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Hoje a noite chegou de braço dado com a angústia. Trazia Kafka em contra mão, em busca do fio à meada num tratado de economia. Não houve metamorfose, pois o monstro há muito deitara a cabeça de fora, mas sentiam-se as garras da masmorra do castelo, em dimensão global. O negro da fome irrompia como cenário, mas o processo ainda estava incompleto. Na sombra, expectante, a besta esperava pelo seu momento, pronta a devorar qualquer resquício de utopia.
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E a fome desta fera era de utopia... deixe-a morrer de fome,nenhum poeta pode perder sua razão de viver.bjos no teu grande coração.
ResponderEliminarBom dia prezado amigo.
ResponderEliminarEssas garras estão cada dia mais afiadas até que devorem aqueles que semeiam estas tempestades de fome e violência.
Sinto como tu esses fios da meada da economia. Cortamos, esticamos e quanta ginástica para ver se nada falta, mas cada dia se torna mais difícil e quantos .... já nem conseguem o pão de cada dia e passam por nós em silêncio...........
Há dias assim. Apesar do Sol abrasador parece que a noite se torna mais plúmbea do que o costume e o coração aperta-se como o pardalito perdido de seus pais.
ResponderEliminarNós sabemos que o monstro anda à solta, pronto a atacar os mais indefesos. Mas, nos momentos de desânimo, é que se revelam as forças recônditas vindas, não se sabe de onde, que continuam a alimentar a utopia que se torna certeza de que, depois da tempestade, vem sempre a bonança.
Abraço amigo e não deixes de ser utópico mesmo quando parece que o Mundo desaba sobre a tua cabeça.
Caldeira
Há dias assim. Mesmo com o Sol radiante e abrasador, parece que carrega consigo a escuridão plúmbea que esmaga e entristece.
ResponderEliminarO monstro há muito que anda à procura da presa e, em regra, descarrega a sua fúria sobre os mais débeis.
Nestas ocasiões, o coração aperta-se como se fora um pardalito, recém-nascido, retirado do seu ninho de segurança.
O Homem é o pior predador do seu semelhante e por isso a fome e a miséria alastra nos desfavorecidos da sorte, em contraste com o espavento e o despercío dos "crápulas" deste Mundo Cão.
Apesar disso, é preciso ir buscar as forças recônditas que cada um esconde não se sabe bem onde, mas que existem, para lutar e não deixar morrer a utopia que carregamos no sonho de que amanhã será melhor.
Abraço amigo
Caldeira
impossivel saciar esta fome...
ResponderEliminarPS: AC recebi seu comentario no meu email mas não o encontrei no blog..entao vou copiá-lo e postar novamente!
bjinhus...
Amigo, devemos cantar a vida, mas é bom ter consciência da devastação que por aí vai. Obrigado por não me deixares esquecer isso.
ResponderEliminarAbraço
Faz tempo que o «monstro deitou a cabeça de fora» pouco a pouco, ele foi crescendo...mostrou os tentáculos e estendeu-os esfaimados e avassaladores a uma «dimensão global»...só que a besta esfaimada tem um apetite especial: contorna os grandes pratos...e vai petiscando nos pobres acepipes...já de si, tão desguarnecidos de sustento...
ResponderEliminarBeijinho V. e obrigada pelo carinho!
b.e.i.jo.
ResponderEliminarsaudoso. regressei. aqui.
(piano)
Gostei "daqui"
ResponderEliminarObrigada pela leitura.
Ana
Seus textos nunca permitem cometários, eles dizem tudo por si. Comento apenas para deixar claro o quanto me admiram suas letras.
ResponderEliminarBeijooO*
Quero muito acreditar que o dia chegará de braço dado com a derrota desse monstro.
ResponderEliminarQuero muito acreditar que essa espera expectante do monstro não seja eterna.
Acredito que "como o processo ainda estava incompleto" possa dar-se a metamorfose e a besta encolha as suas garras.
Riquíssimo o teu texto e podia ser explorado em múltiplos contextos.
Dá que pensar, sem dúvida... (de preferência com a luz acesa! :)
Surpreendente a diversidade textual que enriquece este espaço. Parabéns!!!
Beijo
"Homem primata! Capitalismo selvagem! ÔÔÔ"
ResponderEliminarE a utopia, cadê?
Ótimo texto!
Beijo, rapaz
impossível deixar morrer a utopia...senão resta-nos o nada e o vazio profundo
ResponderEliminarA angústia é esse monstro que nos aterroriza ou que nos faz - ela mesma - presas reclusas.
ResponderEliminarPara além dos dramas econômicos, parece estar havendo uma crise de valores que subjaz a tudo.
Texto conciso e repleto de significados.
Abraços e grata pelas palavras no 'mundos-e-peles'.
Temo muitos monstros como esse, porque às vezes parece que nos devorarão. Ainda bem que ainda não conseguiram.
ResponderEliminarAinda bem que tua espada- a literatura- enche-me o peito de esperança.
Oi, AC.
ResponderEliminarSeus textos são sempre intensos, com imagens fortes e metáforas lindíssimas!
Parabéns pela inspiração.
Grande abraço,
Patrícia Lara
Angustiante!
ResponderEliminarAs vezes a angustia afia as garras e ultrpassa qualquer tratado noite ou dia...
ResponderEliminarum abraço
tulipa
a noite absoluta. sei delas. mas todas amanhecem... abraço!
ResponderEliminarSonhar o sonho impossível,
ResponderEliminarSofrer a angústia implacável,
Pisar onde os bravos não ousam,
Reparar o mal irreparável,
Amar um amor casto à distância,
Enfrentar o inimigo invencível,
Tentar quando as forças se esvaem,
Alcançar a estrela inatingível:
Essa é a minha busca.
Dom Quixote
um beijo grande querido AC
Um fosso abismal que cava angústia a cada cair da noite...
ResponderEliminarEscrever com Kafka no pensamento. Gostei, apesar da angústia !
ResponderEliminarUm beijo.
Oi!
ResponderEliminarSomente o tempo, e o pensar sobre as coisas que buscamos nos farão sorrir agora!
Lindo texto!
Obrigada pela visita!
Bjs
Ser Estranho Ser!
Monstros silensiosos não deixam de nos atormentar e causar angústia.
ResponderEliminarInfluências Kafkanianas?
Beijinhos
DESCULPA-ME MAS VEJO AQUI A ACTUAL SITUAÇÃO DESGRAÇADA EM QUE SE VIVE...QUANTO MAIS LEIO MAIS SINTO ISSO...MAS DITO DESTA FORMA ...QUE SÓ TU SABES DIZER...UM BELO TEXTO POÉTICO COM UMA GRANDE FORÇA POR DENTRO...
ResponderEliminarBEIJO
Haverá um dia, porque ele existe, em que a fera adormeçerá de cansaço e, nesse dia, pode até não haver um sol radioso, mas a utopia, se não a deixarmos morrer, brotará da penumbra para nos iluminar a vida!
ResponderEliminarUm abraço, grato...
Curioso texto edificado sobre obras de Kafka... e muito apropriado no actual contexto colectivo. Eventualmente, noutros também, mais pessoais.
ResponderEliminarA imagem que escolheu para reforçar as suas palavras/ideias é igualmente sui generis.
Entretanto, todas as utopias são possíveis. Mas requerem trabalho, muito trabalho e muitas vezes geram cansaço e desânimo, mesmo aos espiritos mais preparados.
Acima de tudo, são uma questão de tempo...
"Poseidon estava sentado à sua escrivaninha e fazia contas. A administração de todas as águas dava-lhe um trabalho interminável". (F.Kafka)