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Olhavas o mundo
Em redoma artificial
E a tua existência
Sem aurora nem poente
Buscava o aroma
Que transformasse a receita
Em essência de gente.
A cruel madrugada
Alheia a pequenos dramas
Anunciava o esplendor dos dias
E o aroma das uvas
Galgando o muro
Iludia a palavra
Guardiã do templo
Com que tecias
O teu casulo.
Dionísio bateu à porta
Enfeitado nas promessas
Do brilho das musas
E a brisa da vida
Sequiosa
Irrompeu os sentidos
Plenos de pruridos
(A dança insinuou-se).
Despertaste no nevoeiro
Em cenário transformado
(O castelo arrasado)
E só quando a luz irrompeu
No vazio que restou
Entendeste a mensagem
Cavada em sobressalto
Nos braços de Morfeu
(E o casulo morreu).
..
está-se sempre a tempo de despertar, não é?
ResponderEliminarnunca é demasiado tarde, ou será?
...
bom fim-de-semana.
beijo
Não, Em@, nunca é demasiado tarde!
ResponderEliminarBeijo.
Algum dia temos que deixar o casulo, porém quando isso acontece, nunca é fácil, mas depois é reconfortante abrir as asas e voar, pousar de flor em flor e ver o mundo com cor.
ResponderEliminarMuito bonito. Gostei bastante. Mesmo.
Um beijinho :)
OLá amigo, seduzido pelo amor, entrega o coração e ainda inseguro volta-se e olha pra trás... perseguir um sonho, uma nuance, uma luz, esse é o caminho, mas ´não olhe pra trás, quando nos voltamos perdemos o equilibrio de sonhar, e as lembranças triste nos acompanham. beijos em teu coração, com respeito e carinho.
ResponderEliminarHelga,
ResponderEliminarÉ isso, e quando se consegue é como reaprender a respirar.
Mas há quem não se consiga desfazer do casulo, limitando-se a ver a vida de longe.
Beijo
Olá, boa noite, amigo!
ResponderEliminarO meu computador pifou!
Estou num bar, em condições exíguas de tempo.
Desejo-lhe bom fim de semana.
Abraço
Valvesta,
ResponderEliminarA dignidade está no tentar, no olhar em frente.
Beijo
Vieira Calado,
ResponderEliminarHá sempre uma solução, como demonstra.
Um bom fim-de-semana também para si!
Eu vi(a) o casulo como outra coisa...não pode(ia) ser a vida interior?
ResponderEliminarSai do casulo
ResponderEliminara Ninfa
Borboleta
inconsciente...
ensaia o voo
na Primavera
atraente e bela
encanta « Dionísio »
com seu sorriso.
Juntos planeam
seu castelo
encantado...
acaba-se a Primavera
que leva consigo
a história bela.
Morre a Esperança...
mas, a história
é ciclíca...
Virá outra Primavera
que renovará
a Confiança
e o apelo a outra dança....
Olá...gosto muito dos seus versos
"vizinho" é uma doçura lê-los. Parabéns!
Voltarei...beijinho!
Em@,
ResponderEliminarAlguém escreveu aqui, há tempos, que "...o que há de mais poético na poesia é a viagem criativa que ela dinamiza mentalmente no leitor. E ela não pertence mais ao dono da sua criação, enquanto verdade unívoca, depois de publicada e atravessada por outros olhos, ávidos de encontrar a chave que o escritor guarda para si."
Em suma, o poeta deve ser suficientemente dúbio para que dê espaço interpretativo ao seu leitor. Não há, portanto, uma única leitura, a riqueza de um poema está na sua multiplicidade de leituras.
Beijo.
Camila,
ResponderEliminarQue linda interpretação!
Foi um prazer descobrir a minha vizinha.
Beijo
A vida sem horizontes é de uma pobreza "franciscana". A redomas, mesmo as de cristal ou de outros materiaias nobres, são sempre redutoras. A perda da esperança entristece a vida - não é em vão que se diz que é a última a morrer - e torna-a num deserto de afectos. O casulo é importantíssimo para que se dê a maturação da vida depois passa a ser inútil. A libertação do casulo é que fornece as asas para a liberdade e para o esvoaçar, sobre montes e vales, aspirando com avidez os aromas e odores que são o Sal da Vida.
ResponderEliminarGostei muito. Abraço e bom fim de semana
Caldeira
Poema que obriga a reflectir e a reler múltiplas vezes o que implica sempre novas descobertas.Isso agrada-me, como me agradou a citação que fiz há uns tempos atrás.Até gostei dela, imagine!!!!
ResponderEliminarE cá estamos nós na escrita já típica do Agostinho, aquela que se fareja à distância.E isso é bom, porque o estilo inconfundível é que caracteriza um escritor.
O poema é tão rico em sugestões metafóricas que até pode ser lido como a descoberta da escrita e da poesia de um "AC" que por ela se fascinou quando resolveu sair do casulo.
Sei que não foi essa a interpretação que lhe deu, mas eu gostei de a ler desta forma.
E pernas para que te quero? Para trilhar este caminho...
Abraço, querido amigo do coração.
Gostei muito da forma como nos dá a possibilidade de leitura de um casulo a abrir...
ResponderEliminarObrigada pelas palavras
Zé Caldeira,
ResponderEliminarA tua leitura é sempre feita de perspicácia e objectividade.
Abraço.
Ibel, querida amiga,
ResponderEliminarÉ sempre tão bom ler o seu contributo!
A sua leitura tinha-me passado despercebida, mas não a renego.
Um abraço enorme!
Gisela,
ResponderEliminarGostei muito de visitar o seu espaço. Seja bem-vinda ao meu.
Bj
sem aurora nem poente.
ResponderEliminareu diria que este poema está perfeito.
deixo o meu beijo de maresia
No casulo ...
ResponderEliminar............. me acalento das tormentas
Que o mundo lá fora me atenta
Fora dele me visto porcelana
Nos cenários de quem me engana.
............. sou janela de cor fechada
Sem poeta, sem palavra, sem nada
Fora dele me solto baile de luz
Nos palcos de quem me seduz.
............. sou mágoa que arde silenciosa
Na quietude da alma furiosa
Fora dele me perco riso de marfim
No olhar de quem espera por mim.
No casulo ou fora dele
sou aurora em lua envergonhada,
Galgar o dia, ser madrugada
Roubar a noite de mão beijada
Abrir a janela de cor fechada.
Penso que o casulo nunca nos deixa… e, de em vez em quando, saber que existe ajuda a retemperar as asas, a “arejar” a vida, a tecer novos …“casulos”.
Piedade Araújo Sol,
ResponderEliminarObrigado pelas palavras reconfortantes.
Bj
JB,
ResponderEliminarUma leitura do poema interessante, sem dúvida. Obrigado pela partilha.
Creio que é isto que um poema deve ser, proporcionando a cada leitor a sua "viagem".
Beijo.
Só pude partilhar a minha "viagem" porque a belíssima forma com que teceste o teu CASULO (poema) me fez sair do meu! :)
ResponderEliminarNa vida tudo começa num casulo, mas há que sair e dar asas aos sonhos, tentar vivê-los...
ResponderEliminarObrigada pela visita ao meu "cantinho".
Bjs.
AC:
ResponderEliminarEu sei.. ehehehe
Bom Domingo
Permanecer algum tempo no casulo permite que, um dia, as asas se abram com mais segurança e vigor!
ResponderEliminarGostei de voar na criatividade das tuas palavras!
Um beijo, AC *
Há sempre um " dionisio " a " matar " o casulo .
ResponderEliminarMas ele tem que existir em nós , caso contrário , pudemos ficar fora do casulo , mas incompletos ou aleijados .
Tal como a borboleta , a quem o homem ajudou nessa tarefa .
Um beijo ,
Maria
JB,
ResponderEliminarNão abuses do casulo. Sai mais vezes. :)
Mona Lisa,
ResponderEliminarBem-vinda! Espero que regresse.
Bjs
Em@,
ResponderEliminarClaro que sabes!
Um bom domingo também para ti.
Beijo.
Ana,
ResponderEliminarGosto sempre de a ver por aqui.
Beijo.
Maria,
ResponderEliminarObrigado pela sua interpretação.
Beijo.
Amigo, sabes uma coisa? Quando leio a tua poesia parece que me estás a contar uma história.
ResponderEliminar- Era uma vez...
E eu fico ali a inventar cenários, encantado.
Obrigado.
Abraço
Jorge,
ResponderEliminarAgrada-me essa perspectiva.
Eu é que agradeço.
Um abraço.
Saí do casulo muito cedo, fui favorecida por isso...por vezes é bom voar livre como uma borboleta. Sabes que adoro as tuas poesias?
ResponderEliminarBjs
Fico contente com isso, Lilá(s). Muito contente mesmo.
ResponderEliminarBjs
Sair do casulo pode ser doloroso, especialmente se se sai antes de tempo, sem a maturação necessária.
ResponderEliminarPor outro lado, é imperiosa, essa saída; a não ser feita pode ficar prejudicada toda a vida futura.
Bonito poema e linda imagem.
Beijinhos
Mariazita,
ResponderEliminarTudo tem o seu tempo de maturação, sem dúvida, sendo certo que a receita não é igual para todos.
Beijo.
O CASULO É UMA PROTECÇÃO...MAS...MAS UM DIA TEMOS QUE ARRISCAR E SAIR ...NO MOMENTO CERTO...´QUANDO CHEGA A NOSSA HORA...É SEMPRE COMPLICADO...PORQUE O MUNDO TRANSFORMOU-SE NUM MANICÓMIO...DESGOVERNADO...E É MESMO ASSUSTADOR ABRIR O CASULO E DAR DE CARAS COM O CAOS...RICA PRENDA...
ResponderEliminarBEIJO
Pedrasnuas,
ResponderEliminarA coisa vista sob essa perspectiva não é muito aliciante. Mas temos que enfrentar o "monstro", dar-lhe luta. Ainda nem tudo está perdido.
Beijo.
AC, tuas palavras são profundos espelhos ou mágicas viagens?
ResponderEliminaramei tudo isso....
beijo.
BeijoaNoite,
ResponderEliminarQue dizer, se não agradecer?
Obrigado!
Beijo