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............Um poema é uma história com mil janelas abertas............AC
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O alvor era plúmbeo
E a multidão
Em reserva vigiada
Iniciava a jornada
Na dependência
Dos dias banais
(Manequins de uniforme
Em cinzentos rituais)
.E a multidão
Em reserva vigiada
Iniciava a jornada
Na dependência
Dos dias banais
(Manequins de uniforme
Em cinzentos rituais)
Evitava a receita
E vagueava
Por entre a carneirada
Negando o cenário medonho
E enfrentava a dor
Ansiando esboço de cor
Alimento do seu sonho
Procurava a claridade
Que promovia o abraço
E encarnava a cotovia
Na inglória melodia
De alcançar o último raio
Olvidando o cansaço
.E vagueava
Por entre a carneirada
Negando o cenário medonho
E enfrentava a dor
Ansiando esboço de cor
Alimento do seu sonho
Procurava a claridade
Que promovia o abraço
E encarnava a cotovia
Na inglória melodia
De alcançar o último raio
Olvidando o cansaço
Depois de detectada
A ovelha perdida
Foi-lhe diagnosticada
Reacção química desajustada
E o laboratório
Em receita eficaz
Apagou a ideia
Do perigoso purgatório
E a alma penada
Em código testado
Foi programada
No eficaz bem-estar
Do mundo formatado
(A ovelha
Sem alma
Sorriu)
.
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.A ovelha perdida
Foi-lhe diagnosticada
Reacção química desajustada
E o laboratório
Em receita eficaz
Apagou a ideia
Do perigoso purgatório
E a alma penada
Em código testado
Foi programada
No eficaz bem-estar
Do mundo formatado
(A ovelha
Sem alma
Sorriu)
.
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AC...
ResponderEliminarprofundo,lindo, mas tão triste que eu diria que há mil e uma janelas. Nesta última a ovelha chorou...
Beijo
Maravilha !!!
ResponderEliminarBoa semana ...
lindo... e triste :)
ResponderEliminarMas fico sempre contente quando me apercebo que há texto novo para ler e puxar pelos neurónios):
adoro ler o que escreve por isso mesmo. Continue.
Obrigada.
As metáforas tuas são bem interessantes, há um misto de ironia, sarcasmo, ou algo mais... gostei do estilo da escrita... Abro-te as janelas, e que ao final as ovelhas sempre sorriam, bj!
ResponderEliminar"E o laboratório
ResponderEliminarEm receita eficaz
Apagou a ideia
Do perigoso purgatório
E a alma penada"
Muito triste, mas ao mesmo tempo lindo demais, parabéns.
Abraços forte
catasfrófico, mas no final a gente ri! :)
ResponderEliminarbeijos
E se depois de programados , não sorrirmos , a factura a pagar é bastante elevada .
ResponderEliminarGostei muito do poema .
Beijo
AC,
ResponderEliminarCheguei atrasada, mas enfim... Cada vez se me torna mais difícil comentar, mas espero que me desculpe quando a alma se retira em silêncio comovido.
Pobres almas, só podem murchar mesmo, um mundo formatado não abriga mais...
ResponderEliminarMuito profundo, lindo mesmo teu poema.
Beijos
... e aparecerão outras ovelhas.
ResponderEliminarAinda bem!
Beijos
Olá, vim convida-lo a passar no meu espaço e ler:
ResponderEliminarA cura da lepra, os sete mergulhos de Naamã, a salvação veio por se humilhar; Deus ainda é o mesmo de ontem, é hoje e será amanhã.
postado por VALVESTA em Hanukká - http://hanukkalado.blogspot.com/ visite e deixe seu comentário, o Pai tem sempre um abraço pra você. beijos no teu coração com carinho, Valquíria calado.
Olá, vim convida-lo a passar no meu espaço e ler:
ResponderEliminarA cura da lepra, os sete mergulhos de Naamã, a salvação veio por se humilhar; Deus ainda é o mesmo de ontem, é hoje e será amanhã.
postado por VALVESTA em Hanukká - http://hanukkalado.blogspot.com/ visite e deixe seu comentário, o Pai tem sempre um abraço pra você. beijos no teu coração com carinho, Valquíria calado.
A dualidade ambígua ...Metáfora que leva a muitas interpretações , o importante é que no vagar da vida esta ovelha perdida , mesmo com a "alma murcha" tem a chance de "inflar" novamente .O através ...depende de cada uma ovelha .A-D-O-R-E-I seu estilo de poetar. Abraços.
ResponderEliminarAs ovelhas sempre me arrancam sorrisos... Se não fosse por elas eu não sobreviveria ao cinza.
ResponderEliminarBeijoca
Ótimo texto!
ResponderEliminarGostei muito, dear!
Abraço...
"Um poema é uma história com mil janelas abertas"
ResponderEliminarsem dúvida! :-)
AC, gostei muito do seu espaço, voltarei!
Agostinho!
ResponderEliminarTal como já me habituaste, mais um poema belo, profundo, inquietante. Estamos num Mundo onde a "carneirada" é cada vez mais numerosa. Vai atrás da que vai à frente, independentemente do destino. Valem-nos as ovelhas desgarradas para poderem dizer que o caminho não é por aí.
Abraço amigo.
Caldeira
E as mil janelas abertas permitem mil interpretações... que nem sempre vão ao encontro do pensamento do poeta.
ResponderEliminarMas aí reside a grande beleza da poesia: o permitir divagar sem querer chegar a qualquer conclusão lógica.
Adorei este poema que considero de grande profundidade.
Beijinhos
Amigo, ainda bem que reformulaste o poema, ficou muito melhor. Não desaparece é aquela estranha sensação de fazer mééééé!
ResponderEliminarAbraço
Se me é permitido...
ResponderEliminar:) Não resisto ao comentário anterior, porque li na altura e volto a ler agora "estranha sensação de fazer mééééé!" :)
Beijo :)
Que incrível, condenado para sempre à viver na escuridão, me lembrou até a história do livro "1984".
ResponderEliminarBeijooO
Parabéns, AC.
ResponderEliminarAdorei:vieram-me mil imagens à cabeça até porque sempre fui a ou uma ovelhs negra no rebanho :D
beijo
Visionário este seu poema.
ResponderEliminarHá tantos "carneiros" assim .
Vou de férias, mas até regressar, desejo-lhe muita saúde e inspiração.
Beijinhos
Acho que o meu sorriso ficou "amarelo", mais
ResponderEliminaraproximado de uma vertigem de lágrimas!, se é que
me faço entender...!?
Beijo
Uma luz sempre permanece...
ResponderEliminarUm grito de liberdade...
Metáforas boas de se ler e traduzir...
Belo Poema!
Beijo
"Um poema é uma história com mil janelas abertas"
ResponderEliminarAbsolutamente! Neste texto abriram-se quase tantas quanto isso. É uma história de muitas interpretaçãos. O sonho de uns, é o pesadelo de outros. Além disso, estamos na era do 'format'.
Bjs
AC
ResponderEliminarGosto das histórias com mil janelas abertas, tanto quanto gosto de múltiplos olhares, pela mesma janela. Gosto de poesia porque é tudo isso e mais além ainda.
Do poema, da história e desta janela, gosto particularmente das ovelhas perdidas, que mesmo sem alma conseguem sorrir.
Um abraço
O texto lembrou-me Rousseau e ainda a personagem Carlos das "Viagens na Minha Terra": a teoria de que a sociedade nos aprisiona num colete de forças e,quando se apodera de nós a ânsia de fugirmos dela, logo vem ela com algemas de ferro para nos inibir a liberdade, deixando-nos prisioneiros para sempre ou fazendo de nós aleijões morais.
ResponderEliminarEsta é a minha leitura."Vem por aqui"....
Acho que no exato momento em que você aderiu ao meu blog eu vi e entrei em seu blog. Passeamos juntos!
ResponderEliminarAC
ResponderEliminarsei lá eu porque é que me lembrei de Matrix!
mas ao ler o seu poema
foi esse mundo paralelo que eu desenhei
juntamente com milhões de pixéis !!
e a ovelha assustada fugia para um outro filme
quem sabe? o silêncio dos inocentes...
este é o meu lado negro
do seu
gostei!
um abraço
Manuela
AC, meu querido, só posso agradecer o seu carinho de sempre. Tê-lo em meu blogue me deixa muito feliz!
ResponderEliminarEu adoro os seus poemas, porque sempre dizem além do que querem dizer. Vc escreve divinamente.
Seu blogue é maravilhoso e eu também gosto muito de vir aqui.
Beijo carinhoso,
Patrícia Lara
Porque será que no fim as ovelhas sem alma sorriem? Excelente.
ResponderEliminarAbraço
Ritmo e imagens marcantes nesses seus versos
ResponderEliminarque extraem beleza e lirismo de uma triste constatação.
Bjs, poeta, e inté!
Olha tocou na alma.
ResponderEliminarbjs
Insana
É sempre uma viagem bela ler seus escritos!
ResponderEliminarLindo!
ResponderEliminarBeijos
Genial,AC! Nem precisei bater à porta. As janelas estavam abertas. Adorei!!! E eu ontem pensando em alimentar a alma... Deveria ter vindo aqui...[rs]
ResponderEliminarTenho medo de alma penada, AC.
Posso colocar sua citação no meu blog?
"Um poema é uma história com mil janelas abertas". (AC) Muito bom!!
Parabéns, poeta!
Beijo
E.T. Obrigada pelo Pitágoras...não o "teorema".[rs]Verdadeira, a citação. Gostei mesmo!
AQUELA FRASE ...UM POEMA É EFECTIVAMENTE UMA HISTÓRIA DE MIL,DOIS MIL,TRÊS MIL...TANTAS MIL JANELAS...
ResponderEliminar" MANEQUINS DE UNIFORME EM CINZENTOS RITUAIS"...
"EVITAVA A RECEITA E VAGUEAVA POR ENTRE A CARNEIRADA"
"ANSIANDO ESBOÇO DE COR
ALIMENTO SO SEU SONHO"
PROCURAVA A CLARIDADE"
MAS A OVELHA PERDIDA(DIFERENTE) FOI DETECTADA
E COMO CONVÉM DIGNOSTICADA UMA REACÇÃO QUÍMICA DESAJUSTADA...
E A ALMA PENADA FOI PROGRAMDA MAS NO FIM SORRIU TRIUNFANTE...SAIU VENCEDORA...
AGORA,EU ABRI QUAL JANELA?
BEIJINHOS
(BELO POEMA QUE FAZ PENSAR E PENSAR E PENSAR)
Há ovelhas que não se deixam formatar mas pacificas e pacificadoras se limitam a sorrir aos muros que tentam separá-las dos campos onde os "uniformes" não têm cabimento.
ResponderEliminarÉ uma "leitura"...
Obrigada
Bjs