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AC, Vista parcial do "grande" ginásio
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A opção já tem alguns anos, mas a convicção renova-se a cada instante: estar em contacto com a Natureza, longe da galinha da minha vizinha, que é maior do que a minha, é lição de vida permanente.
Nos últimos tempos, no "meu pequeno paraíso", a prioridade tem incidido na preparação dos terrenos para a horta de verão. Este ano o projecto é alargar a diversidade de espécies, de modo a que a horta, para além de abastecer a casa, possa ser centro de partilha com familiares, amigos e vizinhos, daí a necessidade do terreno disponível aumentar proporcionalmente. Em suma, é preciso cavar terra.
Em prol do bom desiderato do plano, o sítio transformou-se num grande ginásio, com exercícios bem cadenciados no manuseio da enxada, marcados pelo arfar do corpo. É então tempo de, mentalmente, improvisar lengalengas, obedecendo, sabe-se lá como, a um qualquer ancestral artifício:
Um, dois, três,
Vamos lá outra vez
Quatro, cinco, seis,
Lá se foram os reis
Sete, oito, nove
Qual a força que me move
Dez, onze, doze,
Não é frete, mas é dose
...
A empreitada vai-se cumprindo, sem pressas, embalada na cantilena e na omnipresença da passarada. As pausas, oh, as imprescindíveis pausas, têm sempre lugar marcado. É então que o olhar aproveita para se distender, de forma circundante, absorvendo o tecer duma vida em constante laboração: nas aves, nos insectos, nas plantas, enquanto renovo, sem me dar conta, os laços naturais com o que me envolve.
Acabada a pausa, de bem com o mundo, volta a mental cantilena:
Um, dois, três,
Vamos lá outra vez...
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Um exercício de musculação e tanto. :))
ResponderEliminarCorpo bem tonificado, mente mais leve, tudo com a aprovação da passarada. Há lá coisa mais linda, Luísa! :)
EliminarGinásio pra quê?
ResponderEliminarArranjem uma leira
para cultivar
façam como o AC.
Ganham músculo
saúde e alegria
aprendem a meditar
lengalengando
para o apetite
p'rá janta ganhar
e descobrem a poesia...
Beijinho, AC! :)
PS- Compra mas é uma máquina agrícola, um tractor, que para novo não vais e qualquer dia andas praí aos ais...
Um tactor, com amor, só quando a coisa for mais séria.
EliminarPor ora, enquanto a coisa arvora, faço da féria uma léria. :)
Por aqui, Janita, as coisas rolam de forma harmoniosa, sempre em prol da compreensão e fruição das coisas. Não há fretes. :)
Um beijinho, Janita :)
Um dia, andando por uma rua de certa localidade, vi um cartaz que dizia: "Vendo equipamentos de musculação". Ao lado do cartaz, uma enxada, uma pá, um ancinho e uma pequena serra manual esperavam algum comprador...
ResponderEliminarComo alguém que ama jardinagem, digo que, antecipando o resultado, é possível suportar o cansaço com alegria. Tenha uma ótima semana!
Marta, as coisas, por aqui, fazem-se por prazer, são uma espécie de terapia. Quando o cansaço começa a assomar o corpo desliga, simplesmente, e eu dou-lhe sempre ouvidos.
ResponderEliminarTenha também uma excelente semana, Marta!
Deve ter mãos de trabalhador nestes dias que correm!
ResponderEliminar:)
Boop, sabendo-a psi, deixa-me na dúvida: será uma piada urbana, ou uma urbana com piada? :)
EliminarUma boa semana :)
Sem qualquer sombra de dúvida, por aí... descansa-se o espírito, trabalhando no duro!...
ResponderEliminarE deve ser super gratificante, acompanhar os progressos de cada pedacinho de terreno plantado!... Além de que essa terra bem escurinha... deve ser mesmo do melhor para plantar... e tudo ao natural... e sem pós de perlim pim pim... como vejo aqui nas quintas dos arredores... onde um caldeirão destinado a isso, ocupando uma grande área, em termos de estrutura... mesmo ao lado dos terrenos agrícolas, deve estar sempre de prontidão... para as coisas crescerem no espaço de uma semana, para a outra... tanto em terrenos, como em estufas...
Beijinho! Boa semana, e bom trabalho!... Ou bom descanso?... Agora... até eu me confundi a mim mesma!... :-D
Ana
É uma forma de descansar activamente, Ana. E prazerosa.
EliminarUma boa semana :)
Belos exercícios tanto físico,quanto mental...Depois vale a pena, ainda que canse! bjs, chica
ResponderEliminarObrigado, Chica.
ResponderEliminarComo vai esse Verão brasileiro? Muita praia?
Um beijinho :)
Cava sem pressa mas a eitinho
ResponderEliminarPrepara para as sementes, fofa leira
Olhos curiosos de menino
A antever, já, a sementeira
Cava a terra com alegria
Ao som do canto da passarada
Cai a tarde, longo vai o dia
Limpa o suor, dá descanso à enxada
Olha o céu e agradece
As árvores, as flores, até as ervas daninhas
Cuidar da natureza enobrece
E o AC cuida dela e da sua hortinha
Boa noite, AC
Belas quadras, que coisa linda,
ResponderEliminarUm obrigado à Noname.
Se nenhuma cena é completa,
A esta apenas falta um... ínfimo frame.
Boa noite, Noname :)
Que sorte têm os que se dão contigo! É só ir à colheita?
ResponderEliminarA verdade é que a natureza é uma permanente fonte de inspiração e tu envolves-te a sério.
Um beijo.
Os amigos são sempre bem-vindos, Teresa, não quero este "pequeno paraíso" só para mim. :)
EliminarUm beijinho :)
Isto, por aqui, já parece a minha desgarrada em que participaram ambos, lembram-se? Ehehehehe
ResponderEliminarLembro-me muito bem, Janita. Tu e a Noname dão cartas, e que cartas, no assunto. :))
EliminarFez me lembrar da musica Cio da terra, onde se delicia em volver a terra, colher o fruto, se lambuzar do mel. Feliz de quem pode estar em contato imediato com a natureza e nela colher o fruto do seu proprio esforço, como fazer um parto.Eu filho do mato, vivendo na cidade de cimento e aço, sei da saudade deste labor.
ResponderEliminarMuito boa postagem.
Abraços e feliz Março de boas colheitas na paz que vem dos passarinhos.
Toninho, após ler o seu comentário fui em busca da música "Cio da Terra", de Milton Nascimento e Chico Buarque. É lindíssima.
EliminarFico contente por sentir, nas entranhas, a diferença entre o cimento e o elemento natural.
Abraço
Adorei este teu post e quem me dera ter um "pedaço de terra" para fazer brotar o mesmo porque leva qualquer um a "trabalhar descansando". Que maravilha!
ResponderEliminarPelo menos para mim o "descansar trabalhando" aplicaria a alguns organismos públicos que funcionam...deixa p'ra lá isso já são outros assuntos.
Beijos e um bom dia
Os teus comentários, para além de lúcidos e pertinentes, deixam sempre um rasto de boa disposição. O que é muito bom.
EliminarUm beijinho, Fatyly :)
Mexer na terra, cavar a terra, cultivar a terra. Exercícios que a mente agradece. Transformar em música esse trabalho é maravilhoso… Sempre o mesmo gosto de o ler.
ResponderEliminarUma boa semana.
Um beijo.
Graça, estou longe de ser um agricultor, mas creio que mexer na terra, tentar perceber os seus segredos, afagá-la, estão a fazer de mim uma melhor pessoa.
ResponderEliminarUm beijinho :)
Chamar-se a isso viver a vida. No fim o corpo agradece o repouso mas os ouvidos e a cabeça descansados da "vizinha".
ResponderEliminarFaz-se por isso... Cebolas, alhos, fava, ervilha, couve, grelo, acelgas, alface, rúcula, alho porto, tomate, pepino...
Abraço
É por aí, Agostinho, é por aí...
EliminarAcrescento apenas um pormaior: o facto de nos sentirmos em perfeita harmonia com tudo o que nos rodeia. É uma sensação única.
Abraço
Parece que o estou a ver
ResponderEliminarTambém eu aqui de enxada em riste
Abraço
À tua, companheiro de lide.
EliminarAbraço
Poeta , seu labor na terra é benção .
ResponderEliminarOs amigos brasileiros podem partilhar da horta ?
Beijos
Marisa, por aqui há cabimento para o pulsar do mundo inteiro.
ResponderEliminarUm beijinho :)
De regresso, ainda devagarinho, mas já com autorização médica, para curtos períodos.
ResponderEliminarUm belo texto que me lembrou outros tempos outros campos.
Abraço e uma boa semana
Folgo em saber que está tudo a correr bem, Elvira. Seja bem-vinda.
ResponderEliminarUm abraço :)
AC, mexer a terra ao som da passarada num dia solarengo, é coisa para também a mim me fazer muito feliz. Imagino a alegria de começar a ver essa terra a dar frutos. Bjs
ResponderEliminarÉ uma sensação única, GM, podes crer. Mas tudo feito tranquilamente, sem grandes obsessões, ao ritmo próprio do lugar. Só assim nos damos conta do enorme manancial de vida que se abriga por aqui, alheia à vida apressada das pessoas, só assim as coisas funcionam.
ResponderEliminarUm beijinho :)
É uma dádiva. Tudo. O texto, a poesia que dele emana, o ginástica, em amplo sentido... Tudo.
ResponderEliminarUm abraço, meu caro AC
Obrigado, José Carlos, mas este pedaço de terreno é que é uma dádiva.
EliminarGrande abraço
Que beleza e nada mais há a dizer!
ResponderEliminarObrigado, Canto.
EliminarOlá, AC, mexer com a terra, e plantar nela o que se quiser, o que se gosta, é uma dádiva. Terra é energia, é calmaria, é zero de estresse!
ResponderEliminarQuem não tem essa terra toda, que plantem algumas flores e temperos no terraço, é saudável estarmos juntos à natureza, é bom para o corpo e mente. Quando dá, planto no meu pequeno terraço.
Beijo, ótima postagem!
Taís, de certa forma, mexer na terra é uma das melhores formas de nos conectarmos com o pulsar deste maravilhoso planeta.
ResponderEliminarUm beijo :)
Obrigada AC pela presença que de certa forma me ajuda a voltar a ti e a essa essa delícia de texto vestida de terra e de cantoria infantil.
ResponderEliminarQuem me dera uma terra para remexer, cavar e cansar.
Terapia na porta dos fundos.
Parabéns e continue no 1 2 3 ok?
abraço
Todos nós deveríamos ter mais contacto com a terra, Lis, estar mais despertos para o seu pulsar. Talvez encarássemos a vida de outra forma.
ResponderEliminarAbraço :)
Que maravilha! Que sorte a sua! Muita saúde para continuar a usufruir dessa comunhão com a terra! Também gosto de jardinar e adoro o campo, as árvores... 😊beijinhos
ResponderEliminarConsidero-me um felizardo, reconheço.
ResponderEliminarbrigado, Maria.
Um beijinho :)
Ora aí está um hobby bem pensado… trabalha o corpo e a mente e ainda protege a carteira e a alimentação… (sorrisos)
ResponderEliminarAbraço e boa continuação
Nem mais, meu caro Sam. Produção de alimentos 100% biológicos.
EliminarAbraço
oii, boa tarde! pertinho da natureza nos deixa bem mais feliz! ótimo sábado! beijo grande!
ResponderEliminarAdorei ler e ver as imagens!
ResponderEliminarRecuei no tempo, fui criada no campo em casa do meu pai comia-se o que cultivávamos, um nabo a saber a nabo, uma cenoura a saber a cenoura e, foi uma universidade que segui em minha casa quando casei, sempre cultivei, sem químicos, apenas o que o gado do meu sogro produzia, não cultivo à 6 anos desde que mudei de casa, apenas a grande variedade de ervas aromáticas.
Beijinho AC. peço desculpa da minha ausência, mas a saúde não permite que eu ande a viajar por aqui :(((