente, uma ideia de vela... procurei no Google e nada me confirmou. Felizmente, equívoco meu.
ResponderEliminarDepois de ler o magnifico texto, revestido de nota e timbre que habitualmente leio ouço e sinto por aqui, refecti e achei as coordenadas infalíveis das tuas palavras: “Ri, indigna-te, chora, comove-te, cai, volta a rir, levanta-te, mas nunca te esqueças de estender a mão”, enfim, não te coíbas de seres um ser humano frágil que impele a vida entretecida da tua vela; frágil: qualidade incrível que assusta os idiotas mas que, no entanto, se revela engravidada pela delicadeza de ágil – uma palavra mágica.
Grato e abraço, AC.
O que te dizer? Nada...apenas que me encheste a alma, mas baixinho digo-te que não gostei nada da imagem:(
ResponderEliminarBeijocas
A vida é mesmo assim, cheia de tropeços... saibamos levantarmo-nos e ousar caminhar por trilhos nem sempre fáceis. Somos guerreiros nesta vida, venceremos as batalhas e no fim iremos sorrir com a sensação de dever cumprido. Viver é ousar...arriscar, não ter medo dos abismos...por vezes estes são o ímpeto que precisamos para começar a VOAR!
ResponderEliminarBeijinho
Fanny Costa
Acordei esta manhã e demorei-me nos meus pensamentos, como faço tantas vezes. E dei comigo a ir buscar este teu texto, porque pensava que todos nós nos sentimos por vezes "menina(o) e moça(o)", e queríamos ter alguém sábio, que sem pressas nem verdades feitas nos fizesse sentir que o caminho continua, mais ou menos turbulento.
ResponderEliminar(E tantas outras coisas - mas os pensamentos ao acordar são complexos e nem sempre muito lineares! Ahahah)
Bem hajas
Ah, que lindo!
ResponderEliminarQuando eu crescer, quero escrever assim!
Tantas vezes sinto-me menina moça, perdida, cansada do peso do mundo, mas a poesia também (me) carrega!
Beijos! =)
Poeta , sábias palavras contidas no seu excelente texto .
ResponderEliminarViver cada dia como se fosse o último , com garra e alegria .
Há uma letra de música popular brasileira que assim reza :
"... Reconhece a queda e não desanima . Levanta , sacode a poeira e dá volta por cima ..."
Obrigada pela partilha .
Beijos
Para além de ter gostado muito deste seu texto - estou a tornar-me repetitiva, bem sei, mas que fazer ? é a verdade - tenho a dizer, ou, neste caso, a escrever, que cair dói que se farta. Tomara não ser necessário isso de cair.
ResponderEliminarBeijinho, AC :)
Não sei se é normal, mas cada vez que te leio surgem novas visões sempre diferente. Li ontem, li hoje, lerei amanhã e a sensação é sempre diferente. Assim são os grandes escritores - causam revoluções dentro de quem os lê. Grata AC, bom dia poesia! Um abraço!
ResponderEliminarA tua sensibilidade encanta!
ResponderEliminarLi outros textos teus,mas comento o fim de um caminho e o início de um outro...
Beijinho