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AC, Fogo à distância de um fósforo
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Já não se sabe onde começa a história, mas, a determinada altura, perante a histeria geral, fomentada por alguns, toda a gente enveredou pelo refúgio em abrigos seguros, modernas cavernas que nos isolam, não só do "inimigo invisível", mas, acima de tudo, dos outros, ou seja, de nós próprios.
Em nome da segurança, começámos a seguir novas tendências: deixámos de abraçar, quase deixámos de opinar, falta-nos o ar, estamos a deixar de amar. Entretanto, para adensar o caldeirão de impropérios, os pobres estão cada vez mais pobres, os fracos cada vez mais fracos, a liberdade parece ter-se encerrado num quarto escuro. Até os incêndios, cada vez mais florescentes, parecem ajudar à festa.
Como em qualquer intempérie, a irracionalidade é como o azeite misturado na água, vem sempre à superfície: primeiro nós, depois nós, e só depois, muito depois, vêm os outros. Na prática, é o caos. Mas há excepções, claro, há uma minoria que, com fundamento científico e possuidora duma visão global, se satisfaz no bem comum, apesar das sementes da solidariedade tardarem em fazer efeito. Pacientes, aprenderam que construir custa muito, que poderá demorar, nalguns casos, gerações, enquanto que o acto de destruir, por vezes, fica à mera distância dum fósforo. Mas eles, apesar da manada começar a mostrar sinais de impaciência, continuam a acreditar que a vida, para lá das religiões, é um acto sagrado. E trabalham, na sombra, para encontrar soluções, tentando contrariar, numa visão com fundamento, a besta destruidora que, lentamente, se vai insinuando no nosso dia-a-dia.
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É nesse tempo que precisamos, mais que antes, de valores como respeito e solidariedade. Andam difíceis de encontrar, no entanto.
ResponderEliminarUm abraço, tenha um ótimo final de semana!
Poeta , descreve com suas metáforas perfeitas os dias atuais .
ResponderEliminarTemos que ter presente na alma " que a vida , é um ato sagrado "
e lutar por ela .
Beijos
Os aviões não podem estar parados...é apenas uma opinião.
ResponderEliminar.
Cumprimentos
Subscrevo inteiramente e não digo mais para não me enervar...apenas que cambada de gente podre, Apre!!!!
ResponderEliminarBeijos e um bom fim de semana
Todos os verões trazem bestas destruidoras. Algumas são conhecidas, fracas do miolo, são usadas por gente sem escrúpulos. A boa hora põem-nas à sombra, mas aparecem sempre mais e mais.
ResponderEliminarTriste, muito triste.
Beijinhos, AC.
E nada nos torna inocentes perante este inimigo insólito que se espalha pelo mundo como uma intriga ou uma labareda. Porque a solidão instala-se nas casas e um perigo oculto fere-nos os braços e as mãos, desfaz-nos o sorriso. O poder das sombras a sobressaltar-nos a existência...
ResponderEliminarUm texto a descrever plenamente os dias que vivemos. Magnífico!
Muita saúde. Um beijo.
Realidades - novas realidades, ou o confirmar do que se vinha a tornar a realidade?
ResponderEliminarO mundo não está a ficar um lugar muito bonito para habitar.
Demos nós o nosso melhor!
Boa semana!
Beijinhos.
A História fará o relatório futuro...por enquanto somente temos expectativas...não, não dá para tergiversar.
ResponderEliminarUm abraço
Um espelho bastante realístico, da insanidade destes controversos tempos... a vários níveis... aqui, brilhantemente condensado!
ResponderEliminarAdorei ler, AC! Um grande abraço!
Ana
Cada dia mais impotentes, convivemos com esta triste realidade. Não podemos esmorecer...
ResponderEliminarUm abraço, caro poeta!