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Sempre olhara para a vida com sentido de oportunidade. A lição, aliás, já lhe vinha de pequeno, pois sempre ouvira dizer que quem não rouba ou não herda, nunca passa da mesma merda. Aprendera que o mundo era dos espertos, dos que viam os outros como peões, e os contornavam ao sabor das marés. Nada era intocável, tudo era mercável. A vida era uma enorme lista de deve e haver, e só os incautos respeitavam a primeira coluna.
A conta engordou, engordou muito, e para a preservar cercou-se de muros e cães raivosos.
Mas morreu, como todos os outros. E, na partida, apenas os cães o acompanharam. Fiéis até ao fim, como qualquer cão.
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A conta engordou, engordou muito, e para a preservar cercou-se de muros e cães raivosos.
Mas morreu, como todos os outros. E, na partida, apenas os cães o acompanharam. Fiéis até ao fim, como qualquer cão.
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duro , duro , sem esperança ! Mas , ....!
ResponderEliminarUm abraço
"Duro" de tão real! Não é com trabalho honesto que se enriquece: o "demasiado" de alguns só acontece à custa da exploração de muitos! No fim, porém, aquilo que fica é o que cada um foi, não o que cada um teve!
ResponderEliminarAbraço
Horrível, mas bem real... infelizmente!
ResponderEliminarJá dizia o poeta: A felicidade não está nas coisas, está em nós!
Beijo.
Sem espinhas!
ResponderEliminarAbraço
De nada valeram os «muros, a conta gorda
ResponderEliminare os cães raivosos» o predador maior
não se detém... e ceifou-lhe a vida
que é o mais valioso bem. Partiu "o triste" com o bolso vazio despojado de tudo...
Há tantos "tristes! por aí a "engordarem"
à conta da crise de "valores"...
Olá Vizinho...gostei da visão das coisas observadas pelo "filtro da alma" Beijinho!
É este tipo de valores -"sentido de oportunidade" - que me assusta. É este afã de acumular bens materiais que me faz comichões, me eriça a pele. É a generalização deste tipo de pensamento dominante que me desespera. Mas, também é a análise e a síntese simples, objectiva, contundente, que me leva a acreditar na Ética, na Moral, nos Bons Costumes e a ter a certeza absoluta, de que só quem tiver amigos verdadeiros, passará para além da vida bem acompanhado.
ResponderEliminarAbraço
Dizem que o que distingue o ser humano dos outros animais é o seu lado racional. O teu texto é exemplo da irracionalidade animal, colocando de parte os cães, claro!
ResponderEliminarFoi pra balança o que vale a pena levar da vida. Eu fico com amigos, amor e coração. Ele, coitado, preferiu o cão.
ResponderEliminarÓtimo texto, AC.
A propósito. Seu comentário virou adendo no Neblina. Tá lá, voando o teu link.
Beijoca
O predador que é presa sem o saber...
ResponderEliminarDuro, mas verdadeiro.
AC ,
ResponderEliminarneste texto assenta bem a frase _ Era um homem tão pobre , só tinha dinheiro _
Entretanto , desculpe mas não consigo deixar de fazer um pequeno desvio neste assunto .
O homem não é que prefere o cão . É escolhido por ele . E se ainda teve esses amigos de quatro patas , não foi " tão coitado " assim .
Eu incluo nos meus amigos , os animais que comigo vivem , e que são mais leais e companheiros que alguns humanos .
É uma honra ser adoptado por um animal , porque ele sim , não olha a brilhos e bens materiais , mas sim ao afecto .
Mais uma vez , desculpe este desvio .
Não tem a ver com o seu óptimo texto .
Mas se achar por bem eliminar o comentário , esteja à vontade .
Um beijo,
Maria
O " mundo dos espertos" nunca esconde surpresas. Termina de modo inevitável: a solidão.
ResponderEliminarUm texto denso,enxuto, mas dolorosamente real.
Bj.
Maria,
ResponderEliminarO comentário está muito bem assim.
A utilização dos termos "cães" e "cão", no texto, foi feita apenas para reforçar uma ideia. De qualquer modo, a questão que coloca pressupõe uma relação límpida entre homem e animal. No caso do texto, foi um acto unilateral.
Obrigado pelo contributo.
Beijo
Maria,
ResponderEliminarSó mais uma achega. Na ideia original, o texto acabava com os cães a urinar na cova, mas achei que ninguém merecia um fim assim.
Beijo
Valham-nos os cães ao menos, já que o mundo é uma vasta cegueira e já sem . Texto pequenininho e tão Grande!
ResponderEliminarValham-nos os cães ao menos, já que o mundo é uma vasta cegueira e já sem ensaios. Texto pequenininho e tão Grande!
ResponderEliminarpoucas palavras que dizem tanto...
ResponderEliminarbjinhus...
beijo.
ResponderEliminar(piano)
(imf____________piano)
Maravilha. É uma guerra doce de se perder para a solidão.
ResponderEliminarBeijooO*
O "sentido de oportunidade" sempre me incomodou e lido mal com ele. Gosto destes textos.
ResponderEliminarBjs
HÁ QUEM SE SINTA BEM ASSIM...ASSIM SEM SER GENTE...SER QUASE GENTE...ATÉ METE DÓ...SÃO TÃO INFELIZES...
ResponderEliminarBEIJO