.
.
.Lias que a vida
Em sentido pleno
Estava nas coisas simples
Mas passavas
Sempre apressada
Sem tempo para estar
Sem tempo para ver
Em busca de tudo
Em busca de nada.
Procuravas-te
Em pilhas de livros
Conversas de bar
Pinturas criadas
No frenesim das palavras
(Às vezes gemias
Às vezes exultavas)
E com a luz fabricada
Traçavas cenários
A régua e esquadro
Da desejada verdade
Receita volátil
Sem sustentação
Castelos de cartas
Desfeitos no chão.
.
Quanto mais ouvias
Mais depressa passavas
(Paliativo da dor)
E não reparavas
Num brinde à vida do pomar
Na sinfonia dos pessegueiros em flor.
.
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.Lias que a vida
Em sentido pleno
Estava nas coisas simples
Mas passavas
Sempre apressada
Sem tempo para estar
Sem tempo para ver
Em busca de tudo
Em busca de nada.
Procuravas-te
Em pilhas de livros
Conversas de bar
Pinturas criadas
No frenesim das palavras
(Às vezes gemias
Às vezes exultavas)
E com a luz fabricada
Traçavas cenários
A régua e esquadro
Da desejada verdade
Receita volátil
Sem sustentação
Castelos de cartas
Desfeitos no chão.
.
Quanto mais ouvias
Mais depressa passavas
(Paliativo da dor)
E não reparavas
Num brinde à vida do pomar
Na sinfonia dos pessegueiros em flor.
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Um dia vou encontrar as palavras certas para este poema. Um dia, se as conseguir encontrar. Porque as palavras saem dos sentimentos e estes não precisam de régua e esquadro. Às vezes pede-se tão demais a quem se ama, e não nos apercebemos que as flores do pessegueiro antes de nascerem na árvore do pomar, já floriram há muito nalgum jardim.
ResponderEliminarAlguém solta borboletas lindas que esvoaçam contentes pelas mãos e olhos do jardineiro, borboletas demais para que ele possa lhes acudir, mas sobretudo, entender, adivinhar o segredo, por isso parece passar a correr, sem ver!
Um dia, a surpresa, os sonhos que se rasgam e alguém deita fora...
Para o jardineiro não há perdão...
Mas ele sabe cuidar do seu jardim, roubaram-lhe as flores, mas esqueceram-se de lhe levar as raízes...
Afinal acho que estas podem ser as palavras certas...
Beijo no teu coração.
Belissimo...
ResponderEliminarBjos
Boa Semana
Guardo estes versos:
ResponderEliminar"E não reparavas
Num brinde à vida do pomar
A sinfonia dos pessegueiros em flor."
Abraço
Olá, AC.
ResponderEliminarMuito obrigada pelo comentário gentil lá no meu blogue.
Não conhecia seu espaço... que lugar gostoso! Belas poesias e lindas imagens. Parabéns pela sensibilidade.
Estou seguindo-te.
Abraços,
Patrícia Lara
Agradeço, AC, a visita ao meu blogue. E cá estou para conhecer o seu espaço, que, logo de cara, se mostra belo!
ResponderEliminarAbraços,
Tânia
lind poema...me fez querer viver mais ainda!
ResponderEliminarbjinhus e um otimo domingo..
Afinal basta viver a vida. Simples como a simplicidade do Ser.
ResponderEliminarPara quê tanta azáfama se não se acrescenta nada à vida? Mais uns tostões? Um melhor carro? Um casa com luxo? Ter tudo e não ser ninguém?
De repente um AVC, ou doença igualmente preocupante e lá vem a questão: - Para quê tanta luta, tão desmesurada ambição? Afinal o mais importante "são os pessegueiros em flor".
Abraço amigo
Caldeira
"Perde-se a vida a desejá-la tanto"
ResponderEliminarMuito belo o poema e a imagem
Também vou guardar os últimos versos!
ResponderEliminarTanta coisa que vamos deixando para trás sem reparar nelas...
Abraço
Arranjar tempo para ouvir a "sinfonia dos pessegueiros em flor" já foi um prazer... imagino quando provar o fruto desses pessegueiros! :)
ResponderEliminarBj
É claro que o comentário anterior foi feito à pressa, de quem não pára para ver e estar ... :)
ResponderEliminarO teu poema é lindíssimo. Traçado o cenário de um quotidiano que se repete. Enquanto vamos concretizando as tarefas que destinamos ou nos são destinadas, a vida segue o seu rumo e não espera que paremos para prosseguir. Lamento que tanto haja para ver, para viver e não se abrande o passo ... Fico por aqui.
Bj
Castelos por tantas vezes caem, mas tornamos a ergue-los., bjos e linda semana.
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarA pressa de viver como flor sedenta, retira o compasso certo de olhar a vida através das coisas mais simples e, na verdade, é aí que ela se realiza plena na mais profunda das essências.
ResponderEliminarUm excelente poema, sem dúvida!
Um abraço, por todas as palavras. Estas aqui e as outras lá... por ambas me sinto grata.
Por vezes as incoerências acontecem...
ResponderEliminarAbraço
Palavras onde me revi num outro tempo passado... reli e vou voltar a reler. Obrigado pela partilha...
ResponderEliminarBeijo
Chris
Esse belo poema fez lembrar uma frase " entre as pequenas coisas que não queremos fazer e as grandes que não podemos fazer, o perigo està em não se fazer nenhuma"
ResponderEliminarGostei do que li, grata pela visita, fique à vontade.
Beijo
Fátima
As pessoas acham louco quem ouve a sinfonia, mas sempre que perguntam seu nome, apenas responde, sou Poeta!
ResponderEliminarLindo!
Beijos e ótima semana.
AS PESSOAS APRESSADAS VIVEM TUDO À SUPERFÍCIE ,NÃO PARAM QUIETAS,NÃO ESCUTAM,NÃO ABSORVEM NADA...SEMPRE APRESSADAS ,METIDAS EM PAPELADAS, ATOLADAS NO TRABALHO...NUNCA TÊM TEMPO PARA NADA...E PERDEM O MAIS IMPORTANTE: "A SINFONIA DOS PESSEGUEIROS EM FLOR"
ResponderEliminarBEIJO
Apressada, em busca de tudo, em busca de nada...
ResponderEliminarÉ assim que passamos a vida, AC, infelizmente.Até descobrirmos que as flores do pessegueiro estão murchas, cadentes e não as vimos florir.
Lindo constatar como vc transforma em versos perfeitos o cotidiano mais banal.
beijos.
E por andar sempre distraída, despercebi a riqueza de um olhar! Amei! Linda poesia!
ResponderEliminarAC, quanta sensibilidade para perceber o movimento dos que passam com pressa, sem perceber a riqueza das pequenas sinfonias. Lindo teu poema.
ResponderEliminarbjs
Este belo poema fez-me refletir sobre a importancia de deixar de lado a aceleração diária, e olhar em volta para os pequenos grandes nadas, aqui adivinho uma sensibilidade linda! parabéns por ela.
ResponderEliminarBjs
Que visão maravilhosa
ResponderEliminarnos oferece
o pessegueiro florido...
é um apelo aos sentidos
da abelha curiosa
que percorre as flores
captando o pólen
da suave cor rosa.
À doce sinfonia
e à bela poesia
a abelha brinda:
É linda a vida que emerge do pomar!
Parabéns Vizinho, gostei muito! (agora é tempo de saborear os deliciosos frutos do pessegueiro :)
Obrigada pelo carinho...BEIJINHO!
Bom texto
ResponderEliminarQue o sussurrar do vento te deixe plena.
bjs
Insana
Muitas vezes a vida parece-nos tão cheia, mas não deixamos de nos perguntar porque continuamos vazios. Penso haver neste versos uma resposta provável.
ResponderEliminarL.B.
Se escreves sobre flores, pessegueiros e almas, então já tens lugar definitivo entre as estrelas!!!!
ResponderEliminarLindo poema, AC!
Assim, com tantos elogios, não está na hora de um livro?
AC,
ResponderEliminarSei que não escreveu estas palavras para mim, mas elas foram tudo o que eu precisava que alguém me dissesse. Obrigada!
É a vida lá, todinha explodindo em brotos. Peca e perde quem só tem olhos pro seu próprio umbigo.
ResponderEliminarCompartilhamos esse brinde dos pêssegos! Sinta o cheiro... ;)
Lindíssimo!
Beijo, beijo
quem tem pressa, quem stressa, quem se enche de si, não pode ter olhos para a vida no 'pomar':
ResponderEliminar"E não reparavas
Num brinde à vida do pomar
Na sinfonia dos pessegueiros em flor."
beijo
"Passamos pelas coisas sem as ver...
ResponderEliminar...Se alguém chama por nós não respondemos,
Se alguém nos pede amor não estremecemos..."
Eugénio de Andrade
É urgente, é imperioso, olhar os pessegueiros em flor.
Lindo poema!
Beijinhos