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Folheava o livro em cadência ritmada, monótona, como se as palavras tivessem passado pelo filtro da certificação. E estavam tão bem escolhidas, tão bem arrumadas, que nenhuma delas se destacava. Eram todas feitas da mesma matéria e de uma só cor. Da moda, por sinal.
Foi então que tomou a decisão. Recolheu as palavras, uma a uma, e libertou-as da canga opressora. Deixou-as andar por ali, assarapantadas, e começou a falar-lhes. Baixinho, para não as assustar. Depois rasgou o peito e, lentamente, mostrou-lhes de que matéria era feita a alma. E as palavras, surpreendentemente, foram ganhando vida, vestindo as cores daquele sentir.
E assim se fez poema.
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Foi então que tomou a decisão. Recolheu as palavras, uma a uma, e libertou-as da canga opressora. Deixou-as andar por ali, assarapantadas, e começou a falar-lhes. Baixinho, para não as assustar. Depois rasgou o peito e, lentamente, mostrou-lhes de que matéria era feita a alma. E as palavras, surpreendentemente, foram ganhando vida, vestindo as cores daquele sentir.
E assim se fez poema.
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Coincidências...
ResponderEliminarOntem publiquei um primeiro poema no meu blogue, apenas por diversão. Distraí-me a arrumar e a espalhar letras e palavras, vestindo umas, despindo outras, sussurrando com umas, afugentando outras e curiosamente todas estavam pintadas de uma só cor...
"E assim se fez poema." que aqui deixo, pois ao ler o teu texto senti o nascer do meu poema.
EM TONS DE AZUL
espalhei as letras.
(O céu corou!)
Arrumei-as na fonte das palavras
e no olhar das estrelas
(O céu estremeceu!)
Agora caem em mim
Com sabor
a mar, a terra, a fogo e ar!
Espero por aqui serenar
ir ali e além saborear
espalhar palavras
arrumar as letras
estrelar a terra
(Se o céu não se importar!)
Semear e colher
no ar, no fogo, na terra e no mar
sentires e dizeres
do meu (nosso) azular.
Acabaste de mostrar a "verdadeira" matéria que preenche a alma dos "verdadeiros" escritores! Gostava de soprar a imgem e encontrar todas as letras e palavras que ali se escondem!:)
Ambos os poemas são maravilhosos. A dança das letras nas falas e conversas da nossa gente que diz o que sente e se expressa no que diz
ResponderEliminarUm abraço com poucas letras,nas palavras certas.
ola obrigada por visitar o esconderijo...espero que esconda-se mais vezes...
ResponderEliminarlindo texto...senti o sopro baixinho!!!
bjinhuss e seguindo!
Olha, deixo-te um abraço, INTERIORIDADES, porque apenas te sei dizer que foi linda a maneira como construiste este teu poema!...
ResponderEliminarGostei de partilhar! :)
E assim poderá ter nascido um poeta. Alguém que trata as palavras tão bem, que lhes fala baixinho e não as assusta, já rasgou o seu peito e entregou a sua essência ao sentir de que a alma é feita.
ResponderEliminarBeijinho :)
PS: Obrigada pelas palavras deixadas no 'Planícies da Memória'. Obrigada mesmo.
A moda é a preto e branco...
ResponderEliminare as palavras apreciam as cores.
Gostam de se sentir vivas
de incorporar a sensibilidade...
Assim, sim!...respeitadas
soltas, livres, expressivas
bem amadas...ficam esplendorosas!
Como as que acabo de sentir
e ver, neste poema que acabei de ler...
Parabéns e obrigado, por tratar tão bem as
palavras...e mais palavras para quê? O Vizinho
já disse tudo...beijinho, amigo! Bom fim de semana!
nunca se sabe o que desencadeia o milagre que acende o verbo. e na alma que as recebe o diálogo
ResponderEliminarfaz-se de luz.
obrigada!
O poema é sempre produto de muito esforço, de dor mesmo...
ResponderEliminarSó na aparência parece fácil este encadeado de palavras...
Abraço
De como as palavras vestem sentimentos... basta libertá-las "da canga opressora" para que se pintem de todas as cores!
ResponderEliminarAbraço
Muito bonito
ResponderEliminarum Beijo amiga querida,AC
Sinto as palavras como uma das minhas verdades mais fundamentais, muito embora não saiba, tantas e tantas vezes, como chegar até elas.
ResponderEliminarGostei tanto deste texto!
Amigas e fiéis palavras que parecem ter vida própria e nascem poemas e poetas sem mesmo se perceber.
ResponderEliminarbeijos com carinho e amizade
Rasgar o peito é, quase sempre, o caminho para chegar ao poema...
ResponderEliminarSaudações poéticas
Bela a tua interpretação para um poema. Realmente a cadência, a contagem das sílabas poéticas nem sempre traduzem o sentimento do poeta. É algo um pouco mais profundo, com emoção e tudo. Aí nasce o poema!
ResponderEliminarParabéns pela escrita!
Sem dúvida!
ResponderEliminarO poema faz-se de palavras livres.
Bom fim de semana.
Saudações poéticas.
Quando se rasga o peito ... que beleza de entrega .
ResponderEliminarLindo !
Um beijo ,
Maria
E assim feito o poema, tem mais encanto...que bonita maneira de tratar as palavras, contigo elas sentem-se felizes, noto isso.
ResponderEliminarBjs
O poema tem que vir do mais fundo da nossa alma.
ResponderEliminarQue lindo texto, amigo!
Um abraço
"...rasgou o peito e, lentamente, mostrou-lhes de que matéria era feita a alma. E as palavras, surpreendentemente, foram ganhando vida, vestindo as cores daquele sentir."
ResponderEliminarEssas cores são as do arco-íris, sem dúvida, onde , segundo dizem , pode-se encontrar a felicidade.Criar um texto como esse é ser muito feliz, AC.
Lindo.
Beijos.
O poder libertador das palavras. Como um grito no escuro ou uma mão na subida de uma escarpa.
ResponderEliminarAC
ResponderEliminarcomo eu entendi este texto/poema,
e assim vem a inspiraçao!
boa semana!
beij
Eu deixo aroma até nos meus espinhos,
ResponderEliminarao longe, o vento vai falando de mim.
Cecília Meireles
Amor & Paz & Poesias na sua semana!
Beijos na alma.....M@ria
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarOlá, Agostinho
ResponderEliminarQue alegria me despertou este poema onde o poeta fala da essência da palavra poética e do processo da criação artística, esta,liberta das amarras dos modelos convencionais. Depois leio também uma satisfação decorrente dessa liberdade que o homem encontra na escrita onde se descobre cada vez melhor e onde se expande para um outro mundo de profundas "interioridades"
Abraço
Cada vez mais metafórico(?).
ResponderEliminarobrigada por me fazer puxar pelos neurónios.
Sublime, como sempre.
Muito lindo e inspirador !!!
ResponderEliminargrata pela passagem ;-)
bjos
Queria eu ser palavra para ganhar esse sopro amoroso de vida e tornar-me poesia....
ResponderEliminarVc é encantador, meu caro amigo !
Muita Luz !
Simplesmente... amei!
ResponderEliminaro 'interior' saiu para a rua em forma de poema.
Vim também dizer que estou no "já" do post-it... retomo aos poucos o meu ritmo.
beijo
A ALMA DO POETA INTEIRINHA AQUI... É POR ESTAS E POR OUTRAS QUE TE ADMIRO TANTO
ResponderEliminarABRAÇO GRANDE
A essência da palavra é a essência da alma...quando livres nasce um belo poema.
ResponderEliminarLindo!
Um abraço
Assarapantada: adooooooro essa palavra! rs
ResponderEliminarLindo tudo aqui, rapaz! Ritmo!
Beijoca